Auriol Dongmo conquistou hoje a medalha de prata nos Campeonatos Europeus de Atletismo. Foi o topo de uma jornada de êxito das cores nacionais, com Jessica Inchude em 9º na final do peso; também com qualificações para as finais do triplo-salto, por Pedro Pichardo e Tiago Pereira, e do disco, por Liliana Cá e Irina Rodrigues.
No peso, a recordista de Portugal e campeã mundial de pista coberta em 2022 abriu a final com um lançamento de 19,29 metros respondendo ao desempenho de Jessica Schilder, que depois lançou a 20,24 metros. Auriol conseguiu então a sua melhor marca, com 19,82 metros, mantendo essa posição até final. Já a neerlandesa nunca mais conseguiu um bom lançamento, sempre abaixo do terceiro melhor lançamento de Auriol.
No final da prova destes Campeonatos Europeus de Atletismo, Auriol Dongmo afirmou sentir-se “bem, contente com a minha medalha de prata, porque na verdade, há dois dias atrás eu tive uma lesão que me deixou apreensiva, a pensar que nem podia lançar. Mas o fisioterapeuta Ricardo [Paulino] fez um grande trabalho e permitiu-me estar aqui a competir na final. Esse trabalho fez com que não sentisse tantas dores, mas foi difícil. Graças a Deus obtive uma medalha”, afirmou a atleta, conformada com o desfecho. “Não podia pedir mais hoje. Com esta lesão, mesmo assim, consegui a medalha de prata que é uma excelente classificação”, concluiu a atleta que ainda passou por várias entrevistas antes de recolher ao ponto em que depois a levavam ao local da cerimónia do pódio.
“Agora temos de continuar a trabalhar para, no futuro continuar a lutar pelas medalhas de ouro”, concluiu a atleta.
Excelente a prestação das lançadoras portuguesas. No grupo B, Liliana Cá esperou pelo último lançamento para alcançar 65,21 metros, a sua melhor marca da época, sendo a segunda da qualificação. Para a atleta “foi uma meia surpresa, pois esperava uma boa marca, de qualificação para a final, mas não estava à espera de passar os 65 metros. Na minha primeira final nos europeus, em 2018, tinha passado pela primeira vez os 61 metros e só queria estar na final. Agora a ambição é outra, a de lutar pelas medalhas”, referiu a atleta, contente por saber que Irina Rodrigues também se qualificara para a final de amanhã. A portuguesa lançou a 57,04 metros, sendo 7ª no seu grupo, conseguindo o apuramento. Como lançou primeiro, Irina conseguiu um bom segundo lançamento, mas teve de esperar mais umas horas pela confirmação. “Sinto que fiz muito, estou agradecida pela época que tenho feito, conseguindo finalizar também o meu curso e isso deixa-me feliz. Agora tenho de esperar, mas tenho fé, a esperança é a última a morrer”, referiu. Mais tarde, a confirmação e a certeza de que Irina fecha em beleza a sua época com a final europeia.
Logo depois chegou o momento da qualificação do triplo-salto e mais dois portugueses em grande plano. Pedro Pichardo saltou 17,36 metros no segundo ensaio e assegurou a qualificação direta, já Tiago Pereira saltou 16,44 metros (foi quinto no seu grupo), fechando em 10º lugar, garantindo a presença na final.
“Encaro muito bem as qualificações, encontro-me em boa forma física. O objetivo era o apuramento para a final. Nunca pensei que não passaria à final. Aliás, quando chego às competições chego com muita segurança, nos treinos passo sempre as marcas de qualificação”, afirmou Pedro Pichardo, com confiança no trabalho feito para conquistar a final do triplo-salto em Munique.
Apuramento “tranquilo”, conseguiu Tiago Pereira, apesar do “vento atrapalhaar um pouco, pois estava irregular. Abri com um nulo, como no mundial, no segundo salto deu longe, mais ajustes para saltar, mas estava tranquilo porque sentia que não precisava de muito mais para chegar à final. Agora na final será um novo dia”, concluiu.
Nos 400 metros, os dois representantes portugueses, Cátia Azevedo e João Coelho, seguem para as meias-finais. Ela venceu categoricamente a sua eliminatória de 400 metros, terminando em 51,63 segundos, com a quarta melhor marca desta fase. “Sinceramente não estava à espera. Estou a sentir-me não tão forte, mas espero reagir na corrida de amanhã”, afirmou a atleta, motivada pelo trabalho feito nos Mundiais.
Com este resultado, todas as adversárias têm de contar com a recordista de Portugal. “As outras atletas já olham para mim como referência nacional e internacional, onde até sou mais conhecida nos meios internacionais do que nacionalmente e deixo bem vincada a minha marca. Nos últimos metros desliguei, completamente, e agora espero ter pernas amanhã de manhã”, concluiu.
Na prova masculina, João Coelho foi quarto na série mais forte, cortou a meta em 45,78 segundos, esperou por todas as séries e confirmou ser apurado para as meias-finais. “Estava na melhor série, com os melhores atletas, mas a minha intenção era dar o máximo e estar na luta pela passagem à meia-final. Consegui, agora tenho a próxima corrida, amanhã, para poder depois chegar à final”, referiu o atleta, cuja ambição é forte. “É o meu primeiro europeu como sénior e a ideia era lutar pela final. Em termos de marca, como tenho melhorado muito, espero bater o recorde nacional amanhã ou noutra corrida”, referiu.
Não tão bem esteve Isaac Nader, 12º na meia-final dos 1500 metros, com a marca de 3m44s59”, muito longe da final. “Este não é o Isaac Nader que conhecemos. Não consegui fazer melhor. Depois de uma época de inverno muito boa esperava mais do verão. Agora tenho de seguir em frente, encontrar o melhor treinador para mim, para poder lutar pelo que quero, conquistar medalhas”.