A pintora Graça Morais é a vencedora da 8ª edição do Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural, instituído pela Estoril Sol. Com mais de 50 anos de vida artística, Graça Morais tem um percurso ímpar de cidadania cultural, sendo considerada uma das grandes referências na história da arte contemporânea europeia.
O Júri, presidido por Guilherme d`Oliveira Martins, elegeu Graça Morais como vencedora do Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural, tendo em consideração “o seu percurso cultural, artístico e cívico. Desde a sua juventude a artista teve uma permanente participação activa na defesa do humanismo, do respeito pela dignidade humana e dos direitos humanos. Uma ligação muito forte à terra e às tradições populares e uma permanente atenção à dureza da vida e à compaixão têm caracterizado uma assinalável coerência na sua obra”.
“De facto, para Graça Morais a cidadania cultural constitui algo de natural e necessário. O seu talento artístico e a escolha dos temas para as suas obras, em estreita ligação íntima, têm sempre subjacente a atenção aos outros e o cuidado relativamente aos mais vulneráveis. A artista e a cidadã estão sempre presentes, o que constitui um singular exemplo no panorama artístico contemporâneo, merecedor de especial reconhecimento”, sublinhou o júri.
Maria da Graça Pinto de Almeida Morais nasceu a 17 de março de 1948, no Vieiro, aldeia perto de Freixiel, concelho de Vila Flor, em Trás-os-Montes. Viveu em Moçambique entre os anos de 1957 e 1958, tendo regressado no ano seguinte a Vieiro. Em 1966 ingressou na Escola Superior de Belas Artes do Porto para estudar pintura, tendo concluído o curso em 1971 e apresentado a exposição de avaliação do 5.º ano, na Escola Superior de Belas Artes do Porto. Em 1974, expõe pela primeira vez, no Museu Alberto Sampaio, em Guimarães.
Concluiu o curso superior de pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP) em 1971 e, entre os anos 1976 e 1979, viveu em Paris, como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, sendo membro da Academia Nacional de Belas Artes e de diversas associações, confrarias e fundações culturais.
Graça Morais, desde 1974, realizou e participou em mais de uma centena de exposições individuais e coletivas, em Portugal e no estrangeiro. Em 2008, foi inaugurado o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais (CACGM), em Bragança. O edifício é da autoria do arquiteto Souto Moura, e já acolheu diversas exposições da artista. Dez anos mais tarde, foi criado o Laboratório de Artes na Montanha – Graça Morais (LAM-GM) que visa promover novas oportunidades para atividades de ensino e investigação.
Ao longo da sua carreira, a sua obra conquistou inúmeros prémios e distinções, tendo sido condecorado com o Grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, atribuído pelo Presidente da República Jorge Sampaio, em 1997. E, em março de 2019, o seu contributo para as artes foi reconhecido com a Medalha de Mérito Cultural que recebeu das mãos da ministra da Cultura, Graça Fonseca.
É membro da Academia Nacional de Belas Artes e de diversas associações, confrarias e fundações culturais.
Instituído pela Estoril Sol, o Prémio, com periodicidade anual e com o valor pecuniário de 20 mil euros, foi criado em homenagem à memória de Vasco Graça Moura. Recorde-se que nas edições anteriores foram distinguidos, Eduardo Lourenço, José Carlos Vasconcelos, Vitor Aguiar e Silva, Maria do Céu Guerra, Carlos do Carmo, Emílio Rui Vilar e Zeferino Coelho.