O corredor da Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados concretizou aos 31 anos o sonho de vencer na Volta. De manhã, à partida em Badajoz, onde começou o dia, já afirmava com alguma determinação que a vitória não lhe ia fugir nesta tirada. A certeza de João Matias chegou ao cruzar a linha de meta da 2ª etapa da Volta a Portugal e confirmou o sucesso em lágrimas emocionadas que contagiou muitos dos que assistiram ao momento. “Lutei tanto por este momento, para vencer uma etapa da Volta a Portugal… Esta vitória é para toda a equipa, para o Pedro Silva – mentor deste projeto que está lá em cima a olhar por nós -, para a minha família, esposa e futuro filho”, começou por dizer emocionado o ciclista de Barcelos. “Havia sempre algo que me acontecia, mas hoje foi tudo perfeito. É uma explosão de emoções. Estive quase a abandonar a modalidade e tenho de agradecer a todos os que me apoiaram”, acrescentou.
Apesar deste triunfo de João Matias, a classificação da Volta a Portugal nada alterou para os lugares da frente e Rafael Reis (Glassdrive-Q8-Anicolor) continua com a Camisola Amarela Continente que vestiu no Prólogo de quinta-feira, em Lisboa. Reis tem nove segundos sobre o companheiro de equipa, Mauricio Moreira, e Oliver Rees (Trinity Racing). O britânico mantém a Camisola Branca Jogos Santa Casa, sendo o líder da Juventude.
24 anos depois a Volta regressou a Espanha
A etapa deste sábado foi mais um dia longo com 181,5 quilómetros percorridos entre a cidade espanhola de Badajoz e Castelo Branco. Desde a partida da Volta de 1998, em Sevilha, que a prova portuguesa não entrava em território de “nuestros hermanos”. Foi o acordo entre a Podium e a parceria Eurocidade (Elvas, Campo Maior e Badajoz) que permitiu este regresso.
Pouco depois da partida, e ainda antes de a corrida atravessar a fronteira para o lado de cá, aconteceu a fuga que marcou toda a jornada. O pelotão controlado pela equipa do líder manteve sempre o quarteto a uma distância que lhe permitisse terminar com a aventura a qualquer momento. Fábio Oliveira (ABTF Betão-Feirense), Francisco Marques (LA Alumínios-Credibom-Marcos Car), Edwin Torres (Java Kiwi Atlántico) e Asier Etxeberria (Euskaltel-Euskadi) foram os protagonistas, com o basco a assumir-se como o mais resistente, sendo o último a ser alcançado já nos últimos dez quilómetros.
Antes, Etxeberria venceu as três Metas Volantes em Campo Maior, Portalegre e Vila Velha de Ródão. Apesar dos pontos perdidos nas metas intermédias, a vitória da véspera de Scott McGill (Wildlife Generation) e o segundo lugar obtido em Castelo Branco permite ao norte americano manter e até reforçar a Camisola Verde Rubis Gás, representativa da regularidade em competição.
O venezuelano Edwin Torres conseguiu ser primeiro na passagem pelos Prémios de Montanha de Monte Paleiros e na Serra de São Miguel garantindo a Camisola das Bolinhas Europcar, símbolo do Rei dos Trepadores.
Domingo na Torre
Ao quarto dia de prova, a Volta vai chegar à Torre. O dia de domingo será o primeiro de verdadeira montanha com a chegada ao ponto mais alto do continente português e o início da seleção dos melhores valores que têm pretensões aos melhores lugares da Classificação Geral.
Sem bonificações nas chegadas e com curtas diferenças estabelecidas no Prólogo, a longa subida na Serra da Estrela irá testar os que se assumem como candidatos ao triunfo na Volta.
A etapa da Torre vai começar na Sertã e não se apresenta fácil, pois antes da subida de Categoria Especial haverá outras dificuldades nos 159 quilómetros de percurso. Serão quatro Prémios de Montanha: 2.a categoria na Serra de Alvelos (40 Km), seguida de uma 4.a categoria aos 60,8, 3.a cat. na aldeia do Orvalho (72,7), e a contagem principal a coincidir com o final na Torre. As metas volantes vão dar pontos em Oleiros (49,6Km), Fundão (119) e Covilhã (138,8).