Reabilitação da Linha do Douro, entre Pocinho e Barca D’Alva, estará a concurso no primeiro trimestre de 2023

Estudo considera a reabilitação da Linha do Douro entre Pocinho e Barca D'Alva "rentável" a nível económico, social e ambiental

reabilitação da Linha do Douro
Reabilitação da Linha do Douro, entre Pocinho e Barca D'Alva, estará a concurso no primeiro trimestre de 2023 - ®DR

O estudo para a reabilitação da linha do Douro, no troço Pocinho/Barca d’Alva, desenvolvido pela CCDR-NORTE e a Infraestruturas de Portugal, nas respetivas áreas de responsabilidade, foi apresentado durante a manhã desta segunda-feira, no salão nobre da Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta. Dada a rentabilidade económica do projeto, o estudo recomenda a sua execução.

Embora a Linha seja, per se, um projeto rentável e com sentido, o Presidente da CCDR-NORTE, António Cunha, “desafiou” o Governo da Região vizinha de Castela e Leão a fazer o prolongamento da Linha para lá da fronteira, aproveitando ainda para enaltecer “o papel da CIM Douro na elaboração deste estudo”.

O compromisso político do Governo de Portugal foi dado pelo Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, que garantiu que “durante o primeiro trimestre de 2023 será lançado o concurso para o projeto”.

Do ponto de vista económico, o projeto foi considerado “rentável”, visto que “os benefícios económicos, sociais e ambientais superam os custos”. No documento, disponível aqui, pode ler-se que “os benefícios totais são de 84,2 Milhões de Euros a preços constantes e atualizados à taxa de desconto social, um valor que compara com 41,7 Milhões de Euros de investimento a preços constantes, atualizados à taxa de desconto social e avaliado a preços sombra”.

No setor do turismo, conclui-se que a Linha do Douro entre Pocinho e Barca D’Alva “gera importantes impactos”. Segundo o estudo, “no total dos 26 anos de exploração do projeto serão criados mais de 4700 postos de trabalho, sendo que as atividades mais beneficiadas serão a hotelaria e a restauração”. Entre os outros setores e produtos beneficiados estão “os transportes, os serviços recreativos e culturais e a aquisição de vários produtos conexos e não especificados”, lê-se no estudo.

“É com estes projetos estruturantes que atraímos e mantemos investimento privado”, destacou a Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.

Segundo o documento, estes impactos são em boa parte justificados por “uma procura diária de 256 passageiros no primeiro ano e de um crescimento constante ao longo do tempo”, com as principais motivações de “lazer e turismo”.

No estudo sobre a reabilitação da Linha do Douro pode ler-se ainda que o projeto assume uma dimensão regional, já que os seus efeitos positivos esgotam as fronteiras dos municípios servidos diretamente pela linha ferroviária. “De facto, metade dos benefícios do turismo estão concentrados em 4 municípios, enquanto os outros 50% repartem-se, sobretudo, pelo território do Douro em função da distância face à LPBA”, lê-se no documento.

A sessão de apresentação contou com as presenças do Ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, da Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, do Presidente da CCDR-NORTE, António Cunha, e do Presidente da CIM Douro, Carlos Silva Santiago, entre outros responsáveis, e serviu para apresentar as principais conclusões deste estudo, na componente de reabilitação da infraestrutura ferroviária e na dimensão da viabilidade e impactos económicos da sua reativação.

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