O álbum acústico dos Xutos & Pontapés, “Se me amas”, chegou às lojas a 14 de outubro e entrou diretamente para o número um do top nacional. Ontem, sexta-feira, deram o primeiro de dois concertos no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.
O concerto levava já dez minutos de atraso, com um público que atravessava várias gerações e que quase encheu o Coliseu numa impaciência animada, quando aquela que é considerada uma das maiores bandas portuguesas de rock entrou em palco.
Descontraídos e sorridentes, Tim, Zé Pedro, Kalu, João Cabeleira, Gui e o convidado Nuno Espírito Santo no baixo, mostraram, mais uma vez, que os palcos são a sua casa. Afinal de contas, e como disse Zé Pedro, já “são 37 anos de estrada”.
O passeio pelos dezoito álbuns editados começou com o tema ‘Chuva Dissolvente’ e continuou com ‘Há qualquer coisa’, ‘Nós dois’, ‘De madrugada (Tu & Eu)’ e ‘No quarto de Candy’.
‘Se não tens abrigo’, ‘Pequenina’, ‘Conta-me histórias’ foram as músicas que se seguiram e os fãs fizeram ver o quão difícil é assistir sentado a um concerto dos Xutos. Entre aplausos, assobios e palmas ouviu-se ‘Da Nação’, tema dedicado ao prémio Nobel, Bob Dylan e, antes do intervalo, ainda houve tempo para ‘Se me amas’.
A segunda parte principiou com ‘Doçuras’ e com a banda sentada num sofá vermelho, em forma de duas mãos, com Zé Pedro a revelar que “O sofá é lindo! Era meu. Duas mãozinhas a aguentar uma banda é obra!”.
Um dos momentos mais intimistas surgiu com ‘Esta Cidade’, levando a que fossem aparecendo vários braços cruzados em X, elemento incontornável quando se fala em Xutos & Pontapés.
Em’Um Deus’, Kalu passou para o piano e, antes de se ouvir ‘Remar, remar’, o baterista confessou que “gosto mais de tocar bateria” e, a aventura “no palco onde já tocou Zeca Afonso”, como afirmou Tim, continuou com os temas ‘Homem do Leme’ e ‘Circo de Feras’.
Com ‘Lisboa’, a banda homenageou João Ribas, vocalista da banda punk portuguesa Tara Perdida falecido em 2014 e aproveitou para agradecer à “nata da nata dos técnicos em Portugal porque sem eles não éramos metade do que somos”.
‘Pensão’, ‘Ai se ele cai’ e ‘Dia de São Receber’ foram os temas que antecederam o tema que faria todo o público levantar-se para dançar: o clássico ‘Contentores’.
Antes do encore, Zé Pedro esclareceu que a “razão para ainda tocarmos são exclusivamente vocês” e o sr. Arlindo, professor que usa as músicas da banda para ensinar português na Sciences Po, em Poitiers, França, e presente nas primeiras filas com o seu inseparável cartaz “Queremos os Xutos em Poitiers”, é um dos melhores exemplos do sucesso dos Xutos & Pontapés.
A despedida aconteceu com ‘Maria’, ‘Minha Casinha’ e com ‘Para Sempre’, banda sonora do filme de Joaquim Leitão, “Tentação”.
Hoje sobem novamente ao palco do Coliseu dos Recreios para um concerto já esgotado.
