O Centro de Portugal mascara-se e vem para a rua brincar – é Carnaval ninguém leva a mal!

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Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal, salienta que “O Centro de Portugal tem apostado numa estratégia de diversificação dos seus produtos turísticos. Uma estratégia que tem alcançado excelentes resultados: somos a região de turismo que mais cresce no país. O Carnaval é um dos pilares dessa estratégia de diversificação, pois tem o condão de trazer, em fevereiro, turistas a vários concelhos da região”.

Segundo os antigos o Carnaval era considerado como um ritual de passagem da escuridão para a luz, do inverno para o verão: a primeira festa da fertilidade. Já para a Igreja o carnaval era o período em que eram permitidos alguns excessos (consumos excessivos de bebida e de alguns alimentos) proibidos na época seguinte, a Quaresma. Era nessa altura que as pessoas saiam para a rua mascaradas e invertiam as regras e normas do dia a dia.

Hoje em dia o Carnaval sofreu algumas transformações. Algumas terras adotaram modelos do Carnaval brasileiro, apresentando desfiles sumptuosos e muito samba. Já o de Torres Vedras juntamente com o Carnaval de Canas de Senhorim é dos mais antigos e provavelmente o mais típico do Pais.

Para os foliões que ainda tenham duvidas acerca de que Carnaval escolher, deixamos aqui algumas sugestões.

Carnaval de Ovar –Até ao encerramento das festividades, dia 13 de fevereiro, os visitantes podem assistir ao Carnaval Sénior, ao Carnaval das Crianças, aos Bailes de Máscaras, à Noite da Farrapada, à Grande Noite Mágica, às Visitas Guiadas à Aldeia, à Grande Noite de Reis, à Noite Dominó e aos vários concertos do Espaço Folião para além do Desfile Noturno das Escolas de Samba e aos Grande Corsos Carnavalescos de Domingo e Terça-Feira.

Carnaval de Estarreja  –  o Carnaval deste ano começou um mês antes. As Oficinas de Figurinos e Gigantones aconteceram no dia 13 de janeiro, abrindo um mês de programação variada. Um dos momentos mais diferenciadores, o Sítio do Carnaval, será aberto ao público no dia 3 de fevereiro, com o ensaio técnico das escolas de samba, para no dia seguinte o corso infantil encher o centro da cidade com a participação de mais de 1400 figurantes. Em crescendo até aos dias dos cortejos, haverá as populares Marchas Luminosas, a Noite Brasil, a Festa da Folia e os Grandes Corsos.

Carnaval Luso-Brasileiro da Mealhada – O início das festas está agendado para 4 de fevereiro, quando 900 crianças invadirem as ruas no desfile do Carnaval de Palmo e Meio. Até aos dias dos corsos principais, em que participarão quatro escolas de samba, a animação vai concentrar-se numa tenda eletrónica, animada por grupos musicais e DJs.

Carnaval de Buarcos-Figueira da Foz – As celebrações tiveram inicio a 27 de janeiro, quando as escolas de samba apresentaram os seus enredos. Os reis do Carnaval chegam no dia 4 à estação da CP, onde serão recebidos com animação e samba. Outros momentos marcantes serão o Carnaval Infantil Solidário, com lema “Nesta Folia não há Barriga Vazia”, o desfile noturno das escolas de samba e, claro, os corsos de 11 e 13 de fevereiro.

Carnaval de Alcobaça – O programa dedicado a todos os públicos, tem início no dia 8, com um baile de Carnaval para a população sénior, mas aberto a todos os foliões. No dia seguinte, serão os mais pequenos a sair à rua e apresentar as suas próprias fantasias no desfile das escolas. Até dia 14, haverá muita música, animação e, claro, os desfiles de 11 e 13.

Carnaval da Nazaré – No dia 3, há a saída de grupos como os “Bicicletas”, “Trotinetas”, “Sakanagem”, “Alberqueras” e “Tenantas”, que desfilam ao longo da vila, anunciando a chegada do Carnaval. Até dia 13, há o Carnaval da Criança, o Desfile Noturno e os dois desfiles principais (o de domingo é o desfile “infernal”, com muita algazarra, e o de terça-feira é mais tradicional), além de bailes de máscaras e bailes de rua.

Carnaval de Torres Vedras – “Mares e Oceanos” é o tema da edição deste ano. De 9 a 14 de fevereiro, haverá múltiplos motivos de interesse. O corso escolar, os corsos diurnos e noturnos, os carros alegóricos, os cocotes, as tradicionais matrafonas, os grupos de mascarados, os zés-pereiras, os cabeçudos, suas Altezas Reais… Durante 6 dias e 5 noites, Torres Vedras não dorme.

Carnaval de Canas de Senhorim – Aqui, uma rivalidade com mais de 400 anos manda que dois bairros da vila, o Paço e o Rossio, desfilem em despique. As duas marchas carnavalescas percorrem as ruas, na Terça-Feira de Carnaval, e entram em despique no cruzamento principal. A marcha que cantar e dançar com mais alegria é a vencedora. Mas há mais nesta festa: a Farinhada, em que as raparigas que tiverem a ousadia de sair de casa correm o risco de serem enfarinhadas, ou a Feira das Velhas, com marchas e fatos de outras eras.

Carnaval de Cabanas de Viriato – Nesta localidade do concelho de Carregal do Sal, as festas carnavalescas comemoram-se desde o século XIX e celebrizaram-se pela tradicional “Dança dos Cús”: ao terceiro compasso da música – uma valsa tocada pela filarmónica – os pares, divididos em duas filas, viram-se para o centro e chocam os traseiros. Uma forma espontânea e divertida de brincar ao Carnaval. Mas há mais neste Carnaval, desde bailes e desfiles ao Carnaval da Criança.

Para alem destas sugestões que aqui vos deixamos, muitos mais “Carnavais” existem pelas pequenas vilas e aldeias do centro do país, tal como a Corrida do Entrudo das Aldeias do Xisto, em Góis, na Serra da Lousã.

Esta acontece no dia 11 e é uma forma tradicional de brincar ao Entrudo, que recorda outros tempos. Procura-se roupa e objetos velhos, algo que oculte o rosto, e de seguida brinca-se… São realizadas “corridas” às aldeias vizinhas e tudo é permitido: declamar quadras jocosas sobre os habitantes dessas aldeias, atormentar as velhas e seduzir as novas!