Revelado Robô que pode caminhar na areia: Facebook ajuda a desenvolver IA inovadora

Pela primeira vez e com recurso à Inteligência Artificial, um robô, em tempo real, consegue adaptar-se às mudanças do terreno, permitindo-lhe, por exemplo, poder caminhar na areia.

Robô que pode caminhar na areia
Revelado Robô que pode caminhar na areia: Facebook ajuda a desenvolver IA inovadora - ®DR (foto retirada do video cortesia da IA do Facebook; imagens concedidas pelos investigadores da unidade de Inteligência Artificial das universidades de Berkeley, Carnegie Mellon e do Facebook)

Chama-se RMA (Rapid Motor Adaptation) e é um sistema inovador que permite que um robô com pernas se adapte e possa caminhar de forma inteligente em todo o tipo de terreno (incluindo areia) e em circunstâncias novas. A revelação foi feita pelo Facebook, que adianta ter alcançado mais uma meta na área de inteligência artificial em colaboração com a School of Computer Science de Carnegie Mellon (Pensilvânia) e com a universidade de Berkeley (Califórnia).

Esta é a primeira vez que, com a ajuda da inteligência artificial, um robô consegue caminhar adaptando-se às mudanças no terreno enquanto as enfrenta, em tempo real. Caminhar no nosso mundo é um grande desafio para um robô: as mudanças no terreno podem significar lidar com diferenças de fricção, forças de contacto, superfícies acidentadas e inclinações assim como possíveis danos na própria estrutura (do robô). Como a inteligência artificial tem de se adaptar no momento, isso significa que o robô não pode aprender por tentativa-erro. A tecnologia tem, então, de ser trabalhada em simulação e depois inserida no robô. 

Até agora, este tipo de robô com pernas ou tinha sido completamente programado para um ambiente ou então ensinado a percorrer esse tipo de ambiente através de hand-coding. O RMA é o primeiro sistema totalmente baseado na aprendizagem que permite aos robôs adaptarem-se a um cenário novo, ao explorarem e interagirem com o mundo. Os testes desenvolvidos mostram que os robôs com sistema RMA conseguem ultrapassar outros sistemas a nível de performance: enfrentam novos obstáculos no terreno, adaptam-se a um peso que tenham de carregar e prosseguem no percurso mesmo que tenham alterações de desgaste na sua estrutura. Como as suas capacidades são baseadas naquilo que encontra, o robô com tecnologia RMA consegue adaptar-se a situações nunca previstas pelos programadores – conseguindo manter a marcha e caminhar sobre areia, lama, relva ou, até, lixo. 

Esta tecnologia utiliza dois subsistemas distintos: enquanto o primeiro fornece ao robô informação sobre os ambientes e as suas variáveis (como diferentes níveis de peso, fricção ou instabilidade) o segundo dá-lhe as ferramentas de aprendizagem e adaptação necessárias. Os dois trabalham lado a lado e de forma assíncrona para garantir respostas aos obstáculos em questão de segundos. 

Veja o robô em ação, em vídeo [cortesia da IA do Facebook; imagens concedidas pelos investigadores da unidade de Inteligência Artificial das universidades de Berkeley, Carnegie Mellon e do Facebook] 

Alguns dos resultados em teste: 

  • em 70% dos testes o robô caminhou com sucesso em trilhos na floresta 
  • em 80% dos testes percorreu eficazmente terrenos com pedras ou cimento
  • conseguiu manter a sua posição quando recebeu uma carga de 12 quilos (que representa o total do seu peso). 

Este é um grande avanço tecnológico na área da robótica – e não só. O Facebook dá assim mais um passo na área da inteligência artificial. A IA está a aprender a trabalhar com os desafios da realidade, lidando com a complexidade e ruído que lhe é inerente. Isto fará com que, no futuro, a robótica se torne mais útil e flexível. Os robôs com sistema RMA poderão, um dia, dar apoio a uma série de situações como, por exemplo, dar assistência a missões de resgate, particularmente em locais que são perigosos ou de difícil acesso para os humanos. 

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