“Do Carnaval à Luta Livre. Máscaras e Devoções Mexicanas" – uma perspetiva alargada sobre o imaginário popular mexicano.


O Museu de Lisboa inaugura hoje (8) a exposição “Do Carnaval à Luta Livre. Máscaras e Devoções Mexicanas”, inserida na programação Passado e Presente – Lisboa, Capital Ibero-americana de Cultura 2017.

Comissariada pelo antropólogo Anthony Shelton, esta exposição, mostra-nos mais de 250 máscaras da coleção particular deste colecionador e estudioso das histórias e relações entre os impérios europeus e os habitantes da América Latina, em particular do México.

Segundo nos confidenciou, Anthony Shelton, há cerca de 40 anos que coleciona máscaras mexicanas. Esta coleção é fruto do seu longo trabalho de campo, por todo México, especialmente nos pequenos “pueblitos” do interior.

No México, onde as máscaras são um ícone da identidade mexicana, podem-se ver em festivais religiosos como por exemplo na Semana Santa, protestos públicos e na sua forma local de luta livre. Embora estas máscaras sejam dos seculos XX e XXI, elas atravessaram séculos, uma vez que eram usadas antes da ocupação espanhola, durante o tempo colonial e depois da independência, em diferentes contextos e zonas do México, do Norte ao Sul.

A maior parte destas máscaras, são resultado dos confrontos entre culturas indígenas, europeias, e africanas, em que podem entrar personagens mouros, cristãos, apaches, aztecas e espanhóis.

Anthony Shelton, refere que “São máscaras de carnaval, máscaras cerimoniais figurativas de tigres, diabos, sereias, serpentes, crocodilos e morcegos, entre outros, que personificam a luta entre o bem e o mal e as crenças da população”.  

Também as máscaras usadas na luta livre, têm um lugar de destaque nesta exposição. A associação das máscaras mexicanas ao fenómeno nacional da “Lucha Libre”, (versão mexicana de ‘wrestling’), combinação de desporto, luta e entretenimento, em que os lutadores usam máscaras e que atrai uma grande legião de fãs.

Mais uma vez aqui as máscaras marcam a diferença entre os que lutam segundo as regras e os que lutam ignorando-as.

Fazem ainda parte desta mostra, imagens captadas pela camara de Lourdes Grobet, representando alguns lutadores, acompanhados pela família, usando mascaras de luta livre, para além de vídeos, revistas de banda desenhada e posters de filmes antigos.

Através da documentação, dos filmes documentários e das fotografias, percebemos melhor os criadores, construtores e utilizadores de máscaras, assim como dos lutadores e o seu contexto social, sendo que em ambos os grupos é bem patente o modo tão particular como desenvolvem a sua relação com o sobrenatural.

A exposição estará patente ao publico até dia 1 de outubro, de terça a domingo, das 10h às 18h (última entrada 17h30)

Entrada: 3€ embora haja possibilidade de beneficiar de descontos, os quais poderá consultar aqui.

Morada: Museu de Lisboa – Palácio Pimenta, Campo Grande, 245, 1700-091 Lisboa