O Sporting recebe o Benfica na primeira jornada em que o Benfica apenas depende de si para fechar as contas do campeonato. Ainda que as contas do 3o lugar não estejam fechadas – mesmo estando próximas de estar -, o Sporting jogará, maioritariamente, pelo orgulho. Quer impedir a todo o custo que o arqui-rival seja campeão na sua casa.
No Sporting, mesmo que existam novidades sobre o recurso de Adán, Franco Israel deverá assumir a baliza. Rúben Amorim deverá promover algumas alterações no onze, promovendo o regresso ao onze de Gonçalo Inácio, Nuno Santos, Esgaio e Morita. Não sabemos qual será a frente de ataque: é possível que Paulinho se mantenha no onze, mas até pelas abordagens estratégicas de Rúben Amorim nos duelos europeus, parece provável que volte a apostar numa frente de ataque mais móvel, com Trincão no lugar de Paulinho.
O Benfica parece ter regressado às boas exibições, e mediante o muito bom jogo feito em Portimão, parece pouco provável que o onze se altere. Excepção está, claro, no regresso de Otamendi ao eixo da defesa. Estará também em aberto a possibilidade do regresso de Florentino, talvez numa solução mais capacitada nos duelos, mais capaz de lidar com a grande mobilidade do Sporting no jogo interior. Contudo, atendendo a que Chiquinho e João Neves foram titulares também contra o Braga, parece muito provável que o onze se mantenha o mesmo. A sair alguém, sairá Chiquinho.
São duas equipas que, inevitavelmente, se conhecem muito bem. Não são previsíveis alterações estruturais, em duas equipas que se apresentaram todo o ano no mesmo sistema, mas será curioso perceber que nuances tácticas poderão trazer os treinadores. Por precisar de pontos para se manter vivo na luta pelo 3º lugar, e simultaneamente por estar a jogar em casa, parece provável que o Sporting queira entrar forte, tentando dar um sinal de força aos seus adeptos. Por outro lado, dependendo do resultado do Porto, o Benfica poderá entrar em campo com o título já ganho, poderá precisar de ganhar, ou o empate poderá até chegar. Não vimos muitas vezes o Benfica na expectativa ao longo deste ano, pelo que não parece crível que num jogo em que as contas do título podem ser fechadas, que Roger Schmidt abra mão de uma estratégia ambiciosa. O resultado do Porto desempenhará, contudo, papel fundamental nesta equação.
Ainda assim, parece normal que o Benfica tenha atenção ao espaço que poderá abrir para a qualidade de Edwards, Pote e Trincão, caso se exponha em demasia. Não quer dizer que o Benfica se apresente numa estratégia de contenção, quer apenas dizer que talvez o Benfica tente levar o jogo para uma perspectiva mais controlada, sem querer que este se parta, não dando espaço para a capacidade da linha da frente do Sporting ganhar metros ao adversário.
É impossível olhar para este jogo como um jogo normal. Mais do que um derby, é um derby em que o Benfica pode ser campeão na casa de um rival histórico, o Sporting. Mesmo que Schmidt diga que não – e disse, na conferência de antevisão -, todos sabem que essa é uma motivação extra para todos. No entanto, a capacidade de lidar com a carga emocional do jogo e a maior competência nos detalhes serão realmente os factores decisivos para levar de vencido o derby.
Análise de Alexandre Costa