O programa de Enoturismo na Vindima, a que a Adega de Palmela deu início e que continua até 28 de setembro, tem visitas, provas e degustações destinadas aos amantes de vinho. O programa permite ainda conhecer os processos que ocorrem antes do vinho chegar ao seu copo, numa experiência dedicada à cultura vinícola.
Convidados a participar no programa de Enoturismo na Vindima, que a Adega de Palmela iniciou esta semana, foi com grande entusiasmo que lá chegamos “pela fresquinha”.
A receção aconteceu no espaço Moments in Nature, em Palmela, onde recebemos um “kit de vindima”, para assistir e participar no corte de uvas. Atualmente a Adega de Palmela, marca de vinhos da Península de Setúbal, representa um papel meritório e ativo na região, mantendo uma ligação afetiva e emocional no apoio à produção agrícola e vitivinícola.
A Adega de Palmela, conta com cerca de 300 associados e mais de 60 anos de cooperativismo, tendo uma função social de relevo ao honrar o nome Palmela no Mundo com os vinhos da sua marca.
Na ida para a vinha, surpreendeu-nos a visão de alguns bungalows inseridos no meio das mesmas. São cinco bungalows, que contam com uma casa de banho, televisão, wi-fi e uma cama de casal. Para quem tem filhos, dois deles têm ainda um sofá-cama. Dentro do espaço há cadeiras e uma mesa que pode levar para a entrada do bungalow para aproveitar o sol um dos sunsets mais incríveis do concelho. Cada bungalow tem o nome de uma das frutas que há na quinta da família. Pode ficar no quarto Uva, Ameixa, Maçã, Figo e Alperce.
O preço para uma noite nos bungalows é 130€ em regime de pequeno-almoço incluído. A primeira refeição do dia é servida num cesto de piquenique e, se quiser petiscar algo, tem o Moments Lounge Tapas mesmo ali ao pé.
A ideia destes maravilhosos bungalows partiu do casal Manuela e Marcolino Butes, naturais do Torrão, no Alentejo, mas a viver em Palmela há cerca de 20 anos. “Já queríamos fazer algo relacionado com o turismo há algum tempo e pensámos nestes bungalows, que ficam mesmo no meio das vinhas e da natureza”, contou Manuela Butes.
Depois de termos participado no corte das uvas, seguiu-se uma visita guiada à adega, e uma experiência de pisa a pé, das uvas colhidas, pela manhã.
O almoço servido na Cave de Barricas, acompanhado de uma prova comentada dos vinhos, retemperou-nos as energias. A cave das Barricas, é a sala onde estagiam os vinhos da casa, pintada em tons roxo, forrada a azulejaria tradicional e adornada ora com fotografias a preto e branco das vindimas de décadas idas, ora com ferramentas do processo de vinificação de outros tempos.
A ementa do almoço incluiu creme de legumes, bacalhau à Brás com azeitonas pretas e salada, lombo de porco recheado com ameixas, batatinhas e legumes, cheesecake de frutos vermelhos e bebida.
A restante visita passou pelas várias etapas da produção de vinho, da zona de receção da uva às cubas de maturação e engarrafamento, sem esquecer as duas zonas de loja e a garrafeira de arquivo, a sala que reúne o catálogo das seis décadas desta adega.
O custo desta experiência que vai acontecer nos dias 21 e 28 de setembro é de 90 euros por pessoa, podendo as reservas ser feitas através do e-mail [email protected] ou do contacto telefónico 969 127 472.
A Adega de Palmela
Seis décadas depois de nascer para enaltecer os vinhos locais, a Adega de Palmela estreia-se no enoturismo com visitas e provas. Para os dias quentes, há três rosés frutados, com a acidez que traz a proximidade ao mar e à Arrábida.
A Adega de Palmela nasceu na Margem Sul do Tejo, para fortalecer um grupo de pequenos produtores, cujo projeto juntou 50 associados e um milhão e meio de litros de vinho produzidos ao ano. Hoje, são 300 membros, a produção anual ascende aos oito milhões de litros e o total de vinhas soma mil hectares, espalhadas pelo concelho. Um crescimento que acompanhou não só a evolução do mundo e mercado vinícolas, mas também o aumento da procura dos vinhos de Palmela, em específico.
Ano após ano, o mercado tem crescido ao nível nacional e a região tem vindo a ganhar dimensão e quota de exportação. Perdemos o complexo de sermos pequenos e irmos lá fora promover e vender os nossos vinhos”, explica Luís Silva, gerente e enólogo da adega fundada em 1955, cargo que mantém há mais de uma década.
O ano de 2022, marca uma etapa importante, com a chegada da Adega de Palmela ao enoturismo em forças plenas, abrindo desde janeiro a sua adega para visitas guiadas e provas de vinhos, que podem ser acompanhadas por tábuas de produtos regionais, como queijos e enchidos. A oportunidade para provar algumas das cerca de 80 referências da casa – tintos, brancos, rosés, moscatéis e aguardentes -, com selos como os de Vale dos Barris, Villa Palma, Pedras Negras ou Vale de Touros. Os mesmos que só, no ano passado, conquistaram mais de 70 medalhas em concursos aquém e além-fronteiras.
No campo dos rosés, as criações assumem um “estilo frutado, com intensidade aromática e equilibrados com alguma acidez”, trazida a esta região quente pela “proximidade ao mar e proteção da Serra da Arrábida”, explica o enólogo. O Villa Palma Rosé é um Palmela DOC, com base no Castelão – a casta tinta que é rainha na zona -, tem aromas a frutos vermelhos e liga bem com peixe e marisco, pratos orientais e massas, por exemplo. Já nos Regionais da Península de Setúbal, a adega produz o Vale dos Barris Rosé e o Vinho Novo Rosé, ambos com mistura de Castelão, Syrah e Aragonês, sendo que a leveza do último o torna numa alternativa especialmente versátil, servindo como um bom aperitivo ou como acompanhante de uma refeição de peixe na grelha, aliado perfeito para os dias quentes.