Faltavam menos de 150 metros para a meta da sexta etapa da Volta a Portugal quando o espanhol Luis Angel Maté (Euskaltel-Euskadi) disparou para a vitória deixando, Artem Nych (Glassdrive/Q8/Anicolor), com quem lutara nos últimos quilómetros, agarrado ao chão. Mate, tranquilo e sereno, explorou ao máximo a roda do russo cuja máscara de esforço fazia adivinhar que não teria pernas para reagir. Artem Nych não venceu, foi segundo, mas estava a ganhar tempo a Delio Fernandez (AP Hotels & Resorts/Tavira/Farense) que partira para a etapa com a Camisola Amarela Continente. Os pouco mais de dois minutos que Delio perdeu (11º lugar) possibilitavam ao russo chegar à liderança relegando o anterior comandante para o segundo lugar da Geral a 27 segundos. Depois da etapa menos conseguida na Torre, a Glassdrive/Q8/Anicolor com uma estratégia de muito trabalho coletivo deu a volta à corrida.
Mini Pelotão em Fuga
Sem tempo para recuperar devidamente do esforço da subida do dia anterior, o pelotão iniciou a 6ª etapa em Penamacor decidido a enfrentar os últimos 168 quilómetros e meio antes do Dia de Descanso.
Um grupo de 13 corredores num primeiro momento, reduzido a 12 devido a uma desistência na frente da corrida, rolou isoladamente a maior parte da etapa que guardou para os últimos 70 quilómetros cinco das seis contagens de montanha. A fuga chegou a atingir os seis minutos de vantagem.
Marcação entre equipas
Foi uma fuga numerosa que marcou a etapa. Dentro dos escapados estavam dois ciclistas da Glassdrive/Q8/Anicolor e dois da Efapel Cycling. Quando a corrida começou a ferver, em Aldeia Viçosa, os ciclistas que estavam em fuga de ambas as equipas descaíram para ajudar os líderes. No grupo do Camisola Amarela Continente, o líder da equipa Efapel Cycling, Henrique Casimiro, esteve sempre atento às movimentações de Frederico Figueiredo (Glassdrive/Q8/Anicolor).
Carro médico ao serviço
Foram vários os ciclistas a necessitar da assistência do carro médico, incluindo dois homens da fuga: Ibon Ruiz e João Matias. Curiosamente foram os dois primeiros a ceder na frente da corrida. Na fuga, Ibon Ruiz era o melhor colocado na classificação geral, mas foi traído por problemas gastrointestinais.
César foi á Fonte
Numa etapa “madrasta” para a formação da Rádio Popular/Paredes/Boavista que se viu privada de dois homens, após os abandonos de Tiago Leal e Pedro Lopes, foi César Fonte a dar uma alegria aos axadrezados ao vencer os quatro primeiros Prémios de Montanha e alcançar a Camisola às Bolinhas Azuis Europcar,além de ser quarto classificado na etapa.
Antes de Videmonte, a subida mais difícil da etapa, ou pelo menos a que mereceu classificação de 2ª categoria, Fonte e o espanhol Antonio Soto (Euskaltel-Euskadi) adiantaram-se aos companheiros de fuga. O grupo que já estava fracionado devido à pitoresca, mas difícil passagem por Aldeia Viçosa ficou ainda mais repartido.
Nessa fase da corrida as movimentações começaram a surgir também na frente do pelotão. Com o Camisola Amarela Continente já entregue a si próprio e sem ajudas da equipa de Tavira começaram os ataques sobretudo da Glassdrive/Q8/Anicolor de Frederico Figueiredo e Mauricio Moreira. Depois do trabalho do uruguaio foi a vez de Figueiredo se lançar na ponte para alcançar a cabeça da corrida. Faltavam 30 quilómetros para a chegada quando se fixou a nova frente da prova que até ao fim teria domínio destacando-se nos últimos cinco quilómetros Luis Angel Mate e Artem Nych que discutiram a etapa.
Líderes antes do Descanso
Nych fechou a primeira metade da edição 84 da Volta como novo dono da Camisola Amarela Continente registando-se nesta 6ª etapa outra alteração nas classificações secundárias da prova como a mudança do “Rei dos Trepadores” Camisola Europcar que passou a ser de César Fonte. Manteve-se líder dos Pontos, Camisola Laranja Galp, o checo Daniel Barbor enquanto Afonso Eulálio é o Camisola Branca Jogos Santa Casa por ser o melhor classificado entre os corredores mais jovens.
Maté é um dos mais experientes do Pelotão
Luis Angel Maté, vencedor da sexta etapa da Volta a Portugal tem 39 anos e 17 presenças em Grandes Voltas internacionais. É o segundo corredor mais velho do pelotão da “Portuguesa” só batido pelo chileno Carlos Oyarzún (Aviludo/Louletano/Loulé Concelho) que tem 41 anos.
Estrada para os Cicloturistas
Esta quarta-feira é Dia de Descanso para o pelotão da 84ª Volta a Portugal Continente, mas há muita atividade na Guarda com a Etapa da Volta RTP. O evento, já na 16ª edição, é dedicado aos amantes de ciclismo que têm oportunidade de vivenciar a experiência e as sensações vividas, tal e qual os profissionais da Volta. Com o repouso dos “guerreiros do asfalto”, a organização disponibiliza todas as estruturas e meios logístico da prova para os participantes neste evento de cicloturismo regulamentado pela Federação Portuguesa de Ciclismo. Cerca de 900 A partida da Etapa da Volta RTP 2023 será dada às 10 horas para os cerca de 900 inscritos que levantaram o dorsal que permite a participação no evento. Serão percorridos 75 quilómetros maioritariamente em paisagens do concelho da Guarda.