Setor dos eventos cresce 138% desde abril

Se as regras não aliviarem, 50% dos negócios não sobreviverá mais de seis meses apesar do setor dos eventos ter crescido 138% desde abril

Setor dos eventos cresce
Setor dos eventos cresce 138% desde abril - ®DR

O sector dos eventos em Portugal cresce e está já a dar fortes sinais de recuperação pois desde o início de abril até fim de maio registou uma recuperação de 138%, anunciou hoje a Fixando, depois de consultar 4.600 profissionais do setor e 7.000 clientes da plataforma entre os dias 17 e 23 de junho sobre a obrigatoriedade de testes Covid-19 à entrada.

Do lado dos profissionais do setor, 84% concorda com a obrigatoriedade da realização dos testes e 73% afirma que os custos devem ser imputados ao Governo.

Segundo os dados recolhidos pela maior plataforma nacional para a contratação de serviços locais, 45% dos profissionais viram-se obrigados a recorrer a ajuda financeira no último ano devido ao impacto da pandemia, num contexto onde mais de 75% dos profissionais registou quebras acimas dos 75% nos seus lucros.

O setor dos eventos cresce mas, “Caso a conjuntura se mantenha e as regras não sejam aliviadas, 50% dos negócios não sobreviverá mais de 6 meses”, pode ler-se nos resultados do inquérito.

Já do lado os clientes, 72% também concorda com a obrigatoriedade da realização de testes para a participação em eventos, com 69% a acreditar que a medida terá um impacto positivo nas empresas do setor.

No que toca ao suporte dos custos dos testes, 61% dos clientes entende que aqueles devem ser imputados ao Governo e só 17% entende que devem ser os próprios a suportá-los.

“Apenas 38% sentem-se seguros neste momento em participar em eventos familiares, 33% em eventos culturais e 78% afirma que a última vez que participou num evento foi antes da pandemia”, adianta o mesmo documento da Fixando.

O QUE DIZEM OS PROFISSIONAIS (que preferiram anonimato) SOBRE OBRIGATORIEDADE DOS TESTES:

“Sendo uma exigência do governo, a empresas não podem ser responsabilizadas pela falta de cumprimento do participante”.

“Concordo com a medida se a mesma permitir a lotação máxima ou quase máxima dos espaços”.

“Uma empresa comprometida com seu negócio não pode perder o controle de fiscalização quanto a segurança à vida das pessoas. Deve-se ter controle e cuidados obrigatórios para uma realização de sucesso do evento”.

“Se for algo mandatário para a realização do evento, os organizadores terão a responsabilidade de fiscalizar a entrada de pessoas no recinto”.

O QUE DIZEM OS CLIENTES:

“Deve ser um requisito obrigatório para o bem da saúde pública, porque o dever é de todos e só em conjunto conseguiremos resolver esta situação, porque a liberdade, implica Responsabilidade, e todos sabemos que a responsabilidade tem de ser imputada a pessoas, senão não resulta”.

“A responsabilidade de todas as ações do evento é da empresa que presta o serviço, naturalmente poderá ser debitado ao organizador”.

“Quem arrecada mais valias deve suportar os custos e incluir no PVP”.

“Só poderão entrar no evento pessoas com teste. Se for essa a regra. E se deixarem entrar, mesmo assim, a empresa é que é a responsável. Há que entender que iremos viver com este vírus durante uns anos mas a vida continua. Se estão habituados a realizar eventos para 1000 pessoas, por exemplo, reduzam para 700, e higienizem bem os espaços, uso de máscara… É que eu vejo muita desorganização e falta de senso em milhares de situações. Mas, parar é morrer”.

“Contas feitas, as empresas têm mais vantagem em pagar e ganhar com a participação dos participantes”.

“A saúde pública é um bem universal e começa em cada um. Ninguém é obrigado a participar em eventos, se assim o entendem fazer, cumpram com a sua parte, deve e tem que ser entendido como um dever cívico”.

aNOTÍCIA.pt