Pacto Português para os Plásticos, assinado hoje em Lisboa

Mais de 50 entidades, entre produtores, supermercados e universidades assinaram o Pacto Português para os Plásticos para que até 2050 o plástico deixe de ser um resíduo e seja reaproveitado.

Smart Waste Portugal
Pacto Português para os Plásticos, assinado hoje em Lisboa - ©Armando Saldanha (Aldrabiscas)

O Pacto Português para os Plásticos, foi apresentado esta tarde, no Auditório da Sede da EDP, em Lisboa, e contou, entre outras individualidades, com a presença do Ministro do Ambiente e da Ação Climática, José Pedro Matos Fernandes, do Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, João Torres, e de Nolwenn Foray, representante da Ellen MacArthur Foundation.

O projeto, lançado pela associação de resíduos Smart Waste Portugal, com o apoio do Ministério do Ambiente e da Ação Climática, do Ministério do Mar, do Ministério da Economia e da rede de Pactos para os Plásticos da Fundação Ellen MacArthur, pretende que todo o plástico novo fabricado deva incorporar 30% de reciclado e pretende promover a mobilização da sociedade portuguesa, assumindo um posicionamento de liderança do nosso país, no contexto internacional, que reúne os diferentes atores da cadeia de valor nacional do plástico, para alcançar um conjunto de metas ambiciosas até 2025.

O ministro do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, referiu esperar que “comece aqui uma revolução na indústria do plástico”, com menos consumo e com uma utilização mais eficiente, salientando que os compromissos da iniciativa vão muito além da lei atual.

Entre as várias metas destacam-se a elaboração de uma lista de todos os plásticos de uso único desnecessários e de um plano para a sua eliminação, promovendo a reutilização e novas formas de entrega dos produtos.

O objetivo deste Pacto,  como referiu Aires Pereira, presidente da Smart Waste, é aumentar a circularidade dos plásticos, porque “Temos uma economia do plástico em que produzimos, utilizamos e deitamos fora, e pretendemos fazer a circularidade disto”, lembrando que desde 1960 foram produzidas mais de 8.300 milhões de toneladas de plástico, 360 milhões só em 2018, mas salientando que o objetivo do Pacto não é “declarar guerra” ao plástico, mas garantir que o mesmo fique fora das praias, dos campos e dos oceanos.

Os benefícios de pertencer ao Pacto Português para os Plásticos incluem a integração na rede global dos Pactos para os Plásticos da Fundação Ellen MacArthur e o acesso a uma plataforma exclusiva de troca de conhecimento, aprendizagens e melhores práticas com outros Pactos para o Plástico em todo o mundo.

As empresas e organizações aderentes deste projeto pagam até 7500 euros de taxa de adesão e 3750 euros anuais, dependendo do volume de negócios, para financiar a execução do pacto, “para que seja completamente independente”.

O pacto foi assinado por empresas como a Coca Cola, a Nestlé, a Delta Cafés, a Sonae, a Jerónimo Martins ou a sociedade Eletrão. Entre os parceiros estão ainda entidades como a Universidade Nova de Lisboa, a Universidade de Coimbra e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, e associações setoriais como a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).

Em conjunto, estas empresas e organizações, vão definir, até final do ano, uma lista de plásticos de uso único que podem acabar e promover atividades de sensibilização e educação para os cidadãos, já no próximo verão.