Neste Verão, o pecado é não vir até nós ‘sentir’ a Serra da Estrela

Das Aldeias Históricas, às de Montanha, da planície à serra, os usos e tradições fazem-nos sentir que os dias nunca são iguais, mas sim únicos

verão na Serra da Estrela
Neste Verão, o pecado é não vir até nós ‘sentir’ a Serra da Estrela - ©Nuno Adriano

Neste Verão, o pecado é não vir até nós, ‘sentir’ a Serra da Estrela

Da montanha à planície, no perímetro da Serra da Estrela, os dias nunca são iguais. Podemos saber quando e onde começamos a nossa jornada bíblica de conhecer este território, mas é um dado adquirido e absoluto que nunca sabemos quando e onde terminamos.

A Estrela que manda

Como o nome traduz, a Estrela é o que nos guia neste território. É ela com o seu brilho interminável que ilumina a nosso caminho e desafia a vontade em conhecer uma região. Muito eu já abordei, em artigos anteriores, esta montanha mas, cada vez que escrevo, parece que o faço pela primeira vez. Aquele nervosinho da novidade pela tal responsabilidade de, em poucas palavras, falar de algo tão grande. A milhas de ser tão alta e imponente como o Evereste, mas a meu ver, naquilo que ela representa (e pode representar ainda mais) para todos nós que vivemos aqui, é como uma irmã gêmea.

As aldeias históricas: um poema que encanta

Qual é sensação de ler um dos melhores poemas do mundo? As aldeias históricas são isso mesmo: um poema. Cada uma das doze aldeias é a estrofe que constitui um poema digno de fazer parte dum prémio de um autor, Nobel da Literatura. Os versos que constituem cada estrofe formam as raízes da nossa cultura que, quando fundidas, trazem ao de cima o mais puro da nossa história local, alicerçada em séculos e séculos de acontecimentos e factos grandiosos, que sentimos em cada calçada que pisamos ou pedra que palpamos com as nossas próprias mãos.

As aldeias de montanha: as pérolas que encantam

São, como eu lhes chamo, as pérolas que gravitam em torno da Serra da Estrela, que constroem o ramo dando cor e vida ao ‘bouquet’ onde a Estrela é a flor central. O isolamento e rudeza do seu clima são os alicerces das suas arquiteturas tradicionais, das suas histórias seculares que perduram como se fossem infinitas. Quando conhecemos uma, queremos conhecer duas, quando conhecermos duas, ansiamos por visitar três. Como o magnetismo, elas atraem a nossa atenção, desejam a nossa vinda e rapidamente ficamos agarrados pela energia que cada aldeia emana.  

As tradições que se prolongam no tempo

A natureza do território e as tradições humanas são simbióticas. São unha e carne. A ruralidade desta região, onde as aldeias se fundem com as montanhas e as planícies que as rodeiam, construem um puzzle intrincado. Esta simbiose desenvolveu usos, costumes e tradições que ainda perduram, que fazem renascer em nós as nossas origens como povo português. Mais abertas ao mundo mas, ao mesmo tempo, sem o risco do excesso da banalização e do artificial, as tradições estão vivas, recomendam-se e querem que participe nelas. É esse mais um dos intermináveis motivos para vir até aqui.

 Ser diferente

Conhecer esta região é uma terapia. Este território reúne todos os elementos do que é viajar: adestrar, fortalecer, conhecer e apreender mais profundamente com aquilo que não conhecemos. A sua multiplicidade de paisagens, de aldeias, vilas e cidades, do seu património imaterial do tamanho de uma galáxia suscita em nós o fugir à rotina, ao sentir-se tentado (a) a sair do destino normal das férias de Verão, de cometer o ‘pecado’ ao que é aceite como habitual.

Ser diferente!…

Nota importante: Em alguns dos locais mencionadas aconselha-se a visita com acompanhamento de guia.

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