A reunião geral de atletas e treinadores no início da operação Oregon 2022, marcou o segundo dia da equipa de Portugal presente em Eugene para participar nos Campeonatos Mundiais de Atletismo, que se iniciarão na sexta-feira, dia 15 de julho.
O primeiro dia da seleção nos Mundiais de Atletismo de Oregon foi quase inteiramente dedicado ao processo de acreditação, que decorreu no Matthew Knight Arena, pavilhão multiusos de 12 364 lugares, que serve de “casa” para a equipa de basquetebol da Universidade de Oregon (Oregon Ducks) e que substituiu o antigo pavilhão (McArthur Court), que também está a ser utilizado como centro de acreditação dos Media e também base dos milhares de voluntários e membros do “staff” destes Mundiais.
No segundo dia, conhecedores dos locais oficiais, marcou o “regresso” aos treinos dos atletas portugueses, que se dividiram pelas instalações principais, pista secundária de treinos e asfalto (para os marchadores). Após o almoço, já final de tarde em Lisboa, houve lugar à reunião geral com atletas e treinadores e a habitual distribuição dos números de competição. Tempo para celebrar e cantar os parabéns, por ocasião do aniversário do professor Carlos Silva (treinador de Cátia Azevedo e Vera Barbosa).
Para muitos um ritual habitual, como Ana Cabecinha, que vai participar pela sexta vez em Mundiais, “estreia em Daegu’2011, com um sexto lugar”, afirmou a atleta, que conseguiu mais prestações nos lugares de finalista, classificações que, nos últimos anos, têm melhorado, devido às sanções por doping de algumas das suas adversárias. Foram honras roubadas “sim, pode usar-se esse termo, e momentos de satisfação e glória que não me foi possível desfrutar, e houve outros danos que me provocaram e agora, passados anos, não foram meses, não podem ser alterados ou ressarcidos, como apoios a que não me foi possível recorrer devido a essas classificações”.
Para estes Mundiais de Atletismo, a atleta está esperançada em Oregon conseguir “alcançar um bom resultado, na linha dos melhores que tenho feito. A época não foi a 100 por cento, depois tive Covid há uma semana, com alguns sintomas, mas no estágio foi possível recuperar e sentir que já posso competir”.
Para outras, como Carolina Costa e Jessica Inchude, este é um ritual pouco habitual. Elas são estreantes. Carolina, filha de um marchador de créditos firmados, o algarvio Jorge Costa, que esteve presente em três edições da competição, também ela marchadora, está a fazer uma época de aposta no atletismo. Radicada em Lisboa, a algarvia está a ser treinada por João Vieira, e depois de cumprir etapas de participação nas camadas mais jovens (mundiais Sub-18 e Sub-20), está a cumprir a sua primeira presença nos 20 km marcha dos Mundiais.
“O objetivo da possível presença nos Mundiais só foi considerado já no decorrer da época, quando comecei a fazer bons resultados e a pensar melhor na distância. Conseguimos um recorde pessoal e com a melhoria de resultados foi então concretizado trabalhar para estar presente na competição”, refere a atleta que pretende seguir as pisadas do pai.
“Quero fazer sempre melhor e se puder concretizar essa parte do sonho, vou fazê-lo. Neste Mundial quero chegar ao meu melhor, pretendo desfrutar da experiência e aprender para poder ser ainda melhor no futuro”, finalizou a atleta que, tal como Ana Cabecinha e Inês Henriques, participará na primeira prova com portugueses do programa do primeiro dia, iniciando-se às 13.10 horas, num percurso situado no meio da cidade, perto do Autzen Stadium, que acolhe a equipa universitária de futebol americano, os Oregon Ducks.
Depois delas, há lugar à qualificação do lançamento do peso, prova que terá a participação da experiente Auriol Dongmo, estreante em Mundiais ao ar livre, mas que já foi quarta nos Jogos Olímpicos de Tóquio’2020, e campeã mundial de pista coberta, em 2022. Para o treinador da atleta, Paulo Reis, a perspetiva é de atingir um nível muito alto como aconteceu em Tóquio. Desta vez outra experiente atleta fará a sua estreia por Portugal: Jessica Inchude. A campeã ibero-americana está a “viver o sonho” de qualquer atleta.
“Eu estou confiante, a regularidade de que me fala acima dos 18 metros não surge por acaso, é fruto do trabalho que temos feito, e o que me deixa mais confiante é que, perante essa regularidade, a marca ‘especial’, que todas pensamos, pode estar a chegar em qualquer momento”, refere a atleta, que entretanto se vai mentalizando para competir na pista de todos os sonhos, “um dos quais estou a viver, só por aqui estar”, mas que pretendo prolongar o máximo possível, indo à final”, concluiu.
Chegada ao princípio da tarde, Marta Pen também competirá no primeiro dia, e após uma época cansativa, que ainda foi complementada com a presença num meeting em Shoreline , onde foi segunda classificada nos 800 metros, com a marca de 2m02s35”, a melhor marca portuguesa do ano. Também ela se mostra confiante num bom resultado nesta participação nos Mundiais que se realizam na “Track Town”; ou “Cidade do Atletismo”, no país no qual está radicada.