Monstra – Festival de Animação de Lisboa, deu hoje a conhecer a sua programação

Foi hoje anunciada, na Sociedade Nacional de Belas Artes, a programação completa da MONSTRA | Festival de Animação de Lisboa 2022.

programação do Monstra
Monstra - Festival de Animação de Lisboa, deu hoje a conhecer a sua programação - ©Armando Saldanha (Aldrabiscas)

A programação completa da MONSTRA | Festival de Animação de Lisboa 2022 foi apresentada esta manhã na Sociedade Nacional de Belas Artes. De 16 e 27 de março, a 21.ª edição de A Monstra, está de regresso com uma homenagem à Bulgária e à grande cultura do leste europeu, sem esquecer o que de melhor que se faz no mundo mágico do cinema de animação em todo o mundo.

A 21.ª edição de A Monstra, não desilude e apresenta mais uma programação de luxo com 400 filmes do melhor da animação mundial. Neste festival estão representados 46 países, onde encontramos, pela primeira vez, o Egito e o Paquistão na competição internacional. As sessões decorrem no Cinema São Jorge, Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, Cinemateca Júnior e Cinema City Alvalade. Aos fins de semana, as sessões do programa Pais e Filhos decorrem no Museu Nacional de Etnologia, Centro Cultural de Carnide e Casa das Artes de Sines.

Com base no tema “A Animação analógica e digital” e as diferenças de imaginários entre o norte e o sul, o leste e o oeste, a programação deste ano incide, como explica o diretor artístico da MONSTRA, Fernando Galrito, “sobre os envolvimentos das técnicas e estéticas onde se alicerçam os antigos e novos projetos e filmes que ligam a imagem – desenhada ou esculpida – com as novas imagens criadas por meios digitais”.

Em 2022, a MONSTRA tem como país convidado a Bulgária, que comemora os 75 anos de criação do departamento de Animação do então Instituto Nacional da Cinematografia Búlgara.

Nesse contexto, fazendo uma retrospetiva profunda daquele cinema ainda que pouco divulgado, mas repleto de “pérolas” narrativas, estéticas e cinematográficas, A MONSTRA na sua programação apresenta obras dos grandes mestres da animação búlgara, como Todor Dinov, Ivan Vaselinov, Stoyan Dukov, Slav Bakalov e Nikolay Todorov, e de autores contemporâneos, como Vessela Dantcheva, Andrey Koulev, Dimitar Dimitrov, Pencho Kunchev, Gospodin Nedelchev, Boris Despodov, Andrey Paounov, e Asya Kovanova, para além de colaborações com importantes estúdios de animação do leste da Europa: o FinFilm, Boyana Film, Dido Film Art Pik.

Nesta fantástica viagem pelo cinema de animação da Bulgária, em 80 filmes, é exibido, em estreia mundial, “To Put It Mildly”, do realizador Anri Koulev.

Partindo da programação do país convidado, a MONSTRA faz a ponte com o Leste através de uma colaboração única com quatro festivais – Animateka (Eslovénia), Animator (Polónia), Animafest (Croácia) e Animest (Roménia) – numa secção intitulada “Da Europa de Leste para Portugal”.

Em antestreia, e logo no arranque da MONSTRA, dia 16 de março, “Belle”, do japonês Mamoru Hosoda, apresenta-se como um dos grandes destaques do festival, com projeção na tela do Cinema São Jorge. Nomeado para os Annie Awards e dirigido em especial a fãs de Anime e de animação japonesa, é também o filme mais visto de sempre, deste realizador, nos Estados Unidos da América.

Antes de ir para as salas de cinema, em abril, “Flee – A Fuga”, do dinamarquês Jonas Poher Rasmussen, marca presença na programação do MONSTRA 2022. Vencedor do Grande Prémio de Annecy, em França, o docudrama de animação independente, para ver na secção DokAnim, é um dos nomeados aos Annie Awards e em três categorias dos Óscares deste ano: Melhor Filme de Animação, Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Documentário de Longa-Metragem.

A Competição de Longas-metragens, na 21.ª edição do Festival de Animação de Lisboa, é composta, entre outras películas, por “Ma Famille Afghane”, da checa Michaela Pavlátová, “La Traversée”, da francesa Florence Miailhe, e “Bob Cuspe”, do brasileiro Cesar Cabral. Estes três filmes foram distinguidos no Annecy Festival, em 2021.

Do lado da Competição de Curtas-metragens encontramos “Bad Seeds”, do canadiano Claude Cloutier, “Bestia” (outro nomeado para os Annie Awards), do chileno Hugo Covarrubias, “The Awakening of the Insects” (arrecadou o prémio Melhor Música Original em Annecy), dos franceses Stéphanie Lansaque e François Leroy, e ainda “Affairs of the Art”, da inglesa Joanna Quinn, que além de ter recebido o Prémio Especial de Realização em Annecy, está nomeado, este ano, ao Óscar para Melhor Curta-metragem de Animação (a segunda nomeação de Quinn). Também nesta edição, a MONSTRA dedica uma exposição à realizadora.

