Benfica está na final da Taça de Portugal após vencer o Tirsense

Com triunfo por 4-0 sobre o Tirsense, o Benfica prepara-se para defrontar o Sporting na final da Taça de Portugal no Jamor

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Benfica Tirsense
Benfica está na final da Taça de Portugal após vencer o Tirsense - ©Luis Batista Ferreira

Numa noite de futebol com emoção crescente no Estádio da Luz, o Benfica e o Tirsense protagonizaram uma primeira parte de batalha tática intensa, culminando num golo crucial de António Silva nos instantes finais. Apesar do domínio territorial esperado por parte dos encarnados, a equipa de Emanuel Simões demonstrou uma organização defensiva notável, frustrando as investidas do ataque benfiquista durante grande parte do primeiro tempo.

Logo aos 4 minutos, o Tirsense deu o primeiro sinal de perigo. Júnior Franco, com um remate de pé direito do lado esquerdo da área, obrigou António Silva a um corte providencial, mostrando desde cedo a concentração da defesa benfiquista.

A resposta do Benfica não tardou, com a equipa a procurar espaços na muralha defensiva do Tirsense. Tiago Gouveia, aos 15 minutos, dispôs de uma excelente oportunidade, após uma assistência de Bruma, mas o seu remate de pé esquerdo, já dentro da área, saiu ligeiramente ao lado da baliza defendida por Tiago Gonçalves.

A pressão encarnada intensificou-se com o passar dos minutos. Aos 31’, Arthur Cabral surgiu isolado dentro da área, aproveitando um passe em profundidade, e rematou de primeira para uma defesa espetacular de Tiago Gonçalves, que voou para desviar a bola para canto, levando o Estádio da Luz ao suspiro de frustração.

Seis minutos volvidos, foi a vez de Bruma brilhar. Com uma finta elegante dentro da área, o extremo deixou um defesa do Tirsense para trás e rematou em arco, com a bola a passar a escassos centímetros do poste, aumentando a sensação de golo iminente para os anfitriões.

Apesar do caudal ofensivo do Benfica, o Tirsense não se encolheu e procurou explorar contra-ataques rápidos. Aos 39’, a equipa nortenha aproximou-se da área de Dahl, com um cruzamento perigoso a ser intercetado pela defesa benfiquista. Pouco depois, José Pereira arriscou um remate de pé esquerdo de fora da área, com a bola a desviar novamente em António Silva, evidenciando o papel crucial do central nas ações defensivas da sua equipa.

Já perto do intervalo, Andrea Belotti teve nos seus pés uma excelente oportunidade, após um cruzamento de Bruma para o coração da área, mas o seu remate de pé esquerdo foi intercetado por um atento defesa do Tirsense.

Quando tudo indicava que o nulo persistiria até ao apito final da primeira parte, o Estádio da Luz explodiu de alegria. Aos 45+3’, na sequência de um canto e de alguma confusão dentro da área, a bola sobrou para António Silva, que não perdoou e desviou um remate de Leandro Barreiro para o fundo das redes. Este golo surgiu momentos depois de um cabeceamento do próprio Belotti ter embatido na barra, numa demonstração da insistência do ataque benfiquista.

Com este golo crucial, o Benfica recolheu aos balneários em vantagem, premiando a sua maior posse de bola e as diversas oportunidades criadas. No entanto, o Tirsense demonstrou ser um adversário aguerrido e bem organizado, prometendo uma segunda parte de emoções fortes. Arthur Cabral e Bruma foram elementos desequilibradores na frente de ataque encarnada, mas foi a solidez defensiva do Tirsense que manteve o resultado incerto até ao último suspiro da primeira metade. Agora, com o marcador finalmente inaugurado, resta saber como ambas as equipas irão abordar os segundos 45 minutos desta partida.

O regresso dos balneários trouxe consigo um Benfica ainda mais determinado em dilatar a vantagem no marcador. Logo nos primeiros instantes da segunda parte, Leandro Barreiro teve nos pés (ou melhor, na cabeça) uma excelente oportunidade para aumentar a contagem. Após um cruzamento preciso de Samuel Dahl, o médio surgiu em boa posição na área, mas o seu cabeceamento saiu desenquadrado com a baliza.

A pressão encarnada manteve-se intensa. Aos 48 minutos, Andreas Schjelderup dispôs de uma ocasião de ouro para finalizar um rápido contra-ataque conduzido por um inspirado Bruma. No entanto, já na pequena área, o jovem norueguês não conseguiu acertar na melhor forma na bola, vendo a oportunidade de golo esvanecer-se.

O jogo aéreo continuou a ser uma arma explorada pelo Benfica. Aos 53’, foi a vez de Arthur Cabral tentar o golo de cabeça, novamente após um cruzamento de Samuel Dahl, que se mostrava bastante ativo no flanco esquerdo. Contudo, o cabeceamento do avançado brasileiro não levou a melhor direção.

A insistência do Benfica em chegar ao segundo golo era notória. Numa jogada bem construída pela esquerda, Dahl voltou a desequilibrar e serviu Andrea Belotti na perfeição. O avançado italiano, em frente a Tiago Gonçalves, viu o guardião do Tirsense protagonizar mais uma intervenção crucial, mantendo a sua equipa na discussão do resultado.

Apesar do volume ofensivo e das diversas oportunidades criadas, o Benfica não conseguiu materializar a sua superioridade em mais golos. O Tirsense, por sua vez, mantinha-se resiliente na defesa, contando com uma exibição segura do seu guarda-redes e com a coesão da sua linha defensiva para impedir que a vantagem encarnada se alargasse. A segunda parte continuava a prometer emoções, com o Benfica a procurar tranquilidade no resultado e o Tirsense a acreditar numa possível surpresa.

A persistência do Benfica acabou por dar frutos na segunda parte, com a equipa de Bruno Lage a conseguir ampliar a vantagem e a encaminhar-se para a vitória frente ao aguerrido Tirsense.

Aos 74 minutos, o Estádio da Luz voltou a explodir de alegria. Na sequência de um canto batido por Prestianni, Arthur Cabral desviou a bola ao primeiro poste, permitindo que Bajrami, ao segundo poste, surgisse oportuno para empurrar a bola para o fundo das redes de Tiago Gonçalves. O segundo golo encarnado surgiu como um prémio à insistência ofensiva demonstrada ao longo da partida.

A resistência do Tirsense, que se havia mostrado notável durante grande parte do encontro, pareceu finalmente ceder. Apenas quatro minutos volvidos, o Benfica voltou a marcar. Desta vez, foi Andrea Belotti a aproveitar uma desatenção da defesa visitante para surgir completamente solto de marcação dentro da área. O avançado italiano não vacilou perante o desamparado Tiago Gonçalves, rematando sem hipóteses para o guardião e elevando a contagem para 3-0.

Já nos instantes finais da partida, aos 90+1 minutos, o Benfica ainda dilatou o resultado. Novamente na sequência de um canto, António Silva desviou a bola no centro da área, e apesar de uma defesa inicial do guardião do Tirsense, a bola sobrou para Leandro Barreiro, que não desperdiçou a oportunidade de fazer o quarto golo da noite.

Com este triunfo, o Benfica garante o seu lugar na tão aguardada final da Taça de Portugal, onde terá pela frente o eterno rival Sporting. A vitória sobre o Tirsense, apesar da teimosia demonstrada pela equipa visitante, sublinha a ambição do Benfica em conquistar mais um troféu, preparando assim o palco para um emocionante dérbi na decisão da Taça.

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