O Festival MED apresentou este sábado, no icónico Café Calcinha, a programação completa das diversas valências culturais para além da Música – do Cinema à Poesia, das Artes de Rua às Artes Plásticas, passando pela Conferência ou pelo Folclore e Gastronomia.
Neste momento, a organização anunciou também o que está a preparar para o Open Day, o domingo, 30 de junho, dia aberto com entrada livre, permitindo a todos os visitantes sentirem um pouco do verdadeiro ambiente do MED. Em termos musicais, foi dado a conhecer o que está previsto para três palcos que, apesar de mais pequenos em termos de espaço, proporcionam sempre experiências grandiosas e únicas: Café Calcinha, Palco Mercado e MED Classic.
Carlos Carmo, vereador do Município de Loulé e diretor do Festival MED, trouxe novas informações sobre um programa assente na “fusão, diversidade e no facto de não ter fronteiras”.
A sétima arte volta a estar em foco e, uma vez mais, Rui Tendinha é o curador do Cinema MED, que alia Cinema e Música, num espaço junto à Casa da Empreita, onde os realizadores também marcarão presença. No primeiro dia do Festival, 27, pelas 19h15, Rita Braga apresenta a cine-performance “Bandas Sonoras”, seguindo-se o documentário “Cara de Espelho”. Às 22h30, há DJ Set com Sónia Balacó. No dia 28, às 19h15, há festa de visionamento de ”As Berlengas”, filme-álbum de Benjamin, por Bruno Ferreira. Depois é apresentada a curta-metragem “Seres Vivos”, de Margarida Fonseca (vencedor dos prémios Sophia Estudante 2024, atribuídos pela Academia Portuguesa de Cinema). Pelas 22h30, Bruno Ferreira e Benjamim apresentam um DJ Set. Já no dia 29, a proposta é “Nunca mais acordar”, por Ernesto Rodrigues e Gonçalo Almeida, uma reinterpretação musical do cinema fantástico de Gonçalo Almeida. O Cinema MED encerra, pelas 22h30, com o DJ Pedro Ramos.
João Pedro Caliço “Tápê” traz-nos de novo um programa de Poesias do Mundo, no mesmo espaço do Cinema MED, diariamente, às 20h30. No ano em que o Festival MED celebra o seu 20º aniversário, e Portugal assinala 50 anos da “Revolução dos Cravos”, não poderia haver tema mais apropriado do que a Liberdade. Todos os participantes, de diversas nacionalidades, irão declamar poesias alusivas a essa temática, enriquecendo ainda mais a experiência cultural do MED.
A Literatura estará representada também na Conferência MED, no espaço da Casa do Meio Dia. No dia 28, às 18h30, o autor marroquino Mahi Binebine apresenta o livro “O Sono da Escrava”. Segue-se uma conferência subordinada ao tema “Materializar as palavras – Da escrita à ação cívica” onde, para além deste escritor, participa também a autora louletana Lídia Jorge.
Sustentabilidade e criatividades juntam-se nas peças criadas no âmbito do projeto “Infinity” do Loulé Design Lab, que irão decorar vários espaços do recinto. Através da reutilização de resíduos foi construído mobiliário, como mesas ou bancos, e elementos decorativos, que poderão ser apreciados pelo público. Este ano, os designers foram desafiados a apresentar uma peça comemorativa dos 20 anos de MED, juntando as técnicas ancestrais dos artesãos à sua visão mais contemporânea.
O Calcinha, um “Café com História”, espaço identitário indissociável da figura do poeta António Aleixo, recebe um concerto diário duplo, às 20h00 e às 22h00, com Eduardo Ramos (dia 27), Amar Guitarra (dia 28) e Nanook o Vagabundo (dia 29).
Outro edifício que faz parte do património de Loulé é o Mercado Municipal, mais um dos palcos musicais do Festival. “Discossauro” é o projeto “vinílio” de Miguel Neto que, nos 20 anos do MED, propõe 3 sets, percorrendo as sonoridades de diferentes partes do Planeta: “A Volta à América do Sul em 60 discos”, “A Volta à África em 60 discos” e “A Volta aos PALOPS em 60 discos”. A festa da música faz-se no Mercado, das 19h00 às 22h00.
Ano após ano, o MED Classic atrai um público fiel, sobretudo estrangeiros, à Igreja Matriz de Loulé, o palco ideal para receber sonoridades mais eruditas. Nesta edição fazem parte do programa Cklavi Trio (27 de junho), o pianista russo Rem Urasin (28 de junho) e o Quarteto de Cordas de Matosinhos (29 de junho). Os concertos acontecem às 19h45. No Open Day, 30 de junho, pelas 19h00, a Orquestra Sinfónica e Coro do Conservatório de Música de Loulé – Francisco Rosado junta-se a este MED Classic. A curadoria está a cargo do diretor do Conservatório, Sérgio Leite.