A competir pelo Prémio SPA | Vasco Granja contam-se 11 curtas-metragens portuguesas, produzidas em 2021: “A Boneca de Kafka”, de Bruno Simões, “A Criação”, de José Xavier, “O Teu Nome É”, de Paulo Patrício, “Tom Tom”, de João Levezinho, “Degelo” de Susana Miguel António e Filipa Gomes da Costa, “Hillocks”, Maria Constanza Ferreira, “O Voo das Mantas”, de Bruno Carnide, “Coalescence”, de João Pedro Oliveira, “Who Can Resist?”, de Pedro Serrazina, e ” O Homem do Lixo”, de Laura Gonçalves.

A MONSTRA conta ainda com as secções de Competição de Curtas-metragens de Estudantes, Competição Curtíssimas (filmes até 2 minutos) e competição MONSTRINHA – a secção do festival dedicada aos mais novos e às famílias.

Fora da competição, destaque ainda para um programa especial dedicado ao cinema de animação brasileiro. Através da secção AnimaBR são apresentados “Rio 2096”, de Luiz Bolognesi, “O Menino e o Mundo” (um dos cinco filmes indicados ao Óscar de Melhor Filme de Animação, em 2016), “História antes de uma história”, de Wilson Lazaretti, “Tito e os Pássaros”, de Gustavo Steinberg, Gabriel Bitar e André Catoto, e “Bob Cuspe” (integra a Competição de Longas-metragens), de Cesar Cabral.

Na secção Históricos, celebram-se os 85 anos de “Branca de Neve e os Sete Anões”, a primeira longa-metragem de animação da Disney, inspirada no conto de fadas “Branca de Neve”, dos Irmãos Grimm. Em antecipação da MONSTRA, a sessão está marcada para o dia 5 de março na Cinemateca Júnior.

No capítulo das Retrospetivas e Homenagens, destaque para duas efemérides especiais de estúdios de animação portugueses: os 10 anos do BAP e os 30 anos da Animanostra (ambos são também alvo de uma exposição cada). E ainda a homenagem a uma das principais personagens de animação da Eslovénia, Koyaa. Durante a MONSTRA, o tributo é feito através de uma masterclass, uma sessão com Making Of e um Q&A com o criador de Koyaa, o realizador esloveno Kolja Saksida.

O festival apresenta ainda filmes nas secções TerrorAnim (filmes de animação de terror e fantasia) e Triple X (uma seleção de cinema de animação erótico). A secção Animação Experimental tem, em 2022, a curadoria do festival austríaco Ars Electronica, com um programa de Animação Expandida. A sublinhar também este ano, e em parceria com a Temporada Portugal-França, a Sessão Especial com curtas-metragens dos franceses Émile Reynaud e Émile Cohl, musicadas ao vivo por Jacques Cambras, na Cinemateca Portuguesa.

Quem também não vai faltar à chamada é a MONSTRINHA. Durante os dois fins de semana do festival, estão previstas sessões de curtas e longas a pensar nas famílias. O programa inclui a secção Baby MONSTRINHA, com sessões descontraídas e de entrada gratuita para crianças até aos 3 anos.

Dedicado ao público mais novo, o festival volta a abrir também o leque de sessões nas escolas e para escolas da Grande Lisboa: A MONSTRINHA Vai à Escola e a MONSTRINHA Escolas, até ao momento, já ultrapassa as 11500 inscrições.

A 21.ª edição da MONSTRA é ainda colorida por um naipe mágico de 10 exposições. “Do Outro Lado da Câmara, Os Demónios do Meu Avô” inaugurou no dia 11 de fevereiro e celebra a 15.ª parceria do festival com o Museu da Marioneta. Neste espaço histórico lisboeta, a MONSTRA parte à descoberta dos bastidores, entre cenários, personagens e texturas, da primeira longa-metragem nacional em animação de marionetas (stop motion), “Os Demónios do Meu Avô”, de Nuno Beato.

Já na Sociedade Nacional de Belas Artes, encontram-se “Desenhos de Animação”, uma viagem através de uma centena de desenhos originais da realizadora inglesa Joanna Quinn; uma exposição dedicada ao realizador búlgaro Anri Koulev, composta por 60 desenhos divididos por três secções: política, erótica e animação; e “10 anos BAP”, a partir do percurso de um dos mais promissores e premiados estúdios da nova geração de animadores portugueses.

Em contraste com o BAP, as três décadas da Animanostra, uma das mais antigas e importantes produtoras de cinema de animação em Portugal, são o motivo para uma mostra na Galeria de Santa Maria Maior. Em parceria com o festival CINANIMA, apresenta 11 dos seus mais recentes autores e realizadores que são também ilustradores e criadores de banda desenhada.

Por sua vez, no Cinema São Jorge, estão desenhos e o storyboard de “To Put It Mildly”, de Anri Koulev, imagens e cartazes dos filmes portugueses na competição nacional Prémio SPA | Vasco Granja, uma coleção de 10 cartazes do festival de cinema de animação Varna, por autores e designers búlgaros, imagens e personagens do filme italiano sobre reciclagem “Trash” e um excerto da exposição “Os Demónios do Meu Avô”.

Para quem não quiser perder pitada do festival, é já possível adquirir as acreditações que dão acesso a todas as sessões de cinema que decorrem no Cinema São Jorge e as que a estas juntam as masterclasses e talks. As primeiras têm o preço de 55€ e as segundas 70€ (menos 10€ e 15€ respetivamente para estudantes) e podem ser adquiridas através do email [email protected].

Veja a programação completa do festival aqui.

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