Portugueses – uns planeiam cortar nas despesas de alimentação, outros recorrer aos pagamentos fracionados

Portugueses planeiam cortar nas despesas com alimentação e recorrer a pagamentos fracionados devido a ajustes nos orçamentos familiares

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Portugueses - uns planeiam cortar nas despesas de alimentação, outros recorrer aos pagamentos fracionados - ®DR

44% dos portugueses planeiam cortar nas despesas com alimentação e 37% tencionam recorrer aos pagamentos fracionados até ao fim do ano.

Num cenário de inflação a subir, o Oney acaba de divulgar os resultados da terceira edição do Barómetro Europeu das Melhores Práticas de Compra, um estudo realizado em parceria com a Harris Interactive com base num inquérito a uma amostra representativa da população europeia, concretamente em Portugal, Espanha e França.

O estudo revela as incertezas comuns dos europeus que os levam a rever, em baixa, as suas intenções de gastos até ao final deste ano. Os pagamentos fracionados (Buy Now Pay Later), que têm continuado a crescer nos últimos anos, são agora uma solução para apoiar o consumo em Portugal e na Europa.

Dados mais relevantes:

  • 1 em cada 5 consumidores europeus espera gastar mais nos próximos meses;
  • 44% dos portugueses planeiam cortar nas despesas de alimentação;
  • 34% dos portugueses vão cortar nas despesas de saúde;
  • Quase 1 em cada 3 consumidores europeus vai recorrer a soluções de financiamento para grandes compras;
  • 35% dos portugueses planeiam pagar em 3 ou 4 prestações até ao final deste ano;
  • Quase 50% dos utilizadores de pagamentos fracionados, a nível europeu, não teriam comprado se não pudesse utilizar esta facilidade de pagamento.

Até ao final de 2022, 44% dos portugueses planeiam reduzir as suas despesas com alimentação e 34% planeiam reduzir o seu orçamento para a saúde:

O Barómetro revela um forte desejo entre os europeus de limitar as suas compras, particularmente aquelas a que se pode chamar “despesas inevitáveis”, cujo preço tem subido acentuadamente nos últimos meses.

Ao nível energético, 2 em cada 3 europeus dizem, agora, que planeiam reduzir estes custos, sendo esta uma tendência mais acentuada em Portugal. Entre os portugueses inquiridos, 73% afirmam que a redução do consumo energético faz parte das suas intenções até ao final do ano, enquanto 64% dos espanhóis e 53% dos franceses planeiam fazer o mesmo.  

 Ao mesmo tempo, mais de metade dos europeus dizem que nos próximos meses pretendem reduzir alguns dos seus gastos em bens de consumo relacionados com lifestyle (vestuário, decoração, equipamento eletrónico e doméstico, passeios culturais, viagens), mais uma vez, sintomático de uma sensação de limitação.

A alimentação e a saúde também estão envolvidas, com quase metade dos portugueses (44%) que planeiam tentar cortar as suas despesas com a alimentação e 34% a pretender reduzir os seus custos de saúde, até ao final do ano.

A nível alimentar, as intenções revelam-se bastante alinhadas entre os três países em análise, com percentagem aproximada de franceses (44%) e espanhóis (41%) a pretenderem cortar nesta rúbrica. Relativamente a despesas de saúde, os franceses são os que menos pretendem reduzir as suas despesas nesta área (27%), o que compara com a intenção de 33% dos espanhóis.

Os europeus, sem reduzir significativamente todas as suas despesas, estão a adaptar o consumo para comprar de forma diferente e equilibrar o orçamento num contexto de preços crescentes e de forte pressão sobre o seu poder de compra.

O financiamento do consumo é agora uma tendência bem estabelecida para a população portuguesa:

No início do ano letivo de 2022/23, altura em que o inquérito foi realizado, quase dois terços dos portugueses referiam já ter utilizado soluções para financiar algumas compras (61%), e mais de um quarto já as ter utilizado várias vezes (29%). Portugal é o país onde a prática parece estar mais estabelecida, apesar de, mesmo nos outros países, cerca de metade dos inquiridos (48% dos espanhóis e 51% dos franceses) afirmar já ter recorrido a soluções de financiamento.

Relativamente ao tipo de compras em todos os países, o crédito ao consumo é principalmente utilizado para compras únicas e pontuais (81% dos europeus) e corresponde a bens mais dispendiosos, tais como veículos (44%), equipamento informático (32%) ou mobiliário (23%).

A utilização de soluções para financiar compras está, portanto, agora bem estabelecida nos hábitos dos europeus e os que não tencionam utilizar o crédito ao consumo nos próximos meses, justificam esta escolha com taxas de empréstimo demasiado elevadas (35%), com o receio de sobre-endividamento (30%) ou simplesmente a falta de necessidade de contrair crédito (30%). A credibilidade das instituições de crédito não é questionada, uma vez que 84% dos inquiridos dizem confiar nelas.

Pagamento fracionado, um aliado diário utilizado por mais de um terço dos portugueses

Por conseguinte, entre as várias soluções de financiamento, a análise demonstra que a utilização do pagamento fracionado é a mais popular.

De facto, quando questionados sobre os seus planos para o final do ano, 35% dos portugueses dizem querer recorrer a este método de pagamento, dando-lhe preferência relativamente ao recurso ao crédito ao consumo (23%). Esta tendência é observada em todos os países em análise, sendo ainda mais notória entre os franceses (44%).

Os europeus pretendem utilizar o pagamento em prestações principalmente para compras relacionadas com produtos informáticos, alta tecnologia e eletrodomésticos. Por exemplo, 47% dos portugueses que tencionam utilizar o pagamento fracionado, pretendem utilizá-lo principalmente para este tipo de bens, assim como para a aquisição de artigos de mobiliário e decoração (26%) e viagens (22%).

Para além da evidência de que o pagamento fracionado é uma tendência implementada entre os europeus, onde comprar é também um fator importante na escolha, para mais de um terço dos inquiridos, que indicam que escolherão em primeiro lugar e principalmente as marcas que oferecem este tipo de financiamento.  50% dos espanhóis, 45% dos franceses e 44% dos portugueses afirmam mesmo que não teriam comprado a um retalhista se este não tivesse a opção de pagamento fracionado.

aNOTÍCIA.pt