Festival Infinito regressa a Cascais

A segunda edição do Festival Infinito está de regresso a Cascais, com oito intervenções artísticas dispersas pelas freguesias do concelho.

Festival Infinito Cascais
Festival Infinito regressa a Cascais - ©Bruno Taveira

Depois do sucesso da 1ª edição em 2018, o Festival Infinito está de regresso a Cascais. Esta iniciativa surge com o objetivo de requalificação urbanística das fachadas dos prédios, outrora vandalizados, dando uma nova vida com cores, formas e texturas. Segundo Robz Varela, um dos fundadores da Associação Somos Torre (organizadora do evento), refere que foram escolhidos os bairros que tinham mais traços de  vandalismo, “há bairros sociais muito vandalizados, há bairros sociais esquecidos, o objetivo foi levantar a autoestima do bairro e para os jovens verem que podem fazer parte de um processo e eles também fazer um processo a seguir”.

Antes de se iniciar a intervenção, os moradores têm a possibilidade de escolhe e votar na obra, que mais apreciam e que se identifica com o local, “veem esta iniciativa com muito orgulho, porque é um projeto que podem participar, podem votar no desenho ou no tema, assim participando na parte inicial do projeto já não vandalizam”, afirma Robz Varela.

Mr. Kas, como é conhecido na Street Art, é um dos artistas que dá vida à fachada da Fundação “O Século” em São Pedro do Estoril. Com uma vasta experiência neste tipo de intervenção no meio urbano, Mr. Kas já divulgou o seu trabalho por dezassete países, o último em Amesterdão, para um Museu Street Art, que abre portas já este ano.

Para o artista, em cada evento que participa, o trabalho que desenvolve é sempre influenciado pela cultura do país, “cada evento, cada mural tem uma história por trás, e por vezes é marcado de formas distintas do espaço, do país, da história… não existe um mais especial que outro, existe sim experiências diferentes com culturas diferentes e momentos diferentes da vida”, afirma.

Quanto à obra que está a pintar (há cinco dias), foi inspirada nas crianças que residem na Fundação “O Século”, “está representado um pouco a interculturalidade de uma criança negra e outra branca e no centro tem um arco-íris, uma mensagem de paz, de amor e de união entre as raças”, refere. Quanto à técnica empregada, “utilizei um pouco o 3D, o anamórfico, o realismo, depois usei a forma do mural e adaptei ao meu desenho, com o objetivo de acrescentar algo para a comunidade local”, conclui.

São oito obras artísticas que estão a ser desenvolvidas nesta iniciativa e podem ser apreciadas até 12 de setembro no centro de Cascais, no Bairro da Torre, no Bairro Fim do Mundo, na Adroana, em São Pedro do Estoril, na Abuxarda, em Alcoitão e em São Domingos de Rana, conta com a presença de artistas como Smile1Art, FEDOR, Mr.Kas, Mr.Dheo, Huariu entre outros, a organização do Festival Infinito pretende numa próxima edição, estender a mais locais do concelho, de forma a ser criada uma rede de arte urbana em Cascais.

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