“Anjo Branco” estreia a bordo do Navio Hospital Gil Eannes

O Teatro do Noroeste – CDV estreia, a 22 de maio, a criação comunitária “Anjo Branco”, dirigida pelo inglês Graeme Pulleyn, e que será representada integralmente a bordo do Navio Hospital Gil Eannes.

A peça, segundo Ricardo Simões, diretor artístico do Teatro do Noroeste – CDV, é assim denominada porque era “a designação “atribuída pelos pescadores da frota bacalhoeira, quando o avistavam no mar” devido “ao conforto que trazia a nível de víveres, apoio médico e correio”.

A representação é um tributo a uma das primeiras construções dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) e envolve cerca de 50 pessoas, provenientes das oficinas de teatro regulares do projeto Comunidade do Teatro do Noroeste – CDV: ATIVAjúnior, ATIVAsénior e Enquanto Navegávamos, esta última composta por ex-trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo.

Encenada por Graeme Pulleyn, um dos co-fundadores do Teatro Regional da Serra do Montemuro (TRSM), a criação é baseada na obra de Bernardo Santareno que, durante dois anos, foi médico psiquiatra no navio Gil Eannes e que é considerado o mais importante dramaturgo português do século XX.

Ricardo Simões sublinhou que “quisemos apropriar-nos do universo do navio. Há muitas memórias desde as de terra, as dos pescadores, das famílias, as políticas e tudo isso vai lá estar”, pelo que a peça não “pretende ser uma representação histórica, mas antes uma apropriação artística da memória do navio”.

Construído em 1955 nos ENVC, para apoiar a frota bacalhoeira portuguesa na Terra Nova e Gronelândia, o Gil Eannes foi resgatado da sucata, pelo município, em 1998 e, desde então, assumiu as funções de museu, recebendo mais de 650 mil visitantes.

A ser ensaiado desde outubro de 2015, “Anjo Branco” tem antestreia marcada para o dia 18 de maio e pode ser visto nos dias 22, 28 e 29 de maio, sempre às 16h00.