De volta à (re)descoberta da encantadora região da Beira Baixa

Rica em História, beleza natural e charme rural, a encantadora região da Beira Baixa é um verdadeiro museu ao ar livre que sempre nos encanta e surpreende.

região da Beira Baixa
De volta à (re)descoberta da encantadora região da Beira Baixa -©Armando Saldanha (Aldrabiscas)

A região da Beira Baixa é um verdadeiro museu ao ar livre que sempre nos encanta e surpreende, cada vez que voltamos a percorrer as suas estradas, os seus trilhos, descobrindo pedaços da nossa História coletiva nas aldeias e nos museus que visitamos ou em cada prato que saboreamos.

E quando precisamos de nos refrescar, as praias fluviais da região oferecem-nos o melhor de dois mundos: águas límpidas, cercadas por recantos calmos e frondosos e paisagens deslumbrantes.

As encantadoras Aldeias do Xisto são também um excelente destino para os viajantes curiosos que procuram os lugares mais pitorescos do País.

Um destes lugares é o local onde foi erigida a Capela de São Pedro de Vir-a-Corça, bem pertinho da Aldeia Histórica de Monsanto. Trata-se de um templo românico, rodeado por um imenso arvoredo, ‘um lugar mágico, um lugar de encantar’ dizem os locais. É ainda um ponto obrigatório para os que gostam de observar as estrelas.

São Pedro de Vir-a-Corça, foi desde cedo local de importante romaria, que terá nascido de uma lenda.

Já a Figueira, uma das Aldeias de Xisto, com apenas três dezenas de moradores, é o destino ideal para quem gosta da vida comunitária e de escavar memórias e tradições de outros tempos. A estrutura peculiar da Figueira ajuda a perceber a sua história, da qual o lobo é um dos protagonistas. A disposição das ruas – uma longitudinal e várias transversais – formava um conjunto de entradas que eram fechadas com cancelas e das quais ainda hoje subsistem vestígios. Durante a noite, as entradas eram fechadas, de modo que toda a população e os animais domésticos ficassem protegidos do ataque dos lobos e de intrusos.

Junto ao forno comunitário da Figueira, o cheiro a pão quente espalha-se, ainda hoje, pelas estreitas ruas em volta. Na parede de xisto ao lado da porta do forno, mantém-se o sistema original de marcações em que as famílias selecionavam o dia em que queriam cozer o pão. O forno era o coração da aldeia, ponto de encontro principalmente das mulheres e dos casais de namorados.

Nos dias quentes tão habituais nestes territórios da região da Beira Baixa, nada melhor que passar o tempo num sítio, onde se ouve a água a correr, os passarinhos a cantar e o sussurrar da brisa nas árvores. Um desses lugares é a praia fluvial da Fróia.

Encaixada num vale, na nascente da ribeira que lhe dá o nome, a praia fluvial da Fróia tem no enquadramento paisagístico uma das suas mais-valias. Moinhos recuperados, duas pequenas cascatas e extensos solários, com zona fluvial para os mais pequenos, contribuem para valorizar um espaço que além de condições naturais, oferece uma zona de restauração com esplanada aberta todo o ano.

Esta praia fluvial foi considerada pela Quercus como praia de Qualidade de Ouro, pelo 8º ano consecutivo.

Também os amantes de escaladas, nesta região da Beira Baixa, têm na Serra das Talhadas, no Município de Proença-a-Nova, a mais extensa Via Ferrata de Portugal, com cerca de 2190 metros. A Via Ferrata inicia-se na Torre de Vigia, obra do arquiteto Álvaro Siza Vieira, pressupondo uma caminhada de 20 minutos, cerca de 800 metros, até ao local onde se encontra o primeiro sector. De travessia, circular, esta ferrata é composta por 11 sectores, com uma ponte himalaia de 15 metros e uma ponte suspensa de 40 metros. Entre sectores existem trilhos assinalados, que devem ser respeitados, para segurança de todos e pela preservação do espaço natural.

A Torre de Vigia, primeira obra em ferro do arquiteto Siza Vieira, oferece uma vista de 360º sobre Proença-a-Nova e os concelhos vizinhos. Para além de local privilegiado de observação da paisagem, com 16 metros de altura, serve também a função de posto de vigia durante o período crítico da época de incêndios. Ao lado, o Cruzeiro da Serra das Talhadas recorda a religiosidade do povo das aldeias vizinhas.

Estas foram alguma das maravilhas que descobrimos, visitámos e que nos encantaram… Mas muito mais há para contar e para vos mostrar. Onde ficar, onde fazer uma refeição típica da região… receitas gastronómicas com tradição, como o “afogado da boda”, o “Plangaio” e a deliciosa “Tigelada”!  Em breve vos falaremos sobre isso.  

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