Baja Oeste de Portugal 2023: O calor e o pó aumentam o desafio

Na Baja Oeste de Portugal 2023, Pedro Carvalho e Tiago Reis em duelo renhido nos automóveis, Bruno Santos lidera nas motos, João Vale domina nos quads e João Monteiro impõe-se nos SSV

Baja Oeste de Portugal 2023
Baja Oeste de Portugal 2023: O calor e o pó aumentam o desafio - ®DR

Um Can Am na liderança da classificação reservada aos automóveis, um estreante na frente das motos e dois dominadores entre os quads e os SSV. Com temperaturas bastante elevadas e um traçado marcado pelo pó, a caravana do todo-o-terreno nacional e internacional enfrentou as pistas da Baja Oeste de Portugal 2023 e promoveu bastante espectáculo para o público que, apesar do calor, não see fez rogado e foi assistir.

Na competição reservada aos automóveis, Pedro Carvalho e Romeu Martins foram os nomes maiores do dia. A dupla do Can Am marcou o ritmo no prólogo e voltou a ser mais rápida no primeiro sector selectivo da derradeira prova do Campeonato de Portugal de TT. Contudo, está tudo em aberto para o dia de amanhã. Os líderes desse mesmo campeonato, Tiago Reis e Valter Cardoso, perderam 3,7 segundos no confronto inaugural e cederam, apenas, 6,2 segundos em SS1. Com esses resultados, a formação da Toyota Hilux ocupa o segundo posto e os dois primeiros partem para SS1, amanhã, separados por 9,9 segundos.

Quem começou em bom plano mas acabou por se atrasar foi João Dias e João Miranda. A dupla do Can Am perdeu uma roda no sector da tarde e caiu na classificação. Pelo contrário, Alexandre Pinto e Bernardo Oliveira mostraram que os carros da categoria T3 estavam muito competitivos na primeira etapa da Baja Oeste de Portugal 2023. A equipa do Can Am com o número 593 foi a terceira mais rápida em SS1 e fechou o dia nessa mesma posição.

Nuno Madeira e José Janela (Ford Ranger) ocupam o quarto posto, enquanto João Ramos/Jorge Carvalho e João Ferreira/Filipe Palmeiro tiveram problemas nos seus carros e são quinto e sétimo, respectivamente, enquanto Edgar Reis e Tiago Neves concluem a primeira etapa na sexta posição.

“Correu tudo bem. Não achei o troço tão enrolado como se falou. Era um bocadinho enrolado. Na parte final, com zonas rápidas, perdemos algum tempo para os T1 por causa da velocidade de ponta. Está tudo em aberto. O Tiago (Reis) está muito perto, mas vamos dar carga o dia todo”, afirmou o líder da prova.

Santos mais primeiro nas duas rodas

Nas motos, o dia começou bem cedo. O primeiro a sair para a pista foi Bruno Santos, ainda o sol se levantava. Eram 7h45 quando o piloto da Husqvarna saiu do Cadaval para 200 quilómetros contra o cronómetro. Se foi o primeiro a sair, também foi o primeiro a chegar. E, no final das contas do dia, consolidou o primeiro lugar ao ganhar pouco mais do que meio minuto a António Maio, que está no Oeste com os olhos postos no título de campeão. Se o conseguir, será o oitava vez que o militar da Guarda Nacional Republicana levanta o troféu de melhor em Portugal.

O segundo dia de competição da Baja Oeste de Portugal 2023 não correu de feição para pilotos como Gustavo Gaudêncio ou Daniel Jordão, que tinham estado em bom plano no prólogo realizado na véspera. Ao invés, Miguel Castro esteve sempre muito constante e fechou a etapa na terceira posição, a mais de um minuto de Santos. Fábio Magalhães, em Honda, é quarto, mas perdeu muito tempo no sector selectivo e tem a liderança a mais de cinco minutos de diferença, enquanto Bernardo Megre, é quinta da geral, a cerca de 6m30s do líder, mas está na frente da sua classe, a TT1.

Líder do campeonato, António Maio não precisa, sequer, de terminar entre os dez primeiros para conquistar o título na Baja Oeste de Portugal. Contudo, o campeão em título não baixa a guarda. “Ainda há muita prova e é preciso ter cautela. Não é como começa, mas como acaba”, explicou.

Vale imperial entre os quads

Se Bruno Santos foi o mais forte entre os concorrentes das duas rodas, João Vale não deu hipóteses à concorrência, na categoria dos quads. O piloto do Can Am já tinha sido o mais veloz no prólogo e hoje voltou a fazer das suas. Venceu o primeiro sector selectivo e terminou esta etapa na frente da Baja Oeste de Portugal 2023 com uma vantagem de 2m56,9 segundos sobre o segundo classificado, Tomás Paulo (Yamaha). Na terceira posição está Fernando Cardoso, que também compete aos comandos de um Yamaha.

Quando ainda falta um sector selectivo para o final desta ronda organizada pela Escuderia Castelo Branco, as atenções centram-se na luta pelo sexto posto. Sexto, sétimo e oitavo estão separados por menos de 10 segundos.

Monteiro “rouba” comando a Borrego

João Monteiro e Nuno Morais estão a dar-se bem nas pistas do Oeste de Portugal. No prólogo, tinham feito o segundo tempo. Hoje, no primeiro sector selectivo, não só forçaram o ritmo como apresentaram uma toada muito constante. O resultado foi a ascensão ao primeiro lugar com uma vantagem de quase dois minutos para a dupla que ocupa a segunda posição. Gonçalo Guerreiro e José Sá Pires estão a, precisamente, 1m59,4 segundos, enquanto Nelson Caxias e João Rodrigues ocupam o terceiro posto, a 3m57,5s.

Roberto Borrego e André Lopes, que tinham marcado o ritmo no primeiro dia, não conseguiram manter esse registo e estão em quinto a mais de seis minutos dos líderes e a mais de dois minutos dos quarto classificados, Pedro Santinho Mendes e Mário Falé Ourives.

Cunha triunfa na Mini Baja

Na competição reservada aos mais novos, Domingos Cunha foi o grande vencedor. A Mini Baja tinha dois momentos em que os concorrentes tinham de competir. Primeiro, o prólogo. De seguida, um sector com 66 quilómetros. O piloto da Yamaha esteve sempre na frente. Depois de se ter apresentado como o mais rápido na passagem pela pista junto a A-Dos-Cunhados, voltou a impor-se no sector selectivo e deixou a concorrência a uma distância considerável.

António Feliciano, também em Yamaha, ficou na segunda posição, a 3m11,3 segundos. Bernardo Caiado, em Gas Gas, completou o pódio, a 4m15,2 segundos de Cunha.

Amanhã, a Baja Oeste de Portugal 2023 continua com a segunda etapa. As motos, os quads e os SSV, têm nova partida às 7h45, para cumprirem os quase 150 quilómetros do segundo sector selectivo. Por sua vez, os automóveis têm, na ementa, 200 quilómetros contra o cronómetro.

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