Gloria Reynolds: os vinhos que esperam o “tempo que for necessário” para brilhar

Os topos de gama da propriedade da Reynolds têm colheitas novas, mas uma história antiga, nascida do legado familiar do produtor que aguardou nove anos para lançar o Gloria Reynolds Tinto 2013. O Branco é mais recente, de 2020, mas respeita igualmente a tradição: estes vinhos só chegam ao mercado em anos de exceção.

vinhos Gloria Reynolds
Gloria Reynolds: os vinhos que esperam o “tempo que for necessário” para brilhar - ®DR

Os vinhos Gloria Reynolds expressam o expoente máximo não só da produção da Reynolds Wine Growers, mas também da história da família que está no Alto Alentejo desde 1850. Gloria é o nome da mãe de Julian Reynolds, uma das inspirações do produtor de vinhos de origem inglesa para fixar-se, até aos dias de hoje, na Herdade da Figueira de Cima (Arronches), onde dá vida às inovações em tempos trazidas pela família para a região e o país.

Foi ainda o trisavô de Julian, Robert Reynolds, a introduzir em Portugal a casta Alicante Bouschet e a maneira “afrancesada”, assim lhe chamavam na altura, de fazer vinhos, recorrendo ao estágio em barrica. Ambos – a casta e o estágio – são hoje parte fundamental do Gloria Reynolds Tinto.

A colheita de 2013, que chega agora ao mercado, é 100% Alicante Bouschet, estagiou dois anos em barricas de carvalho francês de 225 litros e esperou outros sete anos, em garrafa, até ver a luz do copo. Afinal, esse é o pressuposto que faz nascer cada vinho Gloria Reynolds: o tempo que for necessário, por um lado, de estágio e, por outro, para se perceber se a colheita de determinado ano é digna do peso da “chancela” Gloria.

Foi o que aconteceu, no Tinto, com o ano de 2013. Autêntico e puro, este novo Gloria Reynolds destaca-se pelo aroma fresco e frutado, que contrasta com a estrutura forte, pronta a surpreender a cada trago. Ao copo, deve chegar entre os 16ºC e os 18ºC, devendo também ser decantado uma hora antes de ser consumido, a acompanhar pratos de alta gastronomia.

Já o Gloria Reynolds Branco de 2020, que estagiou durante um ano em barricas de carvalho francês e um ano em garrafa, traz um toque mineral que persiste, frontal e fresco, na boca. Servido entre os 13.ºC e os 14.ºC, é particularmente saboroso a acompanhar patês, queijos e pratos de elaborados de peixe.

“Quando começámos a lançar vinhos tranquilos de estágio muito prolongado, houve alguma estranheza no consumidor. Muitas vezes, diziam-nos que estávamos a vender vinhos “velhos”, porque não o tínhamos conseguido fazer antes. A força que o tempo imprime a estas colheitas provou o contrário: o envelhecimento não é sinal de enfraquecimento, mas de força e qualidade para uma boa longevidade. É nesta forma de fazer vinho que acreditamos e que estendemos não só aos Gloria Reynolds, como a outras gamas”, explica Julian Reynolds.

Por esta altura, chegam às prateleiras e restauração outras duas colheitas “novas” em tudo, exceto no ano. Julian Reynolds Grande Reserva 2014 traz também a força da Alicante Bouschet (80%) e pequenas partes (10% cada) de Syrah e Cabernet Sauvignon, duas parcelas de vinha que o produtor carinhosamente apelida como “sal e pimenta”, por “temperarem” este vinho. Já Robert Reynolds 2010 traz um licoroso alentejano, totalmente feito com Alicante Bouschet, a casta da casa.

Mais informações:

Gloria Reynolds Tinto 2013. PVP 60€

Gloria Reynolds Branco 2020. PVP 36€

Julian Reynolds Grande Reserva 2014. PVP 32€

Robert Reynolds 2010. PVP 36€

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