Neste domingo de Open Day, em que a organização abre as portas (entrada livre) a todos os que queiram vivenciar um pouco do espírito do MED, serão apresentados três concertos especiais e únicos. Às 20h15, no Palco Hammam, o Ensemble EmCadeamentos Musicais traz um concerto de músicas de influências mediterrânicas na época medieval. No Palco Cerca, às 21h15, “MED 20 anos” é a proposta da Grafonola Voadora & Napoleão Mira. É também na Cerca que, às 22h30, os Marenostrum irão celebrar os 30 anos de carreira, num concerto comemorativo que terá como convidado especial a Orquestra Filarmónica Artistas de Minerva.
A gastronomia também vai estar em foco neste dia aberto, com dois showcookings que decorrem na Alcaidaria do Castelo, dedicados à Dieta Mediterrânica, um pela Associação In Loco (19h30) e outro pela Tertúlia Algarvia (21h30). Também alguns restaurantes aderentes da cidade irão desenvolver menus inspirados na Dieta Mediterrânica, servidos durante os dias do MED.
Ao nível das Artes de Rua, retomam-se algumas “parcerias históricas” como a que a organização mantém com o Município de Almodôvar para trazer grupos de Cante Alentejano, ou a participação dos ranchos folclóricos do concelho. A Associação Satori, os Al-Fanfare ou os Rhakatta irão animar as ruas, enquanto que, ao abrigo da parceria com a Casa da América Latina, um grupo folclórico da Colômbia junta-se a este programa de animação.
O MED Kids volta a ser o espaço dedicado aos mais novos, com um conjunto de atividades desenvolvidas pela Biblioteca Municipal.
Durante esta apresentação, Carlos Carmo, destacou a presença do país convidado, o Reino de Marrocos, com uma programação que passa por duas exposições de arte e uma de fotografia, uma conferência, a apresentação de um filme, um espaço dedicado à cultura do país no Claustro do Convento e ainda uma banda a atuar em cada dia nos palcos principais.
A antecipar a abertura das portas da Zona Histórica, no dia 26 de junho, pelas 18h30, no Auditório do Solar da Música Nova, a participação marroquina apresenta um concerto de abertura, com a Orquestra Andalusí de Tetuan, que tem como convidada a cantora marroquina Lala Tamar, uma “oferta” da Embaixada do Reino de Marrocos em Portugal.
Os 20 anos do MED terão 90 horas de música, 54 concertos, 378 músicos de 31 países diferentes (é a edição com o maior número de nacionalidades), 2 novos países, 12 palcos, mais de 100 expositores de artesanato diversos, 2 exposições de arte em galeria, 12 grupos de artistas de rua e 1 país convidado, o Reino de Marrocos.
O Festival MED conta com a parceria da RTP e da Antena1, Antena2 e Antena3. Gonçalo Madaíl, diretor de Música, Artes de Palco e Imagem da televisão pública, anunciou que, depois do Nos Alive e do Primavera Sound, o Festival MED será o terceiro festival português que irá receber uma transmissão streaming de vários concertos “em bruto”, através da plataforma digital RTP Palco, o que permitirá experienciar o MED em qualquer parte do mundo. Alguns desses conteúdos poderão ser levados também à RTP2. “Ficamos muito contentes por podermos experimentar, à terceira, aqui porque o MED tem uma ‘costela’ pública, tal como nós, e padece dos mesmos desafios”, ressalvou o responsável da RTP.
Até 24 de junho, os bilhetes estão à venda com valores de pré-venda: Bilhete Diário 10 euros, Bilhete Festival 30 euros e Bilhete Família Diário 35 euros.
É possível acompanhar toda a informação sobre o Festival MED no site oficial, redes sociais e na aplicação móvel disponível nos sistemas Android e IOS.
Esta apresentação no Café Calcinha encerrou com um show-case do músico Raia, que irá atuar no dia 29 de junho, no Palco Hammam. Raia é o projeto-síntese do músico alentejano António Bexiga, que percorre as sonoridades da viola campaniça, nas suas fronteiras acústica e elétrica, analógica e digital, tradicional e experimental, ensaiada e instantânea, frequentemente em diálogo com outras formas de arte, visuais ou de performance.
Para o MED, Raia propõe um concerto-viagem com início nas paisagens acústicas do sul e de circum-navegação obrigatória. Um concerto em dois andamentos, que apresenta a viola campaniça de Raia a solo ou em diálogo com o baixo e o contrabaixo do músico e compositor louletano Marco Martins, convidado especial para este espetáculo.
De notar que durante a apresentação marcaram presença no Café Calcinha diversas pessoas em representação de entidades que contribuem para a realização do Festival MED. Além do presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, estiveram também o cônsul de Marrocos no Algarve, José Alegria, o representante da Associação Al-Mouatamid Ibn Abbad, João Guerreiro, o representante da RTA, Duarte Padinha, o delegado regional do IPDJ, Custódio Moreno, os responsáveis do Cinema MED, Rui Tendinha, das Poesias do Mundo, João Pedro Caliço, e do MED Classic, Sérgio Leite, e ainda Fernando Perna, da Universidade do Algarve, entre outros.