GALERIAS ROMANAS DA RUA DA PRATA ,de novo, abertas ao público.


Foi hoje possível à comunicação social fazer uma visita às Galerias Romanas as quais, nos próximos dias 23, 24 e 25 de Setembro, poderão ser apreciadas pelo público. A fim de permitir um maior número de visitantes, foi alargado o horário de abertura que será entre as 9 e as 19 horas.

As Galerias são abertas ao público apenas duas vezes por ano por razões de preservação do monumento e segurança. Mesmo com horário alargado, apenas 3.800 pessoas irão ter oportunidade de proceder à visita, contudo todas as vagas já se encontram esgotadas.

Esta estrutura romana, descoberta no subsolo da Baixa de Lisboa, em 1771, na sequência do Terramoto de 1755 e posterior reconstrução da cidade, tem sido objeto, ao longo do tempo, de múltiplas interpretações quanto à sua função original. Atualmente, teses quase unânimes avançam a possibilidade destas galerias romanas terem sido um criptopórtico, solução arquitetónica que criava, em zona de declive e pouca estabilidade geológica, uma plataforma horizontal de suporte à construção de edifícios de grande dimensão, normalmente públicos.

A descoberta de uma inscrição consecratória a Esculápio, Deus da Medicina, em nome de dois sacerdotes do culto imperial e no do Município de Olisipo, gravada numa das faces de um bloco paralelepipédico de calcário e datada do séc. I a.C., atualmente no Museu Nacional de Arqueologia, poderá ser uma confirmação do carácter público deste edifício.

No início do séc. XX, estas galerias ficaram conhecidas como as “Conservas de Água da Rua da Prata” por serem utilizadas pela população como cisterna.

O monumento romano, quando se encontra fechado, tem um nível de água superior a um metro de altura, proveniente de lençóis freáticos que correm por baixo de Lisboa, havendo por isso necessidade de uma operação de bombeamento da água para possibilitar a visita ao seu interior e ainda uma limpeza posterior para que as visitas se realizem em segurança.

Estas visitas são possíveis graças à conjugação de esforços e trabalho da Câmara Municipal de Lisboa, da EGEAC, do Museu de Lisboa, e ainda do Regimento de Sapadores Bombeiros, da Polícia Municipal, do Centro de Arqueologia de Lisboa, da Direção Municipal de Mobilidade e Transportes, Serviços Elétricos e Mecânicos, e ainda da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior.