Decorreu esta manhã, 17 de abril, no Museu do Tesouro Real a inauguração das Exposições “Tiaras Contemporâneas” e “Joias para a Democracia”. As duas mostras, integradas na 2ª Bienal de Joalharia Contemporânea de Lisboa, exploram diferentes formas de ligação das jóias com o poder e consagram mulheres que se destacaram na luta pela democracia ou contra a ditadura em Portugal – e até no mundo.
Com a curadoria de Catarina Silva, na exposição “Tiaras Contemporâneas” antigos alunos do Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual e artistas convidados evocam em formas contemporâneas a tiara, uma peça de joalharia quase esquecida no século XXI, convidando ao diálogo com as joias clássicas que compõem o incrível espólio do Museu do Tesouro Real. Com a participação de cerca de 40 artistas, a Exposição “Tiaras Contemporâneas” conta com o design expositivo de Mónica Taipina que evidencia o contraste entre tiaras do presente e do passado da coroa portuguesa, numa verdadeira viagem no tempo.
A exposição “Joias para a Democracia” conta com a participação de cerca de 60 artistas joalheiros que foram desafiados a criar uma joia em homenagem a mulheres que tiveram um papel relevante na transição para a democracia ou sofreram especialmente com a ditadura. Nesta mostra curada por Marta Costa Reis, Presidente da PIN, cada artista escolhe livremente uma mulher reconhecida ou anónima que marcou ou marca o ativismo na democracia. Além de mulheres portuguesas, são também homenageadas algumas mulheres que, noutras geografias, defenderam, sofreram e lutaram pelos mesmos ideais.
Nuno Vale, Diretor Executivo do Museu do Tesouro Real, realçou que “A associação do Museu do Tesouro Real à 2ª Bienal de Joalharia Contemporânea surge como um movimento natural, de um museu que se quer vivo, estabelecendo uma ponte entre o passado e o futuro da joalharia, enaltecendo com particular entusiasmo a qualidade da criação nacional. Aderimos de imediato a sermos anfitriões das exposições temáticas – “Tiaras Contemporâneas” e “Jóias para a Democracia”, não só pela qualidade expositiva das mesmas, mas sobretudo pelo valor social e histórico-cultural da proposta expositiva. São duas exposições que vão, certamente, emocionar e deslumbrar os visitantes.”
Esperando cerca de 15 mil visitantes e participantes, a 2ª Bienal de Joalharia Contemporânea de Lisboa conta com uma programação de mais de 25 eventos, mostras, encontros de escolas, jewellery rooms, masterclasses e artists talks pela cidade e terá ainda como palcos centrais e parceiros o MUDE – Museu do Design e da Moda, Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual, o Museu de Artes Decorativas – FRESS, bem como outras entidades em diversos pontos da cidade, como a Galeria Zé dos Bois, o Atelier Tereza Seabra e a Galeria Reverso.
Nesta bienal, será possível conhecer peças de mais de 150 autores de cerca de 20 nacionalidades desvendando posições e propondo reflexões e comentários de índole política sobre os mais diversos temas, desde o questionar do sistema financeiro, à problematização dos temas raciais, da afirmação de direitos, da denúncia de abusos ou da eventual ironia sobre as nossas próprias sociedades, sempre em torno da joia como manifestação artística.
A 2ª Bienal conta com o apoio institucional do Ministério da Cultura, através da Direção-Geral das Artes e da Comissão das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, tendo ainda como parceiro principal o MUDE/Câmara Municipal de Lisboa, bem como o apoio da Associação Turismo de Lisboa.