“Queremos fazer do Portugal Smart Cities Summit um projecto de dimensão internacional”

Quem o diz é o Presidente da Fundação AIP, Jorge Rocha de Matos, no debate de lançamento do evento moderado pelo Director do Expresso, Pedro Santos Guerreiro, que decorreu dia 20 de Fevereiro, pelas 15h30, na Fundação AIP. O Portugal Smart Cities Summit parte do renaming do evento Green Business Week que este ano sofreu um upgrade qualitativo, tanto ao nível dos conteúdos em discussão como dos intervenientes/empresas presentes.

Portugal Smart Cities Summit

Jorge Rocha de Matos começou por referir a importância das parcerias na dimensão qualitativa do evento “Se escolhermos os parceiros certos é possível criar algo de dimensão internacional. Esta é uma cruzada muito importante na modernização do país”.

De 11 a 13 de Abril, ao Centro de Congressos de Lisboa convergirão municípios, empresas, startups, agentes individuais e o meio académico, tudo no mesmo espaço com um único propósito: debater o futuro das nossas cidades e aprofundar o conceito emergente de smart cities. Entre sessões de networking, talks e pitchs, haverá conferências de financiamento e análise de dados, com o cunho da Comissão Europeia. Para Miguel de Castro Neto, Sub-Director da NOVA IMS, “os dados são o petróleo do século XXI” e as “políticas de dados abertos são passíveis de serem partilhadas e utilizadas para o desenvolvimento de novos produtos ou serviços.” Ou seja, através da partilha, uma noção que está no cerne deste evento. Partilha de dados, informação, conhecimento.

A preparar o terreno para o PSCS está o Smart Cities Tour, tal como mencionado por António Almeida Henriques, Presidente da Câmara Municipal de Viseu. O próprio dá destaque à Cimeira dos Autarcas, a decorrer no dia 11 de Abril no PSCS, como o epílogo do Smart Cities Tour, sendo o local onde se reunirão “os vários projectos que estão a ser desenvolvidos para mostrar o que está a ser feito nas cidades portuguesas ao nível das smart cities”, na esperança de que se consiga implantar este evento como um “projecto ganhador e um evento de referência a nível europeu.

O objectivo de colocar Portugal no mapa das smart cities é ambicioso mas tem todos os indicadores para ser uma aposta de sucesso, rivalizando com Espanha e França nas iniciativas que se fazem no que às smart cities diz respeito. Miguel Eiras Antunes coordena na Deloitte as equipas dedicadas ao “Future of Mobility” e ao “Future of Cities” e é acérrimo defensor do trabalho já realizado pelos municípios e empresas portuguesas, inclusive a nível global: “É preciso racionalizar o que de bom se faz em Portugal e leva-lo lá para fora. Já assisti a exemplos de projectos de municípios portugueses a serem mostrados globalmente, ao lado de estados como por exemplo Nova Iorque e Califórnia.” Remata dizendo que já há “projectos de excelência feitos em Portugal”.

Aliás, no debate foram referidos exemplos de projectos de norte a sul do país que já foram implementados nesse âmbito e cuja resposta tem sido positiva, como por exemplo, projectos oriundos de Viseu. Viseu, nas palavras do seu Presidente de Câmara, já utiliza um sistema de controlo de contentores e os motoristas dos camiões de recolha do lixo são auxiliados por uma plataforma que lhes diz quais os contentores que precisam urgentemente de serem descarregados: “Hoje o itinerário já não funciona por rotina mas sim por urgência”.

A área da mobilidade é o tema central do PSCS 2018 e é também, na opinião geral, a que mais se desenvolverá em Portugal nos próximos anos. Projectos de Drive Now, soluções partilhadas de bicicletas, aplicações de boleias partilhadas, aplicações de soluções multimodais, tudo isso já se vê um pouco por todo o país.

Ainda assim é importante esclarecer que o PSCS não é dedicado apenas às grandes cidades: “É importante reiterar que não falamos apenas de grandes cidades. Falamos de médias e pequenas cidades também, vilas…”, refere o CEO da Altice, Alexandre Fonseca. O conceito de smart cities, deixa claro “enquadra-se no conceito de proximidade, é arranjar alternativas para permitir que as cidades no seu geral estejam conectadas.” No fundo, conclui Miguel de Castro Neto, “o objectivo das smart cities é criar cidades felizes”.