O “acordar de novo” do Turismo
Regressámos… Esta palavra tem um significado muito forte nos dias de hoje. Depois de uma paragem acidentada, por quase seis meses, voltamos a ter a oportunidade de exercer a nossa atividade. Sentimento de liberdade, de alívio, de confiança, três desígnios que farão parte desta nova fase, ansiando que esta se mantenha viva e duradoura.
Começar uma nova relação
Forçados à imobilidade e ao sedentarismo, terminamos essa relação de vez (sem direito a olhar para trás) e voltámos ao nosso ímpeto íntimo e primitivo de nómadas, de descobrir novos destinos, de viajar e procurar novas sensações. Numa palavra: renascer. De nos perdemos pelas intermináveis estradas e infindáveis trilhos pedestres, num tête-à-tête com a natureza, com as paisagens circundantes, com as aldeias e as gentes locais repletos de usos e costumes, ávidos em dar a conhecer a virtude da sua autenticidade.
Tempo de por em prática
Mesmo durante o confinamento, resignação não era a solução de todo. Foi o tempo de rever estratégias, de elaborar novos programas, de contactar diretamente parceiros e clientes. O turismo não morreu, apenas estava adormecido. Neste momento, ainda está atordoado, como que saindo do coma destes longos meses, mas confiante pela chegada do tão desejado “antídoto”: a presença de todos vós. São vocês que terão toda a força para reverter a longa letargia. E nós estamos prontos para viver com vocês novas experiências nos nossos destinos de eleição, sentindo emoções que só o turismo de natureza e as experiências vividas conseguem despoletar.
Uma nova teoria do viajar
Estamos num movimento transumante, numa migração para um novo paradigma de turismo. Tal como Michael Onfray revela no seu livro Teoria da Viagem, uma poética da geografia, “o viajante (todos nós, digo eu) está animado de uma estranha e belíssima sabedoria que o leva a conhecer o poema e a prosa do mundo”. Nunca o viajante, o nosso convidado de eleição, teve tanta informação ao seu dispor e tanta vontade de observar in loco, a orografia do terreno, a pureza da paisagem, a beleza do dia-a-dia das aldeias, o sentimento de pertença nas experiências tão sublimes e profundamente enraizadas no nosso património imaterial.
Dessa forma, o nosso foco, como prestadores de animação turística, é deixar o passado para trás e olhar 180º na outra direção. De uma perspetiva mais lacta, mais macro, diria, a visita, a atividade, a experiência, agora, têm que ser vividas no sentido mais micro, focadas de forma a deixar marca a quem nos visita. Só seremos lembrados se soubermos ‘tocar e permanecer’ na memória e nas emoções das pessoas.
Este é o novo marco do turismo, o seu novo acordar.
Artigos relacionados (30):