
Lisboa revisitada pela história
Lisboa revisitada pela história
Lisboa revisitada pela história
Lisboa revisitada pela história
Lisboa revisitada pela história
Lisboa revisitada pela história
Lisboa revisitada pela história
Lisboa revisitada pela história
Lisboa revisitada pela história
Lisboa revisitada pela história
Lisboa revisitada pela história
Lisboa revisitada pela história
Lisboa revisitada pela história
Lisboa revisitada pela história
Dessa imensa população que habitou Lisboa, mas que recebeu o rótulo histórico de minoritária, chegaram até hoje impressivos e surpreendentes testemunhos, que sublinham o carácter plural de uma cidade que se fez de rejeição, de segregação e de expulsão, mas também de tolerância, de miscigenação e de integração.
Apresentada pelos comissários Paulo Almeida Fernandes e Ana Paula Antunes e por Joana Sousa Monteiro, diretora do Museu de Lisboa, esta exposição mostra-nos a Lisboa multicultural, feita por muçulmanos, cristãos e judeus, mas também por espanhóis, franceses, ingleses, italianos, flamengos, alemães e galegos e pelos africanos da era da escravatura; é mesmo possível falar numa Lisboa africana, paulatinamente mestiça, que caracterizou a cidade, entre os séculos XV e XIX.
Dividida em vários núcleos, porque como refere Joana Sousa Monteiro, diretora do Museu de Lisboa, “a cronologia da exposição é longuíssima, A exposição não tem de maneira nenhuma a pretensão de tratar toda a complexidade cultural e religiosa que existiu em lisboa desde o principio da idade média até à republica, mas sim de chamar a atenção para a diversidade que foi convivendo de modo pacifico e não pacifico dentro da mesma cidade, dentro da mesma capital do reino ao logo deste tempo, apontando algumas linhas de continuidade e de alguma disrupção também.”
O primeiro núcleo sobre a idade média mostra a convivência entre cristãos muçulmanos, judeus e os moçárabes (cristãos sob o domínio muçulmano). Entre outras, podemos observar duas peças moçárabes anteriores à conquista de Lisboa aos muçulmanos, em 1147. Uma lápide, de 1307, único vestígio da sinagoga da Judiaria Grande de Lisboa, descoberta depois do terramoto de 1755, e uma outra que fez parte de uma mesquita que existiu na Mouraria entre os séculos XIV e XV. O primeiro foral, escrito sobre pergaminho em latim, de 1217, é outra das peças expostas nesta sala da Idade Média, que justifica a afirmação de Ana Paula Antunes: “Quando a cidade era muçulmana, houve uma tolerância e convivência com outras religiões, que muitos desconhecem”.
O segundo núcleo dedicado à ‘Lisboa dos Africanos’, dá destaque à escravatura, mas também aos negros africanos, que eram livres e que promoveram obras de arte, como se percebe por algumas peças, como uma pintura que representa Nossa Senhora do Rosário com dois negros a seus pés e que Ana Paula Antunes explica como “ São dois devotos negros que deviam ter dinheiro suficiente para encomendar esta obra”, havendo, portanto, uma integração de africanos escravizados e não escravizados, na sociedade
O terceiro tema fala sobre ‘Os europeus de Lisboa’. Espanhóis, ingleses, franceses alemães, holandeses, italianos, pequenos núcleos importantes, que deixaram as suas marcas em determinados momentos da história de lisboa e cujo material existente é tão vasto que daria para uma outra exposição, como refere o comissário Paulo Fernandes.
Em exposição, várias peças, quadros e mapas revelam a importância da presença destes europeus em Lisboa.
As peças expostas, que nos contam a história de uma Lisboa multicultural e até cosmopolita, provêm do acervo do próprio Museu de Lisboa, mas também de outras entidades, como o Museu Nacional de Arte Antiga, coleções privadas, como a Coleção Berardo, e de igrejas de Lisboa.
“Convivência(s). Lisboa Plural. 1147-1910, estará patente ao publico no Museu de Lisboa, até ao dia 22 de dezembro.