
As Marchas Populares de Lisboa são uma tradição muito querida por todos os lisboetas, que acontece todos os anos em junho, durante as festividades de Santo António. Em 2025, este evento volta a afirmar-se como uma festa vibrante e colorida, reunindo diversas freguesias da cidade que competem com coreografias criativas, trajes típicos e músicas animadas. As marchas são uma expressão autêntica da cultura lisboeta, que atrai tanto residentes como turistas. Além dos desfiles, o mês de junho em Lisboa é também marcado por festas, concertos e outras atividades culturais.
Lisboa volta a vestir-se de cor, brilho e tradição com as Marchas Populares de 2025, sob o mote “A Alma de Lisboa”. As 23 marchas participantes desfilam na Altice Arena, transmitindo a alegria dos bairros, o talento das coletividades e a paixão de quem mantém viva esta expressão de identidade popular. Este ano é particularmente especial, com a entrada oficial das Marchas Populares no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, um reconhecimento merecido para uma tradição que mobiliza milhares de pessoas e 28 coletividades.
Uma das grandes novidades é o lançamento de uma caderneta de cromos dedicada às marchas. Fernanda Maria Rodrigues, funcionária da EGEAC há três décadas, foi homenageada como “Cromo número um”, num gesto simbólico de reconhecimento pelo seu contributo à cultura lisboeta.
No primeiro dia de exibições, a 30 de maio, a Voz do Operário, que desfilou fora de concurso, apresentou o tema “A Paz”, uma mensagem simbólica de liberdade e democracia, num tempo de desafios globais. O Lumiar celebrou as antigas tabernas do século XX com o tema “No Lumiar a cantar, há taberna e vinho a rodar”. São Vicente evocou o Terramoto de 1755 com “Primeiro estremece, depois floresce”, um tributo à resiliência lisboeta. A Mouraria levou à cena a “Oração da Mouraria”, inspirada na Procissão de Nossa Senhora da Saúde. A Graça apresentou “Namoro Operário”, uma história de amor que homenageia as vilas e tradições do bairro. A Boavista homenageou o pão como símbolo de partilha e sustento com “Casa sem pão, todos ralham e ninguém tem razão”. A Bela Flor-Campolide celebrou a união dos bairros da freguesia com “O Amor que nos uniu”. Marvila encerrou a noite com “Marvila, bairro dos sonhos simples”, homenageando a história e a transformação urbana do bairro.
No segundo dia, 31 de maio, a Altice Arena voltou a encher-se de cor, música e emoção com as atuações das Marchas dos Mercados, Bica, Penha de França, Carnide, Alfama, Bairro Alto, Alto do Pina e São Domingos de Benfica.
A noite começou com a Marcha dos Mercados, uma participação extra-concurso que homenageou a cultura avieira, com o tema “Do Tejo à Ribeira, para Lisboa Inteira!”, com marchas de Paulo Colaço e Nuno Feist. Seguiu-se a Marcha da Bica com “Um coração em cada porto”, evocando a vida boémia lisboeta. A Penha de França apresentou “Tic…Tac, no Relógio do Artesão”, e Carnide homenageou o amolador e a florista de rua com “Na roda da minha vida, há uma rosa atrevida”.
Alfama emocionou com “Agora somos nós”, uma sentida homenagem às origens humildes e acolhedoras do bairro mais antigo da cidade. O Bairro Alto encantou com “Onde o tempo guarda histórias”, celebrando os alfarrabistas como verdadeiros guardiões da memória lisboeta. A penúltima marcha da noite foi a do Alto do Pina, que apresentou “Regas-me a alma”, uma narrativa de amor eterno entre a Lisboa aguadeira e o galã do bairro. O encerramento coube à Marcha de São Domingos de Benfica, organizada pela Comissão de Moradores de São Domingos de Benfica, com o tema “São Domingos em Flor: amor no laranjal”, que retrata a história da zona das Laranjeiras através de um olhar romântico e poético.
As Marchas Populares continuam este domingo com as atuações da Santa Casa, Castelo, Beato, Alcântara, Olivais, Benfica e Madragoa, prometendo encerrar esta fase de exibições com mais momentos de emoção e celebração da alma lisboeta. As marchas não são apenas um concurso: são um reflexo vivo da identidade e memória da cidade.