Jogos Olímpicos: na maratona portuguesas não resistiram às elevadas temperaturas de Sapporo

O atletismo termina a participação nos Jogos Olímpicos com Sara Moreira a cair inanimada, Salomé Rocha no 30º lugar e Catarina Ribeiro no 70º posto, por força das elevadas temperaturas de Sapporo

maratona nos Jogos Olímpicos
Jogos Olímpicos: na maratona portuguesas não resistiram às elevadas temperaturas de Sapporo - ®DR

A prova da maratona mesmo antecipada numa hora, não impediu que as maratonistas portuguesas não tivessem resistido às elevadas temperaturas de Sapporo, nestes Jogos Olímpicos. Se inicialmente era apenas mais uma polémica e desnecessária, parecem resultar válidos os argumentos que desde início davam como não adequada a escolha desta cidade, a 900 kms de Tóquio.

Terminou a participação do atletismo português nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, em Sapporo, na final da maratona feminina disputada com elevadas temperaturas e elevado índice de humidade. Prova com historial português, em que Rosa Mota conseguiu um título (1988) e uma medalha de bronze (1984), mas que não produziu resultados de relevo para as três atletas portuguesas presentes.

Salomé Rocha foi a melhor das portuguesas ao terminar em 30º lugar com a marca de 2:34.52 horas, a sua segunda pior marca das seis maratonas que completou. O pior resultado havia sido em 2019, nos Mundiais de Doha 2019, com condições climatéricas semelhantes às encontradas em Sapporo. Apesar da experiência e da preparação, Salomé não se adaptou ao calor.

Cerca de 21 minutos depois chegou a sua colega de treino Sara Catarina Ribeiro, que cortou a meta em 2:55.01, na sua maratona mais lenta de sempre.

A portuguesa Sara Moreira abandonou a maratona dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, após cerca de 21 quilómetros.
A portuguesa desmaiou, depois de ter recebido assistência médica ainda no recinto, em Sapporo. “Eu não sei o que aconteceu. Lembro-me de ter passado a meia maratona, porque por volta dos 18 quilómetros parei para ir à casa de banho, mas, depois, comecei a correr e caí para o lado, não me lembro de nada”, disse a atleta à agência Lusa.
Na zona mista, Sara Moreira seguia amparada por um elemento do ‘staff’ nacional, depois de ter deixado o percurso de cadeira de rodas, inanimada, segundo constatou a Lusa no local, num momento em que se registavam 30 graus Celsius.
“Agora estou bem, na medida do possível. Sei que passei os 21 quilómetros, mas não sei quando caí”, desabafou a maratonista, de 35 anos, que, nessa altura, seguia no 75.º lugar, a 03.27 minutos do grupo de 12 atletas que liderava a prova.

Quanto ao pódio, recolhemos ligações a Portugal. O triunfo pertenceu à queniana Peres Jepchirchir, em 2:27.20 horas. A atleta, que bateu já três recordes mundiais de maratona, tendo dois títulos mundiais no palmarés, venceu a meia maratona de Lisboa (de outubro) em 2017 e na prova de hoje, várias vezes, abrandava o ritmo para os abastecimentos, recolhendo os dela e os de Brigid Kosgei, 2:27.26, recordista mundial de maratona, que viria a sagrar-se vice-campeã olímpica, e que se estreou em 2015 com um triunfo na maratona do Porto. Ambas protagonizaram um momento histórico, sendo a primeira vez que o Quénia fez um primeiro e um segundo lugar em Jogos Olímpicos. A surpresa veio da terceira classificada, a norte-americana Molly Seidel, de 27 anos, que fez a sua terceira maratona: venceu, surpreendentemente, a maratona de qualificação olímpica nos Estados Unidos, em 2020, e foi sexta na maratona de Londres de 2020 (só para a elite).

aNOTÍCIA.pt