Pelo Douro e Tâmega seguindo o Roteiro Enogastronómico Verde Sentido

Seguindo o Roteiro Enogastronómico Verde Sentido, fomos à aventura pelo território do Douro e Tâmega, que integra a região vitivinícola do Vinho Verde.

Roteiro Enogastronómico Verde Sentido
Pelo Douro e Tâmega seguindo o Roteiro Enogastronómico Verde Sentido - ©Armando Saldanha (Aldrabiscas)

Fomos à aventura pelo território do Douro e Tâmega, seguindo o Roteiro Enogastronómico Verde Sentido que integra a região vitivinícola do Vinho Verde que integra 7 municípios: Amarante, Baião, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Marco de Canaveses, Mondim de Basto e Resende. Estes municípios deram as mãos para oferecer a quem os visita um conjunto de experiências, sabores, novas aventuras e sensações.

A tradição vitivinícola e as castas autóctones com um perfil único, que preservam a tipicidade de aromas e sabores tão distintivos mundialmente, fazem do Vinho Verde do Douro e Tâmega um vinho cheio de potencialidade e autenticidade.

Desde vinhos leves e frescos a vinhos minerais, complexos e estruturados, estes vinhos são capazes de criar harmonizações perfeitas com quaisquer pratos, uma vez que uma das suas qualidades é a versatilidade.

Estes Verdes são exclusivamente produzidos na região demarcada dos Vinhos Verdes. As castas autóctones, a condução da videira, o terroir, a influência marítima faz com que tenham características muito diferenciadoras das restantes regiões vitivinícolas nacionais e até internacionais.

Na região do Douro e Tâmega, produzem-se vinhos com estilos e perfis muito distintos. Quer dos mais jovens, mais clássicos, leves e frescos, ao envelhecidos e com mais estrutura. Os Vinhos Verdes são produzidos com castas autóctones de elevada qualidade. Alvarinho, Arinto, Azal, Trajadura, Loureiro, são algumas dessas castas brancas. Já Vinhão, Espadeiro, Padeiro, são as castas tintas com as quais se produzem os vinhos tintos e os vinhos rosados da região.

Muitos foram os verdadeiros néctares que tivemos oportunidade de provar. Não seria fácil falar de todos pelo que apenas falaremos de alguns e dos locais onde aconteceram as provas:

Céu da Boca Bistrô  – Mondim de Basto

Em Mondim de Basto, no Céu da Boca Bistrô, a acompanhar o jantar de que já vos falamos no artigo anterior, bebemos um Quinta da Raza Alvarinho Trajadura, Grande Escolha 2021, que se revelou um vinho elegante, fresco, com uma fragrância frutada e um sabor agradável e duradouro.

Já para as sobremesas foi servido um Dom Diogo Padeiro Rosé 2021, também da Quinta da Raza, um vinho de cor rubi com aromas a frutos silvestres, vinosos, macios e secos, ideal para momentos descontraídos.

Casa da Tojeira – Cabeceiras de Basto

Integrada na Região Demarcada dos Vinhos Verdes, Sub-Região de Basto, a Casa da Tojeira dispõe de condicionalismos edafo-climáticos que imprimem aos seus vinhos intrínseca tipicidade e personalidade própria. O amor à terra aliado a este privilégio da natureza, singulares cuidados nos amanhos culturais da vinha e adequadas técnicas no tratamento e laboração dos mostos, evidenciam a qualidade do vinho produzido e preservam a sua ancestral qualidade. Alvarinho, Trajadura Loureiro, Azal e Arinto como castas predominantes nos brancos, Vinhão, Azal Tinto, Padeiro de Basto, Borraçal nos tintos, constituem um leque que satisfaz requintados paladares.

Provamos o Tojeira Branco Premium um blend de arinto, azal, trajadura e loureiro, um vinho frutado, com notas de frutos tropicais e citrinos e ligeiro floral. Um vinho ideal para sunsets e que acompanha pratos de marisco, peixe, massas, carnes brancas e cozinha asiática.

