A sessão de lançamento do livro Memórias de Francisco Pinto Balsemão, com apresentação de Clara Ferreira Alves e Luís Marques Mendes decorreu ontem ao fim da tarde na Estufa Fria e contou com importantes presenças do panorama político, sociocultural e de media do nosso país. Durante o evento foram observadas todas as regras sanitárias em vigor emanadas pela DGS.
Em “Memórias” um volume com mil páginas, escritas «aos sábados e domingos, com largos períodos de interrupção, durante quase três anos», Francisco Pinto Balsemão abre-nos as portas do seu mundo privado, falando-nos da sua família, dos projetos editoriais, dos investimentos, dos amores e das amizades, das traições e das frustrações e, obviamente, da experiência política e governativa. A enriquecer esta obra, muitas fotografias ilustram as múltiplas dimensões de uma vida verdadeiramente plena (fonte: Porto Editora).
“Este livro não é nem pretende ser um ajuste de contas. Não estive décadas a acumular rancores para aos 84 anos servir vinganças. Não esqueço o mal que me fazem, mas por educação não sou rancoroso”, referiu Pinto Balsemão, na apresentação do seu livro, acrescentando que “tantas coisas ficaram por dizer”.
Francisco Pinto Balsemão disse ainda que este livro “Pretende esclarecer aspetos recentes da nossa história e simultaneamente pôr os pontos nos i’s acerca dos factos e situações que permaneciam nebulosos e os respetivos protagonistas”.
“Memórias” conta-nos ainda muitas histórias, onde perpassam aventuras e devaneios, mas nas quais sobressaem os amigos e, primordialmente, a mulher, os filhos e os netos. Aqui se escalpeliza toda uma vida, um percurso ímpar que contribuiu decisivamente para formar o Portugal de hoje.
Francisco Pinto Balsemão, conhecido jornalista, empresário e político português, nasceu em Lisboa, a 1 de setembro de 1937. Foi um dos fundadores do PSD – Partido Social Democrata, primeiro-ministro de Portugal entre janeiro de 1981 e junho de 1983 e presidente do seu partido de 1980 a 1983.
Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e com um Doutoramento Honoris Causa pela Universidade Nova de Lisboa e outro pela Universidade da Beira Interior, Francisco Pinto Balsemão iniciou a sua carreira jornalística, na década de 60, no Diário Popular, paralelamente com a sua atividade como advogado. No setor dos média, fundou, em 1973, o seu próprio projeto, inspirado nos semanários que se publicavam nos países anglo-saxónicos. Nasce assim o semanário Expresso, que, além de um papel importante na transição para a Democracia, se tornaria um dos mais prestigiados títulos da imprensa portuguesa. Em 1992, Pinto Balsemão lança a primeira estação de televisão privada em Portugal, a SIC.
Entre as várias condecorações que recebeu ao longo da sua vida, destacam-se: em Portugal, a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade; em Espanha, a Grã-Cruz da Real Ordem de Isabel a Católica; no Brasil, a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Cruzei! ro do Sul; em Itália, a Grã-Cruz da Ordem de Mérito; no Vaticano, Cavaleiro de Grã-Cruz da Ordem de Pio IX.
Recebeu também diversos prémios, entre eles: Prémio Personalidade do Ano 1992, atribuído pela Associação de Imprensa Estrangeira (1993); Prémio Empresário do Ano, pelo Rotary Clube de Lisboa (2002 e 2011); VII Premio de Periodismo Rafael Calvo Serer, pela Fundación Diario Madrid (2007); Prémio Arco-Íris, pela Associação ILGA Portugal (2007) e Prémio Prestígio Mercúrio, pela Confederação de Comércio e Serviços de Portugal e pela Escola de Comércio de Lisboa (2011).
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