Monumento da Época Medieval descoberto em Carregal do Sal

Um monumento da época Medieval, mais propriamente, uma estela funerária de cabeceira de sepultura foi descoberta em Casal Mendo quando da realização de trabalhos agrícolas.

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Monumento da Época Medieval descoberto em Carregal do Sal - ®DR

Foi descoberto um monumento da época medieval, por um morador da localidade de Casal Mendo, quando procedia a trabalhos agrícolas. Dado o seu formato curioso e onde estavam esculpidas duas cruzes contatou o Museu Municipal. Após observação dos técnicos competentes, concluiu-se tratar-se de uma estela funerária de cabeceira de sepultura.

De salientar que esta descoberta ocorreu no Sítio Arqueológico do Passal, junto ao Penedo do Sino, ambos pertencentes ao Circuito Arqueológico da Cova da Moira. No mesmo local, existe uma outra estela funerária já conhecida e que está integrada na fachada norte de uma antiga palheira. Reforça-se assim a ligação daquele lugar a uma possível necrópole medieval, associada a uma igreja primitiva que outrora ali existiu.

Sobre a estela funerária de cabeceira de sepultura

Genericamente estela significa laje, coluna ou pilar. Pode, ou não, ostentar uma inscrição figurativa ou escrita e é comemorativa ou evocativa de determinado evento religioso ou profano. É uma forma de veicular diversos tipos de mensagens, mas neste contexto de estela funerária, ela corresponde a um marco sinalizador de uma circunstância, o sepultamento de um indivíduo. Era colocada na cabeceira das sepulturas, assente num espigão, sendo este enterrado de forma a fixá-la ao solo.

Cronologicamente, a generalização do uso deste tipo de monumentos, ocorre entre os séculos XIII e XVI (época medieval), podendo no entanto, inserir-se noutro período.

Tem uma forma circular ou discoide e possui gravado um motivo cruciforme em alto- relevo, rodeado por um círculo rebaixado, tanto no anverso como no reverso do monólito. A sua forma poderá dever-se, ao simbolismo solar daquela. Não esqueçamos que aqueles monólitos deveriam não só representar os defuntos, mas também a ligação ao mundo transcendente.

À semelhança de outros exemplares conhecidos em território concelhio, o suporte de fabrico utilizado foi o granito, matéria-prima abundante nestas paragens.

Outras estelas funerárias conhecidas no concelho, recorrem iconograficamente a motivos cruciformes, em que a cruz parece assumir-se como símbolo cristão, de identificação do defunto com a sua religião e não meramente um motivo decorativo.

A preponderância da cruz sob diversas formas, revela conceção cristã da morte e o desejo simbólico do crente em morrer junto dela, tendo em vista a ressurreição conforme o exemplo de Cristo.

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Fonte: CMCS