Dos tintos provámos o Vinho Verde Tinto Premium, com notas de frutos vermelhos e silvestres, violetas, que acompanha muito bem a a culinária tradicional da região, condimentada. Carnes assadas ou grelhadas. Um vinho que na realidade vale a pena conhecer.

Quinta da Chouza – Celorico de Basto

A Quinta da Chouza, situada em Fermil de Basto, na sub-região de Basto dos Vinhos Verdes, tem o privilégio de ser um espaço bafejado por um terroir natural e idílico para a obtenção de vinhos brancos e espumantes de elevada qualidade, com marca Chão do Rio.

Os vinhos aqui desenhados revelam uma acidez destacada, envolvidos em notas florais firmes com uma tenacidade a fruta cítrica, que em conjunto, lhes conferem elegância e harmonia.

A Quinta da Chouza, tem uma vinha com 5,4 hectares, para uma produção de cerca de 9000 garrafas ano, de Chão do Rio, com casta arinto, alvarinho, trajadura, padeiro, em verdes e rosés, escolha e premium.

Os vinhos Chão de Rio aqui produzidos, distinguem-se pela elegância e harmonia, resultado de um terroir único e de um processo de vinificação que alia modernidade e tradição, numa adega totalmente renovada, com crescimento à vista para produção de um espumante Chão de Rio.

O Chão do Rio Arinto Trajadura é um vinho frutado e harmonioso, com notas florais e fruta (limão, laranja, maçã e pera). Deve ser servido a uma temperatura de 8ºC e consumir a 10ºC como acompanhamento de entradas, acepipes, marisco, peixe e carnes brancas.

Já o Chão do Rio Padeiro Rosé, tem um aroma frutado e harmonioso, com um paladar ácido e mineral, com notas florais e frutos vermelhos (Amora, morango e mirtilo).

Quinta do Outeiro – Resende

O vinho Rocaille tem origem na adega de última geração e vinhas da Quinta do Outeiro. Seu nome é inspirado nas estruturas complexas presentes nos jardins formais históricos da Quinta criados em torno de 1906.

As vinhas da Quinta do Outeiro estão plantadas na região dos vinhos verdes. Têm o privilégio de beneficiar da mineralidade específica dos solos graníticos e da estrutura fornecida pelo calor (Douro) concedendo-lhe a expressão “Douro Verde”, resultando em vinhos de elevada qualidade e características únicas.

No cultivo e manutenção das vinhas, é utilizado um nível mínimo de herbicidas químicos. No processo de poda, os talos das vinhas não são queimados e os resíduos das vides são colocados entre as videiras no solo. Após a sua decomposição, estes atuam como um fertilizante natural respeitando e favorecendo o meio ambiente, originando uma variedade de vinhos ricos em aromas e sabores, com excelentes características, bem como um vinho límpido e puro devido aos processos naturais e reduzido uso de químicos.

O principal objetivo para o Rocaille é a produção de lotes em quantidades limitadas de um vinho de excelência, numa combinação de castas tintas, Roriz, Sousão, Cabernet Sauvignon, Syrah e castas brancas, Chardonnay, Arinto e Loureiro, com produção anual de aproximadamente 30 000 garrafas.

Provamos o Rocaille Chardonnay e ficamos rendidos ao Chardonnay Syrah. Este vinho ainda não está a ser comercializado mas é simplesmente um dos melhores Syrah do nosso país e que promete uma evolução espantosa com o decorrer do tempo.

Quinta de Santo António, Marco de Canaveses

A viagem pelo Verde Sentido, terminou na Quinta de Santo António, em Marco de Canaveses, uma casa agrícola dos anos 40, transformada num espaço de alojamento turístico, inaugurado em 2020, onde a tradição e a modernidade ocupam o mesmo espaço.

A Quinta possui uma vinha ocupa cerca de 1,5 hectares, dividida em quatro castas: alvarinho, arinto, loureiro e fernão pires e conta ter produção própria para consumo na Quinta, no próximo ano e uma adega a construir a breve trecho, num projeto que aposta essencialmente no enoturismo.

O “Roteiro Enogastronómico Verde Sentido” vem dar assim, uma identidade própria à região do Douro e Tâmega tornando-o um destino imperdível para cada vez mais visitantes.

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