IV Capítulo Geral da Confraria das Couves com Feijões de Carvalhal da Aroeira

Realizou-se no domingo, 11 de Fevereiro o IV Capítulo Geral, da Confraria das Couves com Feijões de Carvalhal da Aroeira – Torres Novas.

ARLINDOHOMEM

Criada em 2015, esta jovem confraria tem por objecto a promoção e defesa da gastronomia local, no que concerne à sua qualidade e respeito pelo receituário tradicional, em especial a que tem por base os produtos genuínos da terra e em particularmente os de uso comum na aldeia de Carvalhal da Aroeira. Pretende-se valorizar a dimensão cultural dos sabores tradicionais, no âmbito do mundo rural, sublinhar a sua importância para uma alimentação equilibrada e saudável. Sob o pretexto de se partilhar uma ementa simples, procura-se valorizar a gastronomia local, como elemento cultural, mas também chamar à atenção para a relevância de garantir a identidade, enquanto comunidade, num contexto territorial específico.

O programa deste encontro iniciou-se cerca das 11.30h, na antiga escola primária, vulgo “Escola nova”. Depois da recepção dos convidados, o Grão Mestre, Luís Correia de Sousa, proferiu um breve discurso de abertura, acentuando, precisamente, a importância de conhecer e divulgar a gastronomia local, assim como todos os elementos que conferem identidade a determinada comunidade, como herança cultural que deverá ser transmitida. Seguiram-se curtas intervenções dos vereadores da Cultura e do Turismo da Câmara Municipal de Torres Novas e, após estas alocuções, deu-se início ao cerimonial da entronização de novos confrades, encerrando-se a sessão com um brinde à Confrarias e aos novos elementos. Seguiu-se o habitual cortejo, ao som da gaita-de-foles e tamboril, até ao Centro Social Cultural e Recreativo, onde foi servido o tradicional prato de couves com feijões, acompanhado, naturalmente, de outras especialidades da gastronomia local: bacalhau assado com azeite e alho; petingas no forno; pataniscas.

Do programa deste Capítulo Geral constou ainda um concerto na igreja de São Silvestre, com o Choral Phydellius, aberto a toda a população. Sob direcção do maestro João Branco, foram apresentadas obras de F. Lopes Graça, Mário Sampaio Ribeiro, André Van der Merwe, René Clausen, Franz Biebl, M. Leontovitch, Ola Gjeilo, William Dawson, James Taylor e Calvin Carter / James Hudson.

Apesar da dimensão gastronómica surgir, naturalmente, em primeiro plano, pois trata-se de uma confraria gastronómica, é propósito desta associação promover outras formas de expressão cultural, como a música ou a poesia, por exemplo, como tem vindo a acontecer em todos os encontros. Não só se pretende valorizar estes domínios como deles colher o contributo para a criação ou reforço do sentimento de comunidade. Associar a dimensão gastronómica e sociocultural dos sabores tradicionais a outras manifestações artístico-culturais é, sem dúvida, uma forma de contribuir para um enriquecimento da oferta cultural.