Têm hoje início as obras do Plano de Drenagem de Lisboa e da expansão do Metro, apresentadas pela Câmara Municipal de Lisboa CML, as quais contêm vastas restrições ao trânsito em toda a Baixa e na zona Ribeirinha, desde Santa Apolónia a Santos o que causa grande preocupação à União de Associações de Comércio e Serviços – UACS.
As medidas têm, nalguns casos, a duração mínima de 2 anos, e severos impactos na circulação rodoviária em Lisboa e na atividade de muitos dos operadores económicos da Cidade, que urge absolutamente acautelar.
Assim a UACS manifestou a sua profunda preocupação e estranheza desde que tomou conhecimento das anunciadas alterações de mobilidade em Lisboa, as quais terão uma prolongada e profunda repercussão negativa no tecido empresarial da Cidade, em particular no das zonas histórica e ribeirinha, nevrálgicas para os Sectores do Comércio e Serviços e, consequentemente, para o abastecimento da população residente e visitante.
Sendo inegável a necessidade de obras como o Plano de Drenagem de Lisboa ou a expansão do Metro, a UACS condena a falta atempada de informação aos empresários das zonas intervencionadas e associações que os representam, assim como a falta de resposta, por parte da CML, relativamente a muitas das questões que suscitam dúvidas, tais como os abastecimentos na Baixa Pombalina, com a anunciada proibição do acesso de veículos pesados (com mais de 3,5 toneladas, que são a vasta maioria), no período entre as 8h e as 20h.
Outra das questões colocada pela UACS é acerca dos apoios que serão garantidos às pequenas empresas no sentido de ajudar a fazer face aos custos acrescidos com receção de mercadorias em período noturno e as inevitáveis quebras de faturação nos períodos de interdição, assim como o reforço e melhoria da qualidade de transportes públicos, seja da CARRIS, sob atual gestão municipal, seja do Metropolitano, seja ainda ao nível de promoção de outras soluções de mobilidade sustentável nas áreas intervencionadas.
Se os objetivos das obras em curso são inegáveis e meritórios nos seus propósitos, de acordo com a UACS, pecam por aparente falta de coordenação e planeamento, e por ausência de medidas mitigadoras e condições alternativas de mobilidade e acessibilidade capazes de corresponder às necessidades das populações.
Assim a UACS em comunicados declarou que “Em representação e em defesa do Comércio e Serviços de Lisboa, a UACS tudo fará para salvaguardar os direitos e legítimos interesses dos empresários estabelecidos nas áreas a intervencionar, urgindo a Câmara Municipal de Lisboa a conciliar a calendarização das obras em curso com a vivência e funcionamento da Cidade, que não podem ser inviabilizados”.
“Um dos principais objetivos da UACS, é preservar e promover o comércio local e tradicional de Lisboa, enquanto marca diferenciadora da Cidade, protegendo a sua integridade e autenticidade, através de medidas que potenciem o seu crescimento e que sejam geradoras de novos modelos de negócio e de emprego, garantindo o continuar renovado de um setor com enorme valor na vida económica, social, cultural e na própria história da Cidade”, refere ainda o comunicado da União de Associações de Comércio e Serviços.