Salão Preto e Prata, repleto, para homenagear Carlos Zel

Ontem (23), realizou-se no Salão Preto e Prata do Casino do Estoril, a 17ª gala do fado em homenagem ao fadista Carlos Zel, falecido em 2002.

Gala do Fado – Carlos Zel
17ª gala do fado em homenagem ao fadista Carlos Zel - ©Aldrabiscas

Desde então, ano após ano, amigos e seguidores deste fadista, reconhecido por todos como um marco importante na história do fado, se reúnem nesta sala de espetáculos, para o recordar.

O palco transformou-se na sala de estar de Ricardo Carriço, que foi revisitando a história de Carlos Zel. O seu percurso musical, a participação em vários programas de televisão, em revistas do Parque Mayer e até numa telenovela revelam um artista multifacetado, que foi também um dos grandes impulsionadores das “Quartas de Fado” onde atuava todas as semanas.

Para lhe prestarem tributo estiveram presentes no palco do Salão Preto e Prata, Ana Sofia Varela, Gisela João, Hélder Moutinho, Jorge Fernando, Katia Guerreiro, Rão Kyao, Ricardo Ribeiro e Fábia Rebordão, que tomou o lugar de Cuca Roseta, ausente por motivos de saúde.

A acompanhar instrumentalmente os fadistas, estiveram José Manuel Neto na guitarra portuguesa, Carlos Manuel Proença na viola de fado e Daniel Pinto (Didi) no baixo.

Foram muitos a quem Carlos Zel, deu “a mão” quando estavam em início de carreira. Fábia Rebordão, Ana Sofia Varela e Ricardo Ribeiro a isso se referiram assim como Katia Guerreiro, que fez questão de, em palco, contar que “Ainda mesmo antes de eu fazer um concerto em nome próprio, pegou na minha mão e arriscou. Sem nunca me ouvir cantar, apenas porque confiou em amigos que já me tinham ouvido. Deu-me um voto de confiança…despois seguiram-se as noites de “quarta” e nasceu uma amizade que perdurará …e as noites de fado junto ao Carlos foram inesquecíveis…”

Rão Kyao, que protagonizou um dos momentos altos do espetáculo salientou a empatia que havia entre os dois. Até o mentor era o mesmo – Manuel de Almeida-, enquanto que Jorge Fernando, recordou “Tive a sorte e o privilégio de desde muito novo, tocar com o Carlos. tornamo-nos amigos, mais que amigos, mesmo família. Podia-vos contar muitas histórias, mas vou apenas dizer o que era a filosofia do Carlos na música. Para o Carlos a música era partilha. “

O espetáculo encerrou tal como tinha começado. Com a voz de Carlos Zel . E se no início a voz foi acompanhada por um quatro de “tecido vertical “no final a voz que encheu o salão Preto e Prata, foi escutada de pé e em silencio, interrompido por um forte aplauso quando a mesma se calou.