A menos de uma hora de Lisboa, no coração do Cartaxo, a Quinta do Sampayo, está pronta para voltar a ser uma insígnia de qualidade dos vinhos da região. Após um breve momento de pausa, esta quinta imortalizada na obra de Almeida Garrett, “Viagens da Minha Terra”, regressa assim ao património emocional de gerações para elevar o vinho ao lugar que é seu e fazer dela uma referência no panorama do enoturismo nacional e aumentando a oferta dos Vinhos do Tejo.
Com uma história de séculos impregnada no solo, nas barricas, e nas paredes, Ana Macedo – e restante equipa – apresentou o (re)lançamento da Quinta do Sampayo, uma propriedade que soma 88 hectares e mais de 300 anos de História, honrando a memória dos seus antepassados, e brindando sobretudo à mudança, aos recomeços e ao futuro.
Novos vinhos e um projeto de enoturismo fazem parte de algumas das novidades apresentadas na Quinta do Sampayo, que, além da equipa residente, contou ainda com a participação da Chef Justa Nobre e da artista Rita Guerra. O dia foi pontuado por uma visita à Quinta do Sampayo, à adega e às vinhas, mas também – claro está, pela prova dos novos vinhos produzidos nesta nova era que marca o recomeço de uma quinta com séculos de história e que, depois de 10 anos de pausa, pretende voltar a colocar a Quinta do Sampayo no mapa dos vinhos de excelência e como referência no panorama do enoturismo.
Esta foi a oportunidade para conhecer os Quinta do Sampayo – Colheita 2023, branco, feito a partir da frescura das castas Arinto e Fernão Pires, com um perfil cítrico e leve, e o Quinta do Sampayo 2023 Tinto, um blend de três castas – Castelão, Syrah e Touriga Nacional – com estágio de seis meses em barrica, que vai buscar notas de especiarias, tostas e frutas vermelhas.
Segundo Ana Macedo, filha de José Macedo (o responsável pela grande transformação da quinta), que assumiu desde novembro de 2022 a decisão de reerguer a Quinta do Sampayo “Voltar à Quinta do Sampayo significa honrar a visão do meu pai e, de alguma forma, continuá-la, à luz da minha própria visão do que a Quinta pode ser, da marca que pode deixar na Região e nos vinhos produzidos. É uma honra receber-vos hoje. A nova era da Quinta do Sampayo começa hoje, neste momento tão importante e especial para nós”.
A propósito dos vinhos agora lançados, Ana Macedo revelou ainda que os rótulos foram criados pela jovem designer gráfica Carolina Miranda e que traduzem na sua estética a paixão e emoção do projeto agora apresentado e que conferem a nova identidade e “impressão digital” da renovada Quinta do Sampayo.
Alberto Miranda, o viticultor da Quinta revelou que “a missão é ambiciosa: criar vinhos de excelência. Para isso, e desde que se tomou a decisão de retomar a produção de vinhos na Quinta do Sampayo, preservando a sua essência, apostámos numa nova abordagem: o RIR – Renovar, Inovar e no Rejuvenescimento.” Atentos às novas tecnologias, a novos métodos de produção, mas também às alterações climáticas e à sustentabilidade, a Quinta do Sampayo renovou equipamentos, apostou na diminuição da contaminação dos solos, promove ativamente a biodiversidade, entre outras estratégias, que visam atingir os objetivos propostos.
Por seu turno, Marco Crespo, o enólogo da Quinta do Sampayo partilhou que se pretende “um crescimento sustentável nas vinhas, que têm uma capacidade de produzir até 1 milhão de litros de vinho”. Ainda longe desses números, claro, Marco defende uma estratégia a longo prazo para que se aposte na qualidade dos vinhos produzidos e disponíveis no mercado, mas também na renovação do olival com cerca de 50 anos, que permitirá, mais tarde, num intervalo de 3 a 5 anos, avançar para a produção de azeite.
Renata Abreu, consultora comercial, responsável pela distribuição dos vinhos com chancela Quinta do Sampayo, definiu o posicionamento dos vinhos agora apresentados como pertencentes “a um segmento médio, médio/alto. Serão distribuídos por agora pelos canais tradicionais para posicionar e construir a marca, quer seja nos distribuidores regionais, canal Horeca ou através do retalho especializado permitindo assim um crescimento de forma orgânica.”
Foi ainda revelado que, o projeto de enoturismo avança, para já, sem alojamento, mas concentrado nas visitas à Quinta, provas de vinhos e eventos enogastronómicos de diversas naturezas: corporativos e/ou privados.
A Quinta do Sampayo dispõe de uma cozinha profissional, que contará com o selo de qualidade da Chef Justa Nobre, e espaços próprios para a organização de eventos.
Durante o evento foi servido um almoço criado e confecionado pela Chef Justa Nobre, aos comandos da cozinha, composto por sopa de robalo com massinhas e camarão; bochechas de porco a baixa temperatura com especiarias; farófias; sopa dourada e pudim Abade de Priscos. O almoço foi ainda acompanhado pelas atuações de Tânia, de um trio composto por Alberto Miranda (viticultor), Marco Crespo (enólogo) e um ex-colega dos tempos da universidade em Santarém e de Rita Guerra.