Viagem e sabores em “Crónicas de um Cozinheiro no Exílio”, de Nuno Diniz

O novo livro de Nuno Diniz, "Crónicas de um Cozinheiro no Exílio", é apresentado hoje no Porto, com entrada livre.

187
Crónicas de um Cozinheiro no Exílio
Viagem e sabores em "Crónicas de um Cozinheiro no Exílio", de Nuno Diniz - ®DR

A Galeria Fernando Santos, no Porto, será palco da apresentação do novo livro de Nuno Diniz, “Crónicas de um Cozinheiro no Exílio”, esta terça-feira, dia 6 de maio, às 18h30. Com entrada livre, o evento contará com a participação de Paulo Amado, que conduzirá a apresentação desta obra que promete dar que falar.

“Em Março de 2020, de forma (talvez) inesperada, a maior parte do mundo, foi sacudida com progressiva violência. Pouco a pouco, mas sem recuo à vista, uma estranha pandemia começou a mudar a forma de pensar, a forma de trabalhar, a forma de viver”, pode ler-se na introdução do novo livro “Crónicas de um Cozinheiro no Exílio”, do chef Nuno Diniz, editado pela Âncora Editora.

“Crónicas de um Cozinheiro no Exílio” oferece uma viagem através de textos escritos por Nuno Diniz ao longo do século XXI, com forte ligação ao Barroso, onde muitas das crónicas foram concebidas (algumas já publicadas na Inter Magazine e Epicur). A esta seleção junta-se um diário esporádico de Sezelhe, fruto de um “exílio” pandémico que proporcionou ao autor, um lisboeta cosmopolita com experiências em quase uma centena de países, a epifania de que o seu futuro reside em Trás-os-Montes, no Barroso, numa aldeia quase deserta. Curiosamente, o livro revela que esta mudança já era uma tendência latente em escritos anteriores, com a pandemia a funcionar como o catalisador final.

“A cada texto, incluindo os nunca publicados, juntam-se receitas de diversos pratos, todos preparados nos últimos quatro anos (sempre para a minha Mãe
e também para a família quando presente), tendo sido vários deles, previamente cozinhados em múltiplos locais, dentro e fora de Portugal.
O que encontram neste livro está marcado pelos anos passados como cozinheiro do mundo, sem prisões a estilos ou nacionalidades, pensado e
executado exatamente como eu quero, e respeitando sempre os princípios que me têm conduzido pelas cozinhas: tradição tolerante, memória desfocada
e cozinha popular elitista. Comeres normais para pessoas normais, que foram todos consumidos imediatamente a seguir a serem acabados. A relação entre cada prato e o capítulo em que aparece é, para mim, quase sempre óbvia, mas certamente não o será para o leitor”, refere o autor.

A mudança para Sezelhe, no Barroso, no final de 2023, representa um novo capítulo na vida multifacetada de Nuno Diniz. Com uma carreira que o levou a cozinhar em quase 100 países e a partilhar a sua experiência como jurado nos maiores eventos gastronómicos de Portugal, além de ter lecionado durante quase 20 anos na Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa e na licenciatura de Gastronomia em Coimbra, o chefe e gastrónomo revela também paixões pela música, pelo rugby e pela rádio. Esta decisão de viver numa pequena aldeia barrosã, com pouco mais de uma dezena de habitantes, surge após uma reflexão profunda sobre o seu percurso, tal como expressou no seu novo livro.

aNOTÍCIA.pt