Num encontro com jornalistas, o Secretário Regional do Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, revelou a atividade turística na Madeira bateu todos os recordes em 2022, tendo sido o melhor ano turístico de sempre e que os portugueses deram uma grande ajuda.
A Madeira é um destino pronto a receber turistas de todas as idades, com uma multiplicidade de interesses e durante todo o ano. O objetivo é crescer com qualidade e acrescentar valor aos produtos, para além de ser imperativo conseguir que mais companhias aéreas assegurem voos para o Funchal, já que em 2022, mais de meio milhão de portugueses fizeram férias na Madeira, não falando nos turistas estrangeiros.
2022: melhor ano turístico de sempre na região
No último ano, o arquipélago da Madeira recebeu mais de 4 milhões de passageiros, que garantiram quase 10 milhões de dormidas E as perspetivas de crescimento continuam para 2023. Só em janeiro – que habitualmente era o mês mais fraco do ano – as receitas já cresceram 31% face a 2019, aumentando assim a atividade turística na Madeira .
De acordo com o Secretário Regional de Turismo e Cultura da Madeira, e segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística, em relação a 2020, o crescimento do número de hóspedes foi de quase 40%. 128.500 turistas estiveram no Arquipélago, contribuindo decisivamente para um novo recorde turístico. A ligação dos turistas nacionais intensificou-se durante o período de pandemia e mantém-se. “Temos a maior oferta de lugares de sempre na aviação. Em relação ao mercado nacional, vai aumentar 11%”, referiu Eduardo Jesus.
A prioridade agora é conservar os mercados europeus e tirar partido das oportunidades que possam aparecer. Por exemplo, antes da guerra, os mercados de Leste (nomeadamente da Rússia e Ucrânia) estavam em crescimento e Eduardo Jesus espera que depois possam ser retomados.
Entretanto, já existe ligação do Aeroporto JFK (Nova Iorque) para o Funchal, uma ligação que inicialmente foi pensada apenas para o inverno, mas que agora, será para todo o ano. Em negociação está também a ligação a Toronto, no Canadá.
Outro mercado em que a Madeira quer apostar é no Brasil, aproveitando o programa Stopover da TAP. “A Europa é consolidar, a América é para afinar”, conclui Eduardo Jesus.
Novos produtos para turistas de todas as idades.
Para Eduardo Jesus, Madeira é um destino pronto a receber turistas de todas as idades, com uma multiplicidade de interesses, durante todo o ano. Dentro dos mesmos mercados emissores é importante conseguir ter produtos turísticos que interessem tanto aos mais velhos como aos mais jovens. O que está a ser um objetivo conseguido.
“Durante a pandemia cerca de 2000 pessoas (nómadas digitais) trabalharam a partir da Madeira para todo o mundo. Começámos a receber muita gente jovem, casais com filhos pequenos, o panorama é diferente. Há uma coabitação entre os mercados mais tradicionais e os mais jovens. Hábitos diferentes alimentam novas ofertas. É somar e não substituir” frisou Eduardo Jesus.
Criar valor. Hotéis não vão ter mais de 80 quartos
Segundo o Plano de Ordenamento de Turismo da Madeira, os novos hotéis não poderão ter mais de 80 quartos e um máximo de 160 camas.
“Levámos muito tempo a equilibrar o “boom” de camas criado nos anos 90 devido à facilidade de investimento à custa dos fundos comunitários com o valor que queremos criar.” diz o Secretário Regional do Turismo e Cultura, acrescentando “Agora estamos mais interessados na qualidade, no valo acrescentado e isso também implica melhorar as condições para os colaboradores. Além disso é preciso fazer manutenção, reabilitação e tudo isso requer meios. Este é um bom momento para recuperar dos dois anos de pandemia e investir na requalificação e manter a atividade turística na Madeira, que atingimos.“ concluiu.
O alojamento tradicional (hotelaria) tem 34 mil camas e o alojamento local, 23 mil. O Plano de Ordenamento de Turismo prevê um máximo de 40 mil camas em 2027, mas Eduardo Jesus considera que esse número não vai ser atingido. “O que é importante é valorizar e não aumentar a quantidade. O desafio que vêm aí para este setor é inacreditável e exige um grande investimento. A inovação traz benefícios, mas é cara.”
“A capacidade existe, mas é preciso gerir melhor os fluxos. Não podem vir todos em agosto ou pensar em levar os turistas todos para o Pico do Arieiro às 8 e meia da manhã. É preciso coordenar toda esta oferta, o que de certa forma também já está a acontecer. Razão que leva Eduardo Jesus a concluir que “na Madeira a sazonalidade está muito esbatida.”