‘Suite 647’ estreia no Auditório dos Oceanos com sala cheia

Já se imaginou a viajar no tempo? Como reagiria? Pois bem. ‘Suite 647’ retrata essa aventura. Linhas temporais diferentes retratadas em palco numa peça com pouco mais de duas horas.

Aldrabiscas

Gabriela Barros, Jorge Corrula, Manuela Couto, Ruben Madureira, Sérgio Praia e Sissi Martins estrearam esta quarta-feira, no Auditório dos Oceanos, no Casino de Lisboa, a peça cujo guião foi escrito originalmente em 1995 pelo escritor e dramaturgo inglês Alan Ayckbourn, traduzido e adaptado posteriormente por Fernando Villas-Boas.

Um ‘triller’, com muito suspense à mistura, mas que proporciona momentos de verdadeiro riso.

Várias foram as personalidades que fizeram questão de marcar presença nesta estreia, como foi o caso da atriz Paula Lobo Antunes que salientou, durante o cocktail que se deu antes do grande momento, a importância de apoiar não só o marido, Jorge Corrula, como o restante elenco.

“Tenho um grande carinho pelos atores todos, principalmente pelo Jorge como é óbvio, mas estou confiante que ele vai fazer um excelente trabalho”.

Com uma longa carreira de sucesso, Octávio Matos realçou a importância do apoio aos atores mais velhos não poupando elogios ao seu amigo e encenador da peça, Fernando Gomes, a quem apelidou de “um dos maiores”.

“Ele é um pouco esquecido, como normalmente é assim neste país, As pessoas têm uma carreira fabulosa e, de repente, as pessoas esquecem-se. As pessoas devem acarinhar os seus atores”.

Numa altura em que, mais que nunca, os artistas unem-se por mais apoio à cultura, nem do dia da estreia o tema foi esquecido.

“Independentemente das minhas tendências clubísticas, (que eu sou benfiquista assumido), fala-se demasiado de futebol em Portugal, o que é uma pena”, começou por dizer Paulo Pires, acrescentando ser “uma pena que as pessoas não queiram um pouco mais de cultura”.

O ator foi mais longe e nomeou alguns acontecimentos nacionais e internacionais que, no seu ver, têm assumido pouca importância na comunicação social.

“Eu também adoro futebol. Mas ultimamente tem acontecido uma coisa que é, e já estou a ir para além da cultura, tudo aquilo que está a acontecer na Síria, a relação económica dos EUA com a China, a relação do Trump com o Putin, o Lula no Brasil e a questão dos subsídios para a cultura e fala-se só da crise do Sporting. E se fosse da crise do Benfica o discurso seria o mesmo”.

Apesar da luta pelos direitos, Alda Gomes sublinha a união dos artistas.

“No meio desta crise toda continua a ver produções, continua a haver teatros a estrear, séries a serem produzidas, novelas a serem feitas, filmes que vão estrear. No meio destas crises todas ainda se faz, ainda pomos mãos à obra, ainda nos unimos em prol da cultura e do público para vir assistir. Isto é para o público. Nós não vivemos sem ele. Isto é mágico”.

A magia continua agora no Auditório dos Oceanos, no Casino de Lisboa, e viajará até ao Porto, no Teatro Sá da Bandeira, a 13 de Setembro.