A Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), apresentou esta terça-feira, na Herdade das Servas, em São Bento do Ameixial, Estremoz, a versão 2.0 do Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA), resultante de uma parceria com a ONG ANP|WWF e a Universidade de Évora. O “PSVA 2.0”, pretende continuar a colocar a região vitivinícola na dianteira das práticas sustentáveis, apresentando critérios melhorados e mais adaptados aos desafios climáticos atuais.
O objetivo é que os produtores aderentes ao PSVA possam, através da utilização mais responsável dos recursos necessários à cultura das vinhas, tornar a produção mais resiliente e adaptada às condições naturais, no fundo, “manter o Alentejo tal como o conhecemos e, independentemente do passar dos anos, garantir que os vinhos têm a mesma qualidade, sem comprometer o ambiente e respondendo da melhor forma possível às crescentes pressões derivadas das alterações climáticas.”, salientou João Barroso, coordenador do programa de sustentabilidade.
Esta revisão do PSVA foi feita com um olhar atento para vertentes como a biodiversidade, pesticidas, clima e água, passando a incluir dois novos capítulos, perfazendo um total de 20. Foi acrescentada uma secção destinada à “Resiliência e adaptação às alterações climáticas”, na qual se encontram variáveis como medidas de adaptação e mitigação às mudanças climáticas, ou a avaliação da necessidade de água ou a pegada de carbono e incluído um capítulo sobre “Economia Circular”, onde se destacam questões relacionadas com materiais e equipamentos ou com subprodutos e resíduos de vinificação.
Com a parceria agora firmada com a ANP/WWF e com a Universidade de Évora, os Vinhos do Alentejo aumentaram o nível de exigência e credibilidade que pauta o PSVA desde o início e dar aos produtores certificados um período de transição de dois anos para se adaptarem às melhorias agora encetadas. O protocolo com a ANP/WWF foi assinado em outubro de 2022 e é considerada pelas partes integrantes como “inédito pela cooperação tão profícua entre uma ONG e o setor agrícola”.
Esta evolução é ainda mais significativa quando, volvidos três anos após o lançamento do primeiro selo de produção sustentável do país, já se contam 20 produtores certificados, dando assim aos consumidores a garantia de que aqueles vinhos cumprem com boas práticas de poupança de recursos, promovem a biodiversidade, utilizam energias renováveis, protegem solos e fomentam iniciativas que envolvem toda a comunidade na adoção de comportamentos sustentáveis.
A sustentabilidade em números
O Alentejo é líder nacional em vinhos certificados, com cerca de 40% de valor total das vendas num universo de 14 regiões vitivinícolas em Portugal. Os membros do PSVA contam com uma área de vinha de mais de 13 mil hectares, que representa 58% da área de vinha plantada no Alentejo. O modo como os vinhos são produzidos e a importância da sustentabilidade na produção tem refletido uma valorização da certificação em mercados como os Estados Unidos, Canadá, Suécia, Noruega e Finlândia.