Periquita, o vinho que fez história em Portugal celebra 175 anos

Periquita 175 anos de José Maria da Fonseca celebra o vinho de mesa mais antigo de Portugal, símbolo de tradição e inovação.

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Vinho Periquita
Periquita, o vinho que fez história em Portugal celebra 175 anos - ©Armando Saldanha (Aldrabiscas)

Foi em ambiente de festa e homenagem que a José Maria da Fonseca (JMF) celebrou os 175 anos do Periquita, o vinho mais emblemático da empresa e a mais antiga referência entre os vinhos de mesa nacionais. A celebração decorreu na Casa-Museu da JMF, em Azeitão, reunindo clientes, amigos da marca, jornalistas e críticos de vinho para brindar a quase dois séculos de história.

“O Periquita representa um património cultural e histórico, um testemunho vivo da nossa vitivinicultura e da visão do nosso fundador”, destacou António Maria Soares Franco, administrador da JMF e representante da sétima geração da família. Para o responsável, a marca é “sinónimo de inovação, consistência e paixão”, qualidades que a mantêm relevante em mais de 70 mercados internacionais, com destaque para o Brasil, Suécia, Noruega, Itália, Canadá e Estados Unidos. Atualmente, um terço da produção anual de quatro milhões de garrafas segue para fora de Portugal.

Um ícone chamado “Portugal engarrafado”

Criado em meados do século XIX, o Periquita foi o primeiro vinho tinto engarrafado em Portugal e tornou-se rapidamente um símbolo da Península de Setúbal. A casta Castelão, que ganhou popularidade graças ao trabalho da JMF, chegou a ser conhecida pelo próprio nome do vinho — Periquita — em várias regiões do país.

Mais do que um rótulo, a marca construiu uma identidade que a empresa gosta de apelidar de “Portugal engarrafado”: um vinho acessível, de perfil consistente e com uma relação qualidade-preço que o torna presença habitual à mesa de muitas famílias.

Rebranding e modernidade

Para assinalar este marco, a marca apresentou recentemente uma nova imagem, onde o brasão da Ordem da Torre e Espada ganha protagonismo. O símbolo, explica a empresa, é um “selo de honra e autenticidade” que reforça a nobreza da história da Periquita e o prestígio conquistado ao longo dos anos.

A campanha “Moderno desde 1850” procura precisamente esse equilíbrio entre tradição e inovação, mostrando que ser clássico é também ser intemporal.

Uma família de vinhos em expansão

Ao longo das décadas, a gama Periquita foi crescendo: do Reserva tinto (lançado em 1942),  passando pelo branco (2004), rosé (2007) e, mais recentemente, o Reserva branco (2023), feito a partir das castas Arinto e Viognier. No topo da família está o Periquita Superyor, apresentado em 2012, como homenagem à tradição dos melhores moscatéis da casa.

Cada nova referência reforça a versatilidade da marca, sem perder a ligação às raízes.

Uma confraria global

A ligação à portugalidade também se expressa através da Confraria da Periquita, que reúne personalidades de 14 países e funciona como uma rede internacional de embaixadores da marca. Um movimento que remete para os primórdios da comercialização de vinho, quando a recomendação pessoal era a forma mais eficaz de conquistar novos apreciadores.

Brindar ao futuro

Para a José Maria da Fonseca, celebrar 175 anos é mais do que olhar para trás: é projetar o futuro. A visão passa por continuar a valorizar as castas autóctones e o terroir da Península de Setúbal, adaptando-se às novas gerações e paladares internacionais, sem abdicar da autenticidade que fez do Periquita um ícone. “Hoje brindamos ao passado e ao futuro, mantendo o compromisso inabalável com a excelência e a sustentabilidade”, resumiu António Maria Soares Franco.

E assim, entre tradição e modernidade, o Periquita continua a ser não apenas um vinho, mas um verdadeiro embaixador da cultura portuguesa no mundo.

aNOTÍCIA.pt