ModaLisboa: tudo o que não viu sobre o evento de moda do ano.


Chegou ao fim mais uma edição da ModaLisboa. Durante 3 dias, o Centro Cultural de Belém foi palco das melhores criações dos designers nacionais para a estação Outono-Inverno 2017-18. Sofisticação, elegância e criatividade marcaram aquele que é um dos eventos de moda mais aguardados do ano.

O primeiro dia do Moda Lisboa – Boundless iniciou na última sexta-feira (10), pelas 18h30, na garagem sul do CCB, com a apresentação das coleções dos oito jovens designers que compõem “Sangue Novo”. Tendo sido distinguido pela melhor colecção João Oliveira.

David Ferreira apresentou de seguida as suas criações, explorando o conceito de “Couture”, com novas silhuetas femininas inventando simbioses entre o tradicional e o moderno, através do seu trabalho manual e das técnicas inovadoras.

Coube a Ricardo Preto fechar a noite apresentado uma colecção, onde se salienta as silhuetas geométricas, inspiradas no movimento, e o contraste entre matérias clássicas e novos materiais, em que os tons escuros são predominantes.

O segundo dia iniciou com Awaytomars, Ricardo Andrez, Eureka e Kolovrat com as suas propostas para a próxima estação.

Filipe Faísca, o criador mais aguardado do dia, apresentou a sua colecção às 19h30, inspirada num Caleidoscópio. Lã, neoprene, poliamida, seda, tencel, triacetato e viscose foram os tecidos utilizados em tons air grey, enigmatic purple, honey gold, midnight black, silver, soft cameo, solar beije e winning taupe, na sua colecção.

Seguiu-se Mustra, que apresentou uma colecção inspirada na cidade de Nápoles, onde foram utilizados tons terra, verdes militares e o sofisticado branco gelo.

A noite encerrou na passerelle com Luís Carvalho. Foi nas áreas mais profundas do oceano que surgiu a inspiração para o outono/inverno 17/18. Contraste de volume entre fluido e estruturado em materiais com diferentes texturas, com o preto e o azul como cor base a contrastar com o verde profundo e o vermelho oriental.

O último dia do evento (12) começou com as propostas de Patrick de Pádua e Duarte. Seguiu-se com a apresentação de Christophe Sauvat que reúne e combina harmoniosamente referências geográficas distintas. Locais como a Rússia, Los Angeles e Portugal são os destinos que o criador escolheu para se inspirar, deixando a sua criatividade fluir em peças de texturas ricas e detalhes boho.

Valentim Quaresma foi o próximo designer a apresentar as suas propostas recorrendo a uma viagem às referências estéticas que marcaram o último século da história da moda.

Já com um atraso significativo, Dino Alves apresentou “Manual de Instruções”. Um desfile que começou de forma diferente, através de uma mensagem representada pelas actrizes Maria Rueff e Ana bola, que lançaram algumas farpas à imprensa e clientes, em tom de humor, relembrando que as peças que iriam ver… estavam para venda. Salientando que não serviam só para ser emprestadas para determinados eventos e que o próprio estilista não serve só para disponibilizar convites. Já durante o desfile, todos os modelos tinham as etiquetas de compras nas peças. E não, não foi lapso. Foi propositado para relembrar que aquelas criações se vendem.

Das passerelles de Angola para Portugal e para o mundo, foi a vez de Nadir Tati apresentar Diamante Africano, uma coleção inspirada na beleza e grandeza das mulheres do continente africano, com o branco e o prata como cores de destaque para a  colecção feminina. A coleção masculina também é uma das grandes apostas de Nadir, que recorre a uma combinação de várias técnicas de Alta Costura e a mistura entre o sentido prático africano e o europeu.

O evento encerrou com o desfile de Nuno Gama, que apresentou Profecia, uma coleção inspirada no lado oculto dos painéis de São Vicente de Fora.

O desfile iniciou minutos depois das 23h00, com a apresentação de um pequeno ‘teatro’ que, segundo o criador, o objectivo foi “passar a mensagem que junto somos mais fortes”.  Uma colecção que marca o regresso do novo ‘gentleman’ português, refugiado na beleza formal do casaco, desta vez desconstruído numa panóplia de detalhes de golas amovíveis e também o destaque para as lãs e para os novos e sofisticados sintéticos.

Termina assim esta 48ª edição da ModaLisboa, recém-chegada ao Centro Cultural de Belém. A próxima edição regressa em outubro, já num novo espaço: no pavilhão Carlos Lopes.