No Dia Mundial do Turismo Mafra Recebeu a VII Cimeira do Turismo Português

No Dia Mundial do Turismo, o Palácio Nacional de Mafra acolheu a VII Cimeira do Turismo Português, organizada pela CTP.

VII Cimeira do Turismo Português
No Dia Mundial do Turismo Mafra Recebeu a VII Cimeira do Turismo Português - ®DR

Decorreu esta sexta-feira – Dia Mundial do Turismo, no Palácio Nacional de Mafra, a VII Cimeira do Turismo Português, organizada pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP), sob o tema “Turismo é Valor”. A cimeira abordou temas como o turismo na economia portuguesa, desafios na aviação e ferrovia, e a transição digital.

No início da sessão, Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), destacou a importância de Mafra como local histórico para o evento, referindo ser “uma honra realizar a VII Cimeira do Turismo Português na cidade de Mafra, pois é uma região cheia de história no país”.

Francisco Calheiros, referiu-se ainda ao atual processo de negociação do Orçamento de Estado para 2025, salientando que “Para o turismo, é fundamental a estabilidade” acrescentando que “é preciso sensibilizar o Governo do que temos feito nos últimos tempos e que existem uma série de problemas que nós privados não podemos resolver”.

Relativamente ao tema do turismo massivo, Francisco Calheiros, enfatizou o facto de o turismo ser “vital para a economia portuguesa. Há três anos diziam que não havia turismo, que temos de fazer pelo turismo. Fizemos tudo para que o turismo renascesse. Agora há turismo a mais. É muito difícil seguir nessas condições”.

Hugo Moreira Luís, presidente da Câmara de Mafra, realçou o papel do turismo na região, reconhecido pelo seu património e sustentabilidade.

No seu discurso, Hugo Moreira Luís garantiu que a região de Mafra tem sido procurada por investidores nacionais e internacionais que veem o concelho com um bom potencial para crescer. “Trabalhamos todos os dias para que esse investimento nos traga autenticidade e sustentabilidade para a cidade, valorizando, desta forma, as nossas gentes, o nosso património e a nossa natureza”.

Já Mário Centeno, Governador do Banco de Portugal, destacou na VII Cimeira do Turismo Português a importância do turismo para a economia e o papel da imigração no mercado de trabalho, com 4 em cada 10 contratações em 2023, ocupados por imigrantes. Mário Centeno, começou por dizer que Portugal está longe de ser um país em que tudo seja turismo”, e apontou o progresso nas qualificações da força de trabalho, mas salientou que o processo é lento. Apesar do setor não ter recuperado o crescimento pré-pandemia, o turismo impulsionou o progresso, com um aumento médio de 46% na última década. O emprego no turismo cresceu 65% desde 2015, reforçando a sua relevância para a economia.

No debate Desafios da Aviação e da Ferrovia na próxima década Luís Rodrigues, CEO da TAP, afirmou que a privatização da companhia não é motivo de preocupação e que a empresa deve estar preparada para operar com ou sem privatização. “O mercado amanhã pode mudar radicalmente e não haver condições para a fazer e a TAP tem de se aguentar”, referiu, salientando que este é um assunto que é da responsabilidade do Governo.

Para Luís Rodrigues, a mensagem que a TAP tem de transmitir ao Executivo é de confiança e de que pode contar com o apoio da companhia aérea. “Confiamos no vosso trabalho é o que nós internamente dizemos às pessoas, vamos esquecer que este tema existe”, sublinhou o CEO da TAP.

Luís Rodrigues, afirmou ainda que a transição para combustíveis sustentáveis ​​é uma questão moral que precisa avançar, apesar da sua complexidade. Criticou a possível penalização de companhias aéreas na Europa por não utilizarem combustível SAF, destacando que a falta de disponibilidade impede a sua utilização.

Sobre o novo Aeroporto Luís de Camões, no Campo de Tiro de Alcochete, o presidente do Conselho de Administração da ANA garantiu no debate sobre os Desafios da Aviação e da Ferrovia, no âmbito da VII Cimeira do Turismo Português, em Mafra que a gestora aeroportuária vai cumprir escrupulosamente os prazos.

Já sobre o alargamento do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, José Luís Arnaut considerou que se está a atingir o limite máximo possível, embora possa haver ainda algumas hipóteses de crescimento.

Durante o encerramento da VII Cimeira do Turismo Português, o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) declarou que o problema não é “turismo a mais”, mas sim “uma economia a menos e uma gestão ineficiente do território”. Ele enfatizou a importância de criar novas centralidades para mitigar os impactos do turismo e sugeriu uma gestão mais eficaz dos fluxos turísticos, em vez de medidas punitivas. Criticou a regulamentação da taxa turística, propondo a aplicação do IVA Turístico como uma alternativa mais justa. Além disso, destacou a necessidade de um novo aeroporto em Lisboa e uma conexão ferroviária de alta velocidade entre Lisboa-Madrid e Porto-Madrid, para melhorar a conectividade e reduzir a pressão sobre o atual aeroporto.

Francisco Calheiros, destacou ainda a urgência na modernização da rede ferroviária, alertando para que esse projeto não se arraste como o do aeroporto, que já se discute há 30 anos. O presidente da CTP, falou também sobre a privatização da TAP, enfatizando a necessidade de Portugal ter uma postura firme nas negociações para garantir uma venda justa. Calheiros destacou que o novo proprietário da TAP deve assegurar a manutenção do hub, dos empregos e das ligações aéreas com a diáspora e as ilhas. Francisco Calheiros acredita que, com uma TAP bem administrada, um novo aeroporto em pleno funcionamento, uma ferrovia moderna e melhorias nas condições do setor, o turismo continuará a ser um motor essencial para o crescimento sustentável do país nas próximas décadas.

A encerrar a VII Cimeira do Turismo Português, o Primeiro-Ministro Luís Montenegro começou por elogiar a Confederação do Turismo de Portugal pelo papel desempenhado na venda do país “não apenas como um ponto de passagem, mas como um ponto de destino para uma oferta de turista turística diversificada”, que não assenta só no sol e na praia, mas aproveita “todo o potencial do território, todo o potencial do património”.

O Primeiro-Ministro aproveitou para destacar o valor da “marca Portugal” e o “destino Portugal” para os “cidadãos norte-americanos, portugueses emigrados e lusodescendentes”, referindo ainda que considera isso um “duplo sinal de esperança”.

Luis Montenegro, encerrou a VII Cimeira do Turismo Português, focado na reunião que teve com Pedro Nuno Santos, sobre o orçamento, antes de se dirigir para a Cimeira,

aNOTÍCIA.pt