A Marinha terminou hoje um exercício onde testou um novo conceito de emprego dos Fuzileiros, que assenta numa reorganização em forças ligeiras e flexíveis, designadas por Destacamentos e Grupos de Combate, orientada para a lógica de operações distribuídas a partir dos navios da esquadra.
Neste âmbito, o exercício de verificação Light and Fast (L&F 1/23), que decorreu desde quarta-feira, contou com a participação de um Destacamento de Fuzileiros organizado em três Grupos de Combate, sob o comando do primeiro-tenente Fuzileiro Silva Caseira, num total de 97 militares, reforçado com um núcleo de estado-maior e um elemento de assalto anfíbio, projetados a partir do NRP Corte Real e do NRP Setúbal, em áreas dispersas da orla costeira a sul do Tejo.
O Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Henrique Gouveia e Melo, acompanhou este último dia do exercício onde teve oportunidade de assistir às ações que sustentam o novo conceito leve e rápido, mantendo a sua génese de forças prontas, para serem empregues no mar e a partir do mar.
Sobre:
Os Fuzileiros têm a sua origem na mais antiga Força Militar permanente em Portugal. Estão incumbidos em promoverem o aprontamento, o apoio logístico e administrativo das Forças, Unidades e meios operacionais que lhe estejam atribuídos. Constituem a Força-Tarefa de natureza anfíbia, caraterizada por grande flexibilidade, mobilidade, poder de combate e com capacidade para projetar poder em terra.
Como Corpo de Forças Especiais, são-lhe incumbidas missões específicas, que obrigam a uma prontidão operacional permanente, razão pela qual os Fuzileiros têm um treino técnico-militar bastante especializado e exigente, nomeadamente:
Participar em operações anfíbias, conjuntas e/ou combinadas, integrando Forças nacionais, multinacionais ou NATO, na defesa do Território Nacional ou dos interesses Portugueses no estrangeiro;
Efetuar operações de assistência humanitária, proteção e/ou evacuação de cidadãos nacionais residentes no estrangeiro, bem como de manutenção, imposição e consolidação da paz, de forma autónoma ou integrando outras forças;
Executar ou colaborar, com outros agentes do Estado, em operações de combate ao tráfico de droga, pirataria marítima, contra terrorismo e crime organizado;
Colaborar em tarefas decorrentes do apoio a autoridades civis, nomeadamente em situações de catástrofe, calamidade ou acidentes graves;
Colaborar em tarefas decorrentes de protocolos de cooperação bi ou multilateral, nomeadamente com os países lusófonos, no âmbito da cooperação técnico-militar;
Colaborar com Forças dos outros ramos das Forças Armadas e Forças de Segurança.
Como testemunho da sua ação ao longo da sua história, o Estandarte Nacional do Comando do Corpo de Fuzileiros ostenta numerosas condecorações resultantes de ações individuais e as mais altas distinções.
Hoje, os Fuzileiros Portugueses prestam, também, estreita cooperação de natureza Técnico-Militar aos Fuzileiros dos Países Africanos de Língua oficial Portuguesa (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique) e desde 1997 têm participado isoladamente e de forma conjunta ou combinada em operações de apoio à paz e de assistência humanitária, na Bósnia-Herzegovina, em Timor-Leste, na ex-República do Zaire, na Guiné-Bissau, em Moçambique, na República Democrática do Congo, no Afeganistão e na Lituânia.
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