Angela Merkel em Portugal para entregar o Prémio Gulbenkian para a Humanidade

Angela Merkel, antiga chanceler alemã, anunciou esta quinta-feira em Lisboa, o nome dos vencedores do Prémio Gulbenkian para a Humanidade, duas organizações ligadas ao combate à crise climática e ecológica.

Angela Merkel no Prémio Gulbenkian para a Humanidade
Angela Merkel em Portugal para entregar o Prémio Gulbenkian para a Humanidade - ©Armando Saldanha (Aldrabiscas)

A antiga chanceler alemã, Angela Merkel, anunciou esta quinta-feira na Fundação Calouste Gulbenkian o nome dos vencedores do Prémio Gulbenkian para a Humanidade de 2022. Os premiados ex aequo foram duas organizações ligadas ao combate à crise climática e ecológica: o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, mais conhecido pela sigla IPCC, e a Plataforma Intergovernamental de Política de Ciência sobre Biodiversidade e Serviços do Ecossistema (IPBES, na sigla em inglês). O prémio no valor de um milhão de euros será entregue às 18h.

O Prémio Gulbenkian para a Humanidade, que vai na terceira edição, tem como objetivo distinguir pessoas, grupos ou organizações de todo o mundo cujo trabalho tem contribuído para mitigar o impacto das alterações climáticas.  Angela Merkel é, pela primeira vez, a presidente do júri do Prémio Gulbenkian para a Humanidade, sucedendo ao antigo Presidente da República Jorge Sampaio, que presidiu ao júri nas duas primeiras edições.

 De acordo com uma nota divulgada pela Fundação Gulbenkian, estas duas organizações foram escolhidas por se terem “destacado na promoção da relação entre ciência, clima, biodiversidade e sociedade, representando o melhor que se faz nesta área, em todo mundo”. Ao premiar a IPCC e a IPBES o júri pretendeu realçar a “necessidade de olhar para a crise climática e da biodiversidade em conjunto, de forma concertada, e recorrendo a soluções baseadas na natureza”.

O júri presidido por Angela Merkel considerou que este prémio vem reconhecer “o papel da ciência na linha da frente do combate às alterações climáticas e à perda de biodiversidade”, e que a ciência “tem sido fundamental não só para o avanço de muitas ações políticas e públicas, mas também para a necessidade de colocar um carácter de urgência na forma como, em termos de agenda política, é abordada a questão do combate à crise climática”.

Na primeira edição, em 2020, o Prémio Gulbenkian para a Humanidade foi atribuído à ativista sueca Greta Thunberg, que aplicou a verba no apoio de vários projetos escolhidos por si, incluindo iniciativas para apoiar o combate à covid-19 na Amazónia, vítimas de catástrofes naturais na India, Bangladesh e em países africanos, e na transição energética em África.

Em 2021, venceu a “Global Covenant of Mayors for Climate & Energy”, uma aliança constituída por mais de 10.600 cidades e governos locais de 140 países que utilizou o prémio para financiar projetos para o fornecimento de água potável, em cinco cidades no Senegal e para o desenvolvimento de soluções de eficiência energética, numa cidade nos Camarões

Além de Angela Merkel, o júri tem como vice-presidente o investigador Miguel Bastos Araújo (que também venceu o Prémio Pessoa 2018) e inclui outras figuras como Hans Joachim Schellnhuber, Johan Rockstrom, Miguel Arias Cañete, Rik Leemans, Runa Khan, Sandra Diaz e Sunita Narain.

O Prémio Gulbenkian para a Humanidade, no valor de 1 milhão de euros, será entregue esta quinta-feira, às 18:00, no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, numa cerimónia em que estarão presentes Angela Merkel, o presidente da Fundação, António Feijó, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

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