O Comboio Histórico regressou hoje às margens do Douro

Num percurso à beira do Rio Douro, viaje no tempo, entre julho e outubro no Comboio Histórico que hoje regressou à linha do Douro

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O Comboio Histórico regressou hoje às margens do Douro - ©Armando Saldanha (Aldrabiscas)

Viajar no tempo, é agora possivel, entre julho e outubro, no Comboio Histórico do Douro, que hoje regressou à linha do Douro. Num percurso à beira do Rio Douro, a locomotiva a vapor e as 5 carruagens históricas, percorrem a distância que vai da Régua ao Tua, numa viagem única ao passado, marcada pela beleza da paisagem classificada como Património Mundial, pela Unesco.

O Comboio Histórico, composto pela locomotiva a vapor 0186, construída em 1925, regressou ao Douro, puxando cinco carruagens clássicas, em madeira, perfeitamente recuperadas, que esperavam na estação da Régua, os passageiros para os levar numa viagem no tempo.

À hora marcada, já a fumegar e depois de dar o apito de partida, lá fomos, seguindo para montante do Rio Douro. Nas carruagens lotadas, sentia-se o entusiasmo das pessoas, de várias faixas etárias, portuguesas e estrangeiras, umas recordando as experiências do passado, outras antevendo momentos de uma aventura que estava prestes a começar.

A bordo do comboio, vamos sendo mimados pela animação de um grupo de música e cantares tradicionais da região e um brinde com um Porto Ferreira e uns deliciosos rebuçados da Régua. Mas a verdadeira estrela da companhia é mesmo a viagem e o Comboio Histórico.

Repartimos a nossa atenção pelo Douro que passa correndo lá fora, bordejado pelos socalcos com as vinhas maravilhosamente trabalhadas, mas também pelos pormenores do comboio, os sons das rodas nos carris, o vento a bater-nos na cara, o silvo da locomotiva, o fumo negro que marcava a passagem do comboio.

Parámos na estação do Pinhão, para a velhinha máquina ser lubrificada. Sim, porque tal como as pessoas, aquela locomotiva de 1925 precisa de muita atenção.

Seguimos depois em direção ao Tua, a paragem final do Comboio Histórico. O Tua fez-nos lembrar um apeadeiro do Oeste americano, selvagem e belo, cru e enigmático. A partir dali, as vinhas fazem uma pausa, pois as margens do Rio Douro tornam-se mais agrestes e rochosas, regressando mais a montante.

Nova paragem para a locomotiva ser abastecida de água, e passar para o outro extremo das carruagens, ficando assim pronta para a viagem de regresso à Régua.

A viagem foi fantástica e ficou-nos a vontade de voltar, apear-nos numa daquelas estações e deixar-nos envolver pela calma, pelo cheiros e pelo susurrar do Douro. Quem sabe dar um mergulho e secarmos-nos ao sol de uma tarde de verão.

Ninguém fica indiferente ao Comboio Histórico do Douro, até aqueles que acenam à sua partida ou à sua passagem pelas estações e apeadeiros, ou até de barcos que passam no rio.

O Douro é assim! Fica-nos no coração, independentemente da idade e do tempo,   sabendo sempre surpreender-nos e exceder as nossas expetativas.

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