Ana Cabecinha no Top 20 Olímpico da marcha

Ana Cabecinha faz a sua melhor marca do ano e fica em vigésimo lugar na prova de marcha na sua quarta participação Olímpica

Ana Cabecinha
Ana Cabecinha no Top 20 Olímpico da marcha - ®DR

Ana Cabecinha terminou na 20ª posição, com o tempo de 1:34.08 horas, a final dos 20 km marcha nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020

A atleta do Clube Oriental de Pechão, a cumprir a sua quarta participação olímpica, esteve sempre no grupo da frente até metade da prova, bem colocada, mantendo-se no ritmo das marchadoras da liderança. Mas, a partir dos 10 km começou a não conseguir acompanhar o ritmo do grupo da frente, à medida que este acelerava um pouco. A quebra acentuou-se depois dos 12 km, altura em que ela passou na meta em 20º lugar, a 25 segundos da liderança.

Não mais Ana Cabecinha conseguiu reencontrar-se, mantendo-se no seu ritmo, ainda assim, com a sua melhor marca do ano, para terminar no 20º lugar, na sua quarta participação, depois de ter competido em Pequim 2008 (8ª), Londres 2012 (7ª) e Rio 2016 (6ª).

As decisões nesta final começaram a desenhar-se entre os 14 e os 16 km, com a italiana Antonella Palmisano, quarta no Rio 2016 e medalha de bronze nos mundiais de 2017, a jogar a sua “cartada”, que estilhaçou o grupo da frente (então com uma dúzia de atletas), a ponto de aos 16 km já só estrem meia dúzia na luta pelos lugares cimeiros, entre elas a campeã olímpica no Rio 2016, a chinesa Hong Liu. Palmisano não abrandou e passou mesmo para a frente aumentando o ritmo e ficando isolada. Atrás dela, nesses dois quilómetros foi enorme a luta. A chinesa ficou para trás, quem respondeu melhor foi a colombiana Sandra Arenas, quinta classificada nos mundiais de 2017 e 2019, e a brasileira Erica de Sena, que tinha ficado mais para trás, ultrapassou a chinesa e passou aos 18 km na terceira posição a 18 segundos de Palmisano (Arenas passou seis segundos depois da primeira).

Na última volta, o “drama” da marcha atlética: Palmisano, isolada (deu uma volta a Ana Cabecinha), isolada conquistou o título olímpico, em 1h29m12s. Sandra Arenas cortou a meta 25 segundos depois (1:29.37) e a brasileira Erica de Sena, que estava em terceiro lugar, pronta para lutar pela prata, teve que cumprir uma paragem de penalização que a tirou do pódio (terminou em 11º lugar com 1:31.39) e impediu uma “dor” maior a Hong Liuy, que assim ascendeu à medalha de bronze (com 1:29.57). Como se esperava, devido às condições climatéricas, os resultados das atletas não foram dos melhores e nas 20 primeiras apenas duas atletas fizeram a melhor marca do ano: a grega Drisbioti e a nossa Ana Cabecinha.

Na entrevista rápida no final, à RTP, Ana Cabecinha abriu o que lhe consumia a alma: “não foi o resultado que estava à espera, mas este ano foi muito, muito complicado. Tive Covid em janeiro, demorei muito a recuperar, e em abril faleceu o meu pai. Cheguei a pensar em parar a época, mas ao mesmo tempo tinha que o fazer, vir aos Jogos, para os quais tanto trabalhar, para poder dedicá-lo a ele. A cabeça nunca esteve bem ao longo deste tempo e foi difícil gerir as emoções aqui na prova”, afirmou.

“Fisicamente sei que estou bem. Mas psicologicamente não estava e quando a cabeça não deixa o resto reflete-se”, conclui a atleta, satisfeita por ter “terminado na minha quarta participação em Jogos Olímpicos”.

O atletismo português fecha hoje a sua participação nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 com Sara Moreira, Salomé Rocha e Catarina Ribeiro a correrem a final da maratona feminina, que foi antecipada numa hora em relação ao horário previsto (a partir das 22 horas em Portugal).

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