Nick Cave foi a grande atração do Meo Kalorama, mas e os outros?

Nick Cave foi a grande atração, do último dia do Meo Kalorama, mas também muitos outros, entre os quais os Ornatos Violeta, os Disclosure, e Tiago Bettencourt, incendiaram os fãs que esgotaram a primeira edição deste festival.

Nick Cave no Meo Kalorama
Nick Cave foi a grande atração do Meo Kalorama, mas e os outros? - ©Pedro Estevens

O último dia do Meo Kalorama ficou marcado pela atuação de Nick Cave, mas também de muitos outros, entre os quais os Ornatos Violeta, os Disclosure, Grand Pulsar, Peaches e Tiago Bettencourt, que incendiaram os fãs que esgotaram a primeira edição deste novo festival de Lisboa. No balanço do Meo Kalorama, que terminou ontem a organização referiu em conferência de imprensa, que mais de 112 mil pessoas, passaram pela Bela Vista, ao longo dos três dias de festival.

Como brinde para os pioneiros do Meo Kalorama, a organização confirmou as datas para 2023 e colocou à venda bilhetes a preço especial, só no recinto, neste último dia.

Nick Cave encerrou o último dia do festival Meo Kalorama, no palco MEO, para milhares de fãs de todas as gerações. Depois da passagem em junho pelo NOS Primavera Sound, Nick Cave, sempre bem acompanhado pelos Bad Seeds regressou este sábado a Portugal, naquele que foi o concerto de encerramento da sua digressão.

E foi com Get Ready for Love, que Cave abriu o espetáculo, recuando até 2004, ao disco Abbatoir Blues / The Lyre of Orpheus. Por lá ficou e o remate seguinte fez-se com There She Goes, My Beautiful World, mais cinematográfica, mas não menos enérgica.

Num alinhamento marcado por momentos mais contemplativos como “Children”, ou “I Need You”, tocada a solo, ao piano, com Cave muito emocionado, mas também por outros mais barulhentos, como Tupelo, em pouco mais de duas horas, interação com o público não faltou, com o cantor / compositor australiano a subir e descer as escadas que ligavam o palco às primeiras filas da plateia.

Seguiu-se mais uma injeção de energia, ao interpretar a intemporal Higgs Boson Blues, seguida de City of Refuge e Vortex, antes da contemplativa – e quase sem qualquer instrumentação a não ser sintetizadores – Ghosteen Speaks, tirada do mais recente disco da banda. O fecho fez-se com The Weeping Song, para que não restasse qualquer ponta de ceticismo mesmo aos 64 anos, Nick Cave continua a ser um enorme showman, ainda com muito para dar.

Antes de Nick Cave, já muitos se encontravam colados ao palco MEO para um final de tarde ao som dos icónicos Ornatos Violeta. Várias gerações receberam de braços abertos, Manel Cruz, Kinörm, Peixe, Nuno Prata e Elísio Donas, prontos para uma hora de concerto recheada de canções que marcaram o pop-rock português.

Com muita energia, os Ornatos começaram com “O Monstro…”, e ‘Coisas’, versos que se repetiram e levaram Manel até perto da multidão, seguindo-se “Pára de Olhar para Mim”. Mas foi O.M.E.M – um hino bem com “Chaga”, os saltos e o mosh pit realçaram o pó do Parque da Bela Vista, ouvindo-se o coro perfeito da multidão que sabia a letra de cor.

No Palco Colina, os Peaches, subiram ao palco, para trazer até Lisboa a tour de aniversário do seu segundo disco The Teaches of Peaches, lançado em 2000, mas que só agora teve direito a digressão comemorativa.

E foi justamente a viajar no tempo que grande parte do concerto aconteceu. Set it Off-Hot Rod-Cum Undun, Merrill Nisker (nascida para a música como Peaches) deixava as intenções bem patentes. E, à quarta canção, já a artista andava no meio público. Nada de crowdsurfing, mas sim andar sobre o público. ”

E sabendo-se que Peaches é tudo menos politicamente correta, a extravagância e a ousadia surgiam logo a seguir, quando em Suck and Let Go, as bailarinas se despiram e Peaches ficou como, passou grande parte do tempo, em topless, apenas com os mamilos tapados.

Se quem esperava um concerto contido, pouco polémico e extravagante, certamente saiu defraudado, mas com uma certeza: a mensagem de libertação feminina passou mesmo não sendo subtil. E talvez por isso resultou tão bem.

No Palco Futura, o improvável duo de guitarra acústica e bateria, com canções cantadas a duas vozes, em português, os Grand Pulsar apresentaram-se no último dia da edição de estreia do MEO Kalorama.

Já Tiago Bettencourt, abriu o terceiro e último dia do MEO Kalorama, no palco principal do novo festival do Parque da Bela Vista. Tiago Bettencourt um cantor que se reinventa cada vez que entra em palco, um verdadeiro trovador dos chamados “tempos modernos”. Letras com as palavras certas sobre coisas boas e outras menos boas. Temas do seu último disco “Em direção ao Eclipse 2019”, deu os seus primeiros passos no palco Meo, e estamos certos que o artista agradou e encantou no festival Meo Kalorama.

aNOTÍCIA.